Da profunda crise financeira que
assolou o Mundo, após 2008, despontou um fenómeno político e social; o surgir
de uma extrema-direita, readaptada aos tempos modernos; apareceu como uma
oposição muito forte ao estabelecido; em resultado, de profundas clivagens
sociais, politicas e económicas, surgidas na sociedade em resultado da crise
económica; surgiu como uma reacção directa ao neoliberalismo pan-mundial;
doutrina económica que dominou o Mundo, no pós queda do Muro de Berlim; a qual
falhou, nas promessas defendidas pelos seus apologistas; relacionadas com
progresso económico e social global, para todos; em vez disso trouxe depressão,
marginalização, enfraquecimento dos Estados e dos povos, conflitos sociais e demográficos.
Mas os movimentos de extrema-direita também se desenvolveram, em virtude da corrupção generalizada que assolou o Mundo; a qual teve por base, a fome de privilégios das elites políticas e económicas, possuidoras do poder; inseridos num sistema neoliberal onde a ética e a moral desapareceram, substituídas por um vale tudo, podre e defraudante; na busca de riqueza, sucesso e aparência; á custa dos Estados e das comunidades.
Foi o profundo desencanto das pessoas comuns, que tem servido de profícua terra arável para a implantação da extrema-direita, em muitos países; e onde tomaram o poder, tem-se assistido à imposição de regimes autocráticos e autoritários, apesar de terem aparência democrática.
A maioria dos regimes ditatoriais do passado seculo, tinha origem castrense, de raiz ideológica fascista; justificavam-se a si mesmos, pelo combate às ideologias de esquerda; mas ao mesmo tempo, serviam o interesse e privilégio das classes dominantes; actualmente, embora possam ter apoio militar mais ou menos explicito, os regimes autoritários ganham a sua justificação na necessidade de segurança que as pessoas sentem, na defesa dos interesses económicos das élites nacionais, e como reacção emocional dos povos ao que é diferente da sua cultura predominante.
São normalmente, regimes dirigidos por personalidades carismáticas; as Filipinas de Duterte e o Brasil de Bolsonaro, devido à progressiva quebra de segurança das populações; a Turquia do Erdogan, devido ao islamismo xenófobo; a Hungria do Viktor Urban, devido à xenofobia e a problemas culturais e rácicos internos; os EUA de Trump, devido às causas económicas negativas, provocadas pela aplicação das doutrinas neoliberais!
Mas para os verdadeiros democratas, logo se verifica não serem solução; pois realmente não têm capacidade para o ser; as elites que com eles se instalam na manjedoura do poder, são medíocres e profundamente corruptas; amigas de viver à sombra do Estado; e de desenvolverem sistemas protegidos de influências, que enriquecem interesses; que apenas sobrevivem, porque conseguem controlar a informação, e manipular demagogicamente o sentir das populações.
No fundo, não são mais do que a deriva autoritária, dos sistemas de democracia representativa; os quais se tornaram reféns, pela via eleitoral, de grupos de interesses que se instalaram no poder, e manipularam a vontade popular em seu proveito, perpetuando pela via autoritária o seu domínio sobre a sociedade; o que só vem comprovar a ineficiência dos sistemas supostamente democráticos, arquitectados com base na democracia representativa.
Em Octavio
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