Partido liderado por Domingos Simões Pereira exige a formação de um novo governo de unidade nacional, que propõe liderar. Delegação do PAIGC já esteve reunida com Umaro Sissoco Embaló para analisar a situação política.
É a segunda vez, no espaço de um mês, que o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) vai ao Palácio da República para se reunir com o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, sobre a adesão da formação política vencedora das últimas eleições ao atual Governo liderado por Nuno Nabiam.
No último encontro, o Presidente convidou o "partido dos libertadores" a integrar o Executivo, composto por partidos da "nova maioria parlamentar". O PAIGC divulgou a sua resposta esta quinta-feira (01.10).
"(O PAIGC), sendo o partido vencedor das eleições legislativas, é mais lógico que seja esse partido a liderar um governo de unidade nacional", declarou o terceiro vice-presidente do PAIGC, Califa Seidi, à saída da audiência com Sissoco Embaló. "Estamos num processo de diálogo e de entendimento e havemos de chegar a um consenso", acrescentou.
Califa Seide defende a participação de todos os partidos representados no Parlamento. "Continuamos a insistir que é fundamental que se encontre uma solução governativa com base na participação de todas as formações políticas representadas na Assembleia Nacional Popular (ANP). Foi isso que transmitimos outra vez a Sua Excelência [Presidente da República]."
Entrada no atual Governo seria "capitulação" do PAIGC?
À DW África, o analista político Jamel Handem concorda com a posição do PAIGC e mostra-se contra a adesão do partido ao atual Executivo. "A entrada do PAIGC no atual Governo, ou o alargamento do Governo para a entrada do PAIGC, com o consentimento desse partido, seria, do meu ponto de vista, uma capitulação do PAIGC às evidências de golpe de Estado que o próprio tem condenado com veemência", considera.
Na opinião de Jamel Handem, "o PAIGC devia insistir na legalidade e exigir que o seu Governo seja reposto ou que sejam eles a formar um novo Governo e eventualmente negociar uma base alargada desse Governo."
Já o jornalista Bacar Camará defende que a formação de um novo Governo deve passar pelo entendimento no Parlamento. "Se o PAIGC se entender com outras forças políticas, podem governar e avançar com algumas reformas tidas como importantes para o país, por exemplo, as reformas no setor da defesa e segurança, na administração pública e outras relevantes", sublinha.
As formações políticas integrantes do Executivo guineense, o Movimento para Alternância Democrática (MADEM-G15) e o Partido da Renovação Social (PRS), ainda não apresentaram a sua posição sobre a possiblidade de um novo governo ou remodelação do atual para a inclusão do PAIGC.
Iancuba Dansó (Bissau) | Deutsche Welle
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