Autoridades do país dizem que os
detidos são iranianos que trabalhavam para a CIA e que alguns foram condenados
à morte. Anúncio ocorre semanas após Teerão afirmar que desmantelou rede de
espionagem cibernética.
O Irão anunciou nesta
segunda-feira (22/07) a prisão de 17 iranianos que estariam trabalhando como
espiões para a CIA, a agência de inteligência dos Estados Unidos, e informou
que alguns deles foram condenados à morte.
O chefe de espionagem do
Ministério de Inteligência do Irão, cujo nome não é conhecido publicamente,
disse que aqueles que "haviam colaborado consciente e
deliberadamente" com a CIA foram entregues ao Poder Judiciário e
condenados à morte ou a "longas" penas de prisão.
Alguns dos detidos, contudo,
interagiram com a inteligência iraniana "com total honestidade e
tiveram provado seu arrependimento", segundo o chefe de espionagem,
e foram então usados para obter informações dos EUA.
Numa declaração lida pela
televisão estatal iraniana, o ministro da Inteligência disse que os 17 espiões
foram presos durante o ano do calendário iraniano que terminou em março de
2019. "Os espiões identificados eram empregados em centros sensíveis e
vitais", disse o ministro, acrescentando que estes se encontravam nas áreas
de economia, nuclear, infraestrutura, militar e cibernética. Os 17 presos não
estariam em contato entre si, mas cada um se comunicava com um agente da CIA.
A CIA teria abordado os iranianos
em conferências científicas realizadas na África, Ásia e Europa,
ou através das redes sociais e da internet, prometendo-lhes dinheiro e
vistos ou residência nos EUA, segundo as autoridades iranianas.
A notícia surge depois que o
secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irão, Ali Shamjani,
anunciou em 17 de junho que as autoridades iranianas haviam dado fim a uma rede
de espionagem cibernética. Não foi informado se os 17 presos fariam parte dessa
rede.
A rede tinha "um papel
importante nas operações da CIA em diferentes países", segundo Shamjani,
que mencionou a cooperação com outros países e a prisão de vários espiões, mas
sem oferecer detalhes.
Shamjani denunciou que os Estados
Unidos têm uma longa história de ataques cibernéticos contra outros países,
incluindo o Irão, mas assegurou que as autoridades de Teerão tomaram as medidas
necessárias para se defenderem.
Acusações de espionagem são
comuns entre Teerão e Washington, que mantêm um relacionamento à beira do
conflito desde que no ano passado os EUA decidiram se retirar unilateralmente
do acordo nuclear de 2015 e voltar a impor sanções económicas ao Irão.
A tensão espalhou-se para o Golfo
Pérsico, onde nos últimos meses ocorreram vários ataques a navios, a
destruição de drones e a captura, na última sexta-feira, de um petroleiro
britânico pelo Irão.
Deutsche Welle | MD/efe/rtr
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