Rafael Barbosa* | Jornal de Notícias | opinião
De pedra e cal. Digam o que disserem os comentadores que se alimentam do sobressalto político, seja que o Governo está acabado, seja que o melhor é avançar para um Governo de salvação nacional, seja que Passos Coelho está já à espreita de um regresso.
Até prova em contrário, António Costa está de pedra e cal. Com naturais oscilações, ao sabor das curvas da pandemia, as sondagens confirmam que o PS está solidamente implantado na liderança.
Mesmo os que não acreditam na quantificação das sondagens (apesar de confirmarem o seu relativo acerto a cada eleição que passa) fariam bem em olhar pelo menos para as avaliações qualitativas: António Costa é, de longe, o mais bem cotado dos líderes partidários. Mais do que isso, é o único que consegue uma avaliação positiva dos portugueses, passando quase incólume pelo pico de primeiras, segundas e terceiras vagas.
Para os pânditas que dominam o comentário televisivo, é aborrecido. E portanto moldam a realidade a seu gosto. Se não está em queda hoje, vai estar para a semana. Cheira a fim de regime, dizem. Ao ponto de Marcelo achar importante dizer que não será ponta de lança de crises políticas.
Não precisava o presidente de
ficar
E por isso todos sobrevivem à crise, tal como Costa, umas vezes mais populares, outras menos, um pouco ao sabor das curvas (a queda do Governo em Itália não conta, explica-se com a natural tendência para o caos). De pedra e cal. Não é bom nem é mau, é como é.
*Diretor-adjunto
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