Marcelo é o mais perigoso inimigo
do Serviço Nacional de Saúde que corresponda aos interesses da grande maioria
dos portugueses!
Jorge Rocha* | opinião
Desemprego no seu nível mais
baixo desde há 28 anos, redução para metade do bullyingnas escolas ou a
integração de mais treze mil precários nos quadros da função pública: três
excelentes notícias a reiterarem o inegável sucesso da governação durante estes
últimos três anos e meio.
Há, em contraponto, a falta de
obstetras e técnicos nas salas de partos dos hospitais de Lisboa e, por isso, o
«Público» não perde a oportunidade para fazer do assunto a matéria de capa da
edição deste feriado, como se a situação fosse alheia à luta de morte,
atualmente em curso entre um Serviço Nacional de Saúde universal
tendencialmente gratuito e os poderosos interesses privados do setor, que tudo
farão para atrair a si tantos profissionais quantos os disponíveis de forma a
chantagearem o governo com a demonstração da sua «imprescindibilidade» como
parceiros de uma eventual solução. Marcelo, que deles se assume como implícito
porta-voz, está atento a qualquer oportunidade para dar aos maiores grupos
privados do setor a satisfação dos seus interesses.
Resulta daqui a incompreensão
perante a intransigência, que impede os quatro partidos da maioria
parlamentar em não convergirem no menor denominador comum, agora possível,
enquanto se não criam condições para que concretizar o por todos ambicionado.
Porque, se dentro do Partido Socialista não faltam exemplos de comprometimento
com os interesses privados, poucas dúvidas sobram quanto à vontade da maioria
dos militantes: honrar António Arnaut e João Semedo, garantindo a gestão
exclusivamente pública do SNS.
Há quem, por agora, se ande a
esquecer que, nesta guerra, os inimigos não estão sentados nas bancadas
adjacentes, mas nas que se situam no outro lado do hemiciclo. E, sobretudo, ter
bem presente que o sucesso da estratégia de desenvolvimento socioeconómico dos
anos vindouros exige derrotar quem ganhou a Presidência da República com o
objetivo de utilizar o cargo para salvaguardar os interesses daqueles com quem
sempre pactuou. Marcelo é o mais perigoso inimigo do Serviço Nacional de Saúde
que corresponda aos interesses da grande maioria dos portugueses!
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