Para Francisco Louçã, é
compreensível que António Costa tenha designado quatro ministros de Estado. Nos
últimos quatro anos, "percebeu-se que o primeiro-ministro era a orquestra
inteira” e que isso causava algum "desgaste".
Francisco Louçã comentou na sexta-feira a constituição do novo Governo, um Executivo “muito centrado
no núcleo muito próximo pessoal e politicamente de António Costa”, com muito
poucas caras novas mas com uma hierarquia diferente devido à nomeação de quatro
ministros de Estado.
Para o bloquista, a nomeação
de quatro ministros de Estado “é uma surpresa”, mas é uma decisão
“compreensível”. “A justificação para que Pedro Siza Vieira apareça
em segundo lugar é que, Santos Silva e o próprio primeiro-ministro, terão que
fazer muitas viagens”.
Santos Silva, recordou Louçã,
na última legislatura foi formalmente o número dois, mas não assumiu
frequentemente esse papel do ponto de vista da representação política do
Governo. “Dedicou-se muito mais exclusivamente à questão dos Negócios
Estrangeiros”, notou.
Nesse sentido, “percebe-se
que o primeiro-ministro possa querer procurar alguém que possa falar por ele
para não o expor sempre, em todas as questões políticas como aconteceu ao longo
dos últimos quatro anos, por vezes com algum desgaste”, sublinha, frisando que
“em dois ou três momentos importantes, como no fogos, percebeu-se que o
primeiro-ministro era a orquestra inteira”.
Com esta hierarquia do Governo,
Costa “procura responder a isso reforçando o núcleo político, um núcleo
político muito tradicional do PS, muito fechado sobre o PS”, analisou no espaço
habitual de comentário na SIC.
Quanto às vozes que se opuseram à
solução de governo anterior, a Geringonça, Louçã considerou que
Carlos César “saiu muito desgastado da sua presidência do grupo parlamentar”.
“Queria ser presidente da Assembleia da República, perdeu esse braço de ferro
que durou bastante tempo e isso pode ter determinado que se afastasse”,
sugeriu.
Ana Catarina Mendes a chefiar a
bancada parlamentar é, para o bloquista, a “representação total do
Governo”. Por outro lado, não elevar Duarte Cordeiro a ministro, como se chegou
a falar, deixa o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares numa posição
“muito secundária”.
No fundo, "Costa recentrou no
partido e no setor muito próximo pessoal e politicamente toda a
formação do Governo”, resumiu o antigo líder do Bloco para quem uma das
surpresas deste novo Governo é a não substituição de Tiago Brandão Rodrigues na
Educação.
Além disso, o novo Governo
“deixou aqui algumas dúvidas”, designadamente Ana Godinho no Ministério do
Trabalho ( que tem sido criticada porque quando era Secretária de Estado do
turismo fez afirmações sobre os chineses) e Alexandra Leitão (secretária de
Estado da Educação agira nomeada ministra Modernização do Estado e da
Administração Pública) que “teve muitas dificuldades porque era a negociadora
de um ministério que quis chocar com os professores”.
Quer uma quer outra, vão ter
matérias “muito importantes para o primeiro Orçamento do Estado e até para a
imagem do Governo” na forma como vai responder àqueles que têm menos
rendimentos.
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