quinta-feira, 20 de agosto de 2020

Dúvidas e Incertezas no Processo de Construção do Estado de Direito Democrático

de Timor-Leste


Roger Rafael Soares * | opinião | Timor-Leste

Para salvaguardar dos próprios interesses da Nação, o Estado é o instrumento essencial para o seu cumprimento. Portanto, Timor-Leste tem de ter um Estado forte com instituições coesas e capazes de regular e coordenar a sociedade, assegurando a segurança e ordem pública.

Nos dias de hoje e face à atual situação sanitária com fortes e consequentes repercussões económicas e sociais a nível mundial e nacional, Timor não precisa de injúrias e disputas inconsequentes, mais do que nunca precisa de unidade e convergência em temas tão comuns a todos apesar das divergências de pensamento e ideologia. A incerteza e dúvidas persistem aos olhos da sociedade. Provavelmente, a desconfiança e egoísmo reinam naqueles que podem fazer a diferença. A diferença, essa está em todos nós se quisermos contribuir para a mudança.

Passo a explicar, falar demais e ouvir menos traduz-se em barulho a mais e empatia a menos. Numa sociedade onde só defendemos os nossos direitos, esquecendo as nossas obrigações, a paz social está sempre constantemente em causa. Decisões, quer sejam de cariz político, social, empresarial ou individual, são sempre objeto de contestação e de resistência à mudança. Mas devemos saber analisar e compreender que por vezes, estas decisões são necessárias quando o objetivo é promover o bem comum. Decisões implicam ações ou realizações práticas de determinados objetivos. Culpabilizar o outro, é uma das habilidades ou argumento que mais se utiliza para inferiorizar ou denegrir a imagem do outro. Este tipo de atitude conduz-nos à necessidade de união e de uma relação ética entre as pessoas na sociedade da vida do qual participam, pelo que é essencial valorizar uma sociedade mais justa, solidária e participativa, em que devemos assumir responsabilidades.

No processo de construção do Estado Estrado-Nação, todos nós, sem exclusão, somos chamados a contribuir com responsabilidade como cidadão, convivendo numa sociedade com valores e liberdade democráticos. Numa sociedade democrática, o diálogo é um instrumento fundamental para promover as relações humanas e sociais apesar das divergências, desde que este seja realizado com seriedade e respeito, tratando sempre com respeito e consideração as opiniões opostas, sem recorrer aos insultos.

Na convivência democrática saudável, as diversidades e as divergências de ideologias, pautadas pela tolerância, são fator enriquecedor para o processo de construção do Estado.

*Rojer Rafael Tomás Soares,
We’e En, Manatuto - Timor-Leste

*Também publicado em Timor Agora

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