segunda-feira, 23 de setembro de 2019

LUANDA DO SÉCULO XVII



- Há 300 anos...

Capital da escravatura!

A cidade alta em frente, ao seu lado num plano mais abaixo o Forte de S. Miguel de Loanda, (Luanda... depois) mais próximo à direita, a cidade baixa, vendo-se a igreja de Nª. Sª. dos Remédios, e que em 1716, passou a ser a sede da Diocese de Angola (Ndongo) e Congo, transferida de São Salvador do Congo para Luanda, o que terá levado eventualmente, a Igreja dos Remédios, a se transformar em Catedral.

- Em frente ficavam as Portas do Mar... na Baía de Luanda... e por um túnel subterrâneo os escravos caçados nas Lundas, e de outros sítios, através do agarra, agarra... a Guerra do Kuáta, Kuáta... caça aos nativos para a escravidão, que eram embarcados, mesmo depois do fim da escravatura.

Ao seu lado esquerdo, a zona onde nasceu a cidade baixa, junto ao local onde se situa a rua dos Mercadores, próximo dos Coqueiros.

Depois a cidade foi-se desenvolvendo para norte, (lado esquerdo da imagem onde se vê duas nativas de Angola) até ao Bungo, local onde se situava o maior solar de Angola, que passou a ser conhecido por Palácio Dona Ana Joaquina... a maior escravocrata de Angola e de uma poderosa frota de navios negreiros que atravessavam o Atlântico, nomeadamente para o Brasil.

E que no regresso carregavam pedras do Brasil, para fazer um lastro nos barcos para navegarem de novo de regresso até Luanda, com pedras que foram utilizadas na construção do sobrado... e que eu conheci também, em pavimento feito em parte do edifício onde está sediada a Associação 25 de Abril em Angola, de que fui seu vice-presidente.

Lamentavelmente, este grande Solar... um sobradão, o maior monumento visível da memória da escravatura existente em todo o território angolano, foi demolido pelos assimilados do poder... com poder até... de apagarem os registos da história da escravidão e do colonialismo... que imagine-se até... chegarem ao ponto de recusaram uma proposta da UNESCO, para a recuperação do grande e histórico edifício.

*António Jorge - editor e livreiro em Angola

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