O número foi apontado num
relatório do Clube dos Prisioneiros Palestinianos. Em Ramallah, manifestantes
entraram na sede da Cruz Vermelha em protesto contra o estado de saúde de Samer
Arbid, «devido à tortura».
Num informe publicado na
terça-feira (1.10), o Clube dos Prisioneiros Palestinianos (CPP) afirma que 73
presos perderam a vida, desde 1967, depois de serem submetidos a várias formas
de tortura por parte dos agentes israelitas que os interrogavam nos centros de
detenção.
As autoridades israelitas recorrem
a vários métodos de tortura, tanto física como psicológica, contra os presos
palestinianos, humilham a sua personalidade e, acima de tudo, pressionam-nos
para que assinem confissões arrancadas durante os interrogatórios, diz o
relatório do CPP, citado pela agência palestiniana Shehab e noticiado
pela PressTV.
O grupo palestiniano de defesa
dos direitos humanos sublinha que o conceito de tortura não se limita ao «uso
da violência sobre os presos palestinianos durante a detenção e o
interrogatório», mas se refere a «todos os tremendos procedimentos que eles enfrentam
no interior dos centros de detenção», que passam pelo isolamento, a privação do
sono durante interrogatórios que duram até 20 horas, o encarceramento em
condições sem o mínimo de condições sanitárias, transferências em condições
duras ou a política de negligência médica.
O CPP aponta vários casos
recentes de morte por tortura de prisioneiros palestinianos: Arafat Jaradat,
que foi morto na prisão de Megiddo, em 2013, cinco dias depois de ter sido
detido e após ter sido severamente espancado; Ra'ed al-Ja'bari faleceu depois
de ter sido torturado, em 2014, pela unidade israelita conhecida como
«Nahshon»; Yassin al-Saradih foi severamente torturado na prisão de Eichel,
tendo sido transferido para um hospital israelita, onde faleceu a 20 de Maio do
ano passado; em Setembro do mesmo ano, Muhammad Zaghloul al-Khatib al-Rimawi,
de 24 anos, morreu pouco depois de ter sido severamente espancado em sua casa,
em Beit Rima (Cisjordânia ocupada), por soldados israelitas.
Protesto em Ramallah pela
situação de Samer Arbid
Um grupo de manifestantes entrou,
esta quarta-feira, no escritório do Comité Internacional da Cruz Vermelha em
Ramallah, na Margem Ocidental ocupada, e manteve-se ali durante várias horas em
protesto contra a grave condição clínica em que se encontra o preso
palestiniano Samer Arbid, «devido a torturas», noticia a agência Xinhua.
Preso no dia 25 de Setembro pelas
forças de ocupação israelitas, Samer Arbid, de 44 anos, teve de ser
hospitalizado em resultado da brutal tortura a que foi submetido pelo serviço de
segurança interno israelita Shin Bet, informou recentemente a Addameer
(associação de apoio aos presos).
Arbid é acusado de ser militante
da FPLP (Frente Popular para a Libertação da Palestina) e de ter organizado um
ataque perto do colonato israelita ilegal de Dolev, na Cisjordânia ocupada, do
qual resultou a morte de um colono israelita, em Agosto último.
Uma rádio israelita informou que
o Shin Bet recorreu a «medidas extremas e excepcionais» no interrogatório de
Arbid, o que é uma outra forma de dizer «tortura».
A Addameer refere que Samer Arbid
foi hospitalizado no dia 27, mas que o seu advogado e a sua família só foram
notificados no dia seguinte. O advogado, que conseguiu ver Samir por um curto
período, informou que ele estava inconsciente, tinha várias costelas partidas e
marcas por todo o corpo, e sofria de grave insuficiência renal.
AbrilAbril | Foto: Operação nocturna das
forças israelitas em Hebron (imagem de arquivo) / vozisneias.com
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