Pequim, 17 abr 2020 (Lusa) - As
autoridades da cidade onde começou o surto do novo coronavírus, em dezembro
passado, anunciaram hoje que mais 1.290 pessoas morreram em Wuhan, o que eleva
o número total de óbitos locais para 3.869.
Com esta atualização, o número de
vítimas mortais na China subiu para 4.632.
Estes casos não tinham sido ainda
contabilizados nas estatísticas oficiais porque, no auge da epidemia na cidade,
alguns pacientes morreram em casa, sem terem sido atendidos nos hospitais,
então sobrelotados, afirmaram.
Os números oficiais só incluíam,
até aqui, mortos nos hospitais, indicaram, na nota difundida nas redes sociais.
Com 11 milhões de habitantes,
Wuhan, capital da província de Hubei (centro), esteve mais de dois meses sob
quarentena, com entradas e saídas bloqueadas.
Em quase todos os países europeus
e nos Estados Unidos, a taxa de letalidade é superior a 10%, quase o dobro do
registado pela China, mesmo com esta atualização das autoridades de Wuhan.
Vários líderes mundiais
questionaram já a gestão da crise pelas autoridades chinesas.
Na quinta-feira, em entrevista ao
jornal Financial Times, o Presidente de França, Emmanuel Macron, considerou
existirem zonas cinzentas na gestão da epidemia pela China. "Claramente,
aconteceram coisas que não sabemos", notou.
Também na quinta-feira, o Governo
chinês refutou alegações de que a pandemia da covid-19 teve origem num
laboratório perto da cidade de Wuhan, onde amostras de doenças contagiosas
estão armazenadas.
O porta-voz do Ministério dos
Negócios Estrangeiros chinês Zhao Lijian citou o diretor-geral da Organização
Mundial da Saúde (OMS) e outros especialistas médicos não identificados para
argumentar que não há evidências de que a transmissão tenha começado no
laboratório.
"Não há base científica para
essas alegações", afirmou. "Sempre defendemos que esta é uma questão
científica, que requer a avaliação profissional de cientistas e especialistas
médicos", disse Zhao aos jornalistas, em conferência de imprensa, sobre
estas alegações publicadas pela imprensa norte-americana, sem citar provas
concretas.
A nível global, a pandemia de
covid-19 já provocou mais de 145 mil mortos e infetou mais de 2,1 milhões de
pessoas em 193 países e territórios.
Para combater a pandemia, os
governos mandaram para casa quatro mil milhões de pessoas (mais de metade da
população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram
drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia
mundial.
JPI // EJ
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