quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Catalunha | Amnistia Internacional questiona condenação de líderes independentistas


A Amnistia Internacional questionou hoje as sentenças de prisão impostas a políticos e dirigentes de associações cívicas independentistas catalãs, considerando que o crime de sedição é "vago" e permite uma interpretação "excessivamente ampla e perigosa".

A organização internacional defensora dos direitos humanos apresentou hoje as suas conclusões sobre o julgamento dos dirigentes principais responsáveis pela tentativa de independência de 2017 da Catalunha.

"Embora os líderes políticos catalães possam ter cometido um crime, que poderia ser legitimamente julgado em função dos cargos que ocupavam, a sua condenação por sedição - um crime definido com excessiva imprecisão - viola o princípio da legalidade internacional dos direitos humanos", afirma a Amnistia Internacional no documento, a propósito das condenações dos antigos membros do Governo catalão e da ex-presidente do parlamento regional, Carme Forcadell.


A organização também apela à liberdade dos dirigentes das associações cívicas independentistas, a ANC e a Òmnium Cultural, respetivamente Jordi Sanchez e Jordi Cuixart, considerando que a sua condenação constitui uma "ameaça" aos direitos à liberdade de expressão e de reunião pacífica.

O Tribunal Supremo espanhol condenou em 14 de outubro último os principais dirigentes políticos envolvidos na tentativa de independência da Catalunha a penas que vão até um máximo de 13 anos de prisão, no caso do ex-vice-presidente do governo catalão, Oriol Junqueras.

Os independentistas foram na sua maioria condenados por crime de sedição e desvio de fundos públicos.

Desde que foi conhecida a sentença ocorreu uma série de manifestações, por vezes violentas, contra a decisão.

Os atuais dirigentes regionais, também independentistas, têm apoiado essas manifestações e feito apelos à "desobediência" pública como forma de luta contra a condenação do que consideram ser "presos políticos".

Notícias ao Minuto | Lusa | Imagem: Reuters

Sem comentários:

Mais lidas da semana