Quem precisa de um raio X no Hospital Provincial do Bengo tem de levar o seu telemóvel, porque a unidade não dispõe de material adequado. Muitos pacientes não têm acesso a um telemóvel e a insatisfação sobe.
A direção do hospital no Bengo diz que não tem como resolver a situação que já dura há, pelo menos, cinco anos. A diretora da unidade, Teresa Candeeiro, diz que a sua equipa herdou este passivo. Afirma ainda que tem procurado resolver o problema.
"Já nos preocupámos em procurar uma nova impressora, já procurámos informar-nos junto da empresa que montou o equipamento. Mas, até agora, não tivemos uma resposta positiva", disse Candeeiro à DW África, acrescentando que o equipamento está incompleto: "A parte que falta é a impressora e as películas. Parece que o país não tem disponível. Então temos de esperar", diz, resignada.
A responsável esclarece que, nos casos em que o paciente não se faz acompanhar de telemóvel digital, o médico observa o resultado a partir do computador. "O médico pode avaliar a lesão diretamente no aparelho, ou então, pode tirar a fotografia com o seu telemóvel".
Raio X só em Luanda
Mas para Nelson Bernardo, a
situação é insustentável. Bernardo teve de deslocar-se à capital, Luanda, a
cerca de
"Uma das crianças tinha tosse convulsa. Fomos para o Hospital Geral do Bengo, mas, infelizmente, não fomos atendidos porque não tivemos os meios necessários para obtenção da chapa de raio X", disse Bernardo à DW África, apelando ao hospital para que resolva rapidamente o assunto, de modo a poder "responder à demanda dos problemas que surgem no Bengo".
Sebastião Marques, outro utente do hospital provincial do Bengo lamenta: "Nem todo mundo tem a possibilidade de ter um telefone digital. Muita gente aqui vive em aldeias, outros só têm telefone para comunicação, de botão. Mas se o governo diz que para fazer raio X tem de ter digital, isso não está certo".
António Ambrósio (Caxito) | Deutsche Welle
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