Mercedes Martínez Valdês* |
Diário de Notícias | opinião
Um dos pilares da política
exterior do governo de Cuba, após do triunfo revolucionário de janeiro de 1959,
tem sido o espírito internacionalista e solidário.
Com a figura do líder histórico
Fidel Castro Ruz foram impulsionadas as práticas e ideias revolucionárias
consequentes com esta máxima.
Já em maio do ano 1960, Cuba
ofereceu ajuda médica internacional ao povo chileno, como consequência de um
forte terramoto que assolou o país e causou grandes danos. De imediato, foi
enviada uma brigada médica cubana, oito toneladas de equipamentos e produtos
médicos e hospitalares, alimentos e roupa.
Posteriormente, também no mês de
maio, mas de 1963, deslocaram-se 29 médicos, 4 estomatologistas, 14 enfermeiros
e 7 técnicos para a República da Argélia, em resposta ao pedido do
recém-nomeado Primeiro Ministro Ahmed Ben Bella. Desta maneira, deu-se início a
primeira missão internacionalista do governo cubano.
Uma das principais tarefas da
Revoluçâo foi o fortalecimento do sistema de saúde. Isto permitiu atingir a
cifra de 8,2 médicos por cada milhar de habitantes. Uma das taxas mais altas do
mundo, segundo o Banco Mundial.
Outra das fortalezas conquistadas
tem sido a permanência de Cuba dentro dos 35 países, a nível mundial, com a
taxa mais baixa de mortalidade infantil e dos primeiros na região
latino-americana.
Graças às potencialidades deste sistema,
mais de 400 000 profissionais do ramo tem prestado missão internacionalista e
de cooperação em 164 países.
Ao escrever este artigo, são 593
os cooperantes que, organizados em quinze brigadas, dão assistência imediata
para a detenção da pandemia COVID-19, em países como: Jamaica, São Vicente e
Granadinas, Angola, República Togolesa, Andorra, Itália , dentre outros.
Tudo isto num contexto marcado
pela nova campanha política e manobras de descrédito do governo dos Estados
Unidos, para desestimular a cooperação de profissionais sanitários cubanos.
Contudo, isto não tem sido um
freio para a cooperação. Recentemente, foi enviada uma segunda brigada médica
para Itália, para reforçar as tarefas de contenção do COVID-19.
Mais da metade da equipa de
profissionais enviados para o combate do coronavírus, em diferentes partes do
mundo, se distinguiu pela prestação de serviços contra o Ébola em África
Ocidental, e são membros da brigada "Henry Reeve", especializada em
situações de desastres e graves epidemias.
Entanto, em Cuba, o sistema de
atenção primária da saúde é o principal elo no controlo da pandemia.
A vigilância nos bairros é
permanente e sistemática. Alem disso foram habilitados centros de evacuação e
internamento, distantes das cidades, para o isolamento dos casos de suspeita da
doença e atenção aos contagiados.
Tudo isto acontece numa pequena
ilha das Caraíbas, bloqueada e hostilizada durante sessenta anos; mas onde
prevalece a prática das relações internacionais sob a máxima da solidariedade e
o humanismo. Os nossos médicos estão a espalhar amor, profissionalismo,
humanismo, altruísmo e isto e feito com os países cujos governos têm solicitado
o seu apoio, sem pedir pagamento, sem pedir nada em troca, em momentos que a
humanidade o necessita.
Porque como disse o líder
histórico Fidel Castro: "Nas relações internacionais praticamos a nossa
solidariedade com factos não com belas palavras. (...) Eles expressam a pureza,
o desinteresse, o espírito de solidariedade e a consciência internacionalista,
que a Revolução tem forjado no nosso povo.
*Embaixadora de Cuba em Portugal
Sem comentários:
Enviar um comentário