quinta-feira, 22 de julho de 2021

Os acontecimentos provocatórios verificados em Cuba

– Díaz-Canel ao povo: "A ordem de combate está dada, os revolucionários às ruas"

– "Querem sufocar-nos para acabar com a Revolução; se querem preocupar-se com o povo, acabem com o bloqueio", disse o presidente cubano.

Resumen Latinoamericano

O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, rejeitou este domingo as campanhas de desprestígio dos média hegemónicos, no decurso da pandemia, e o recrudescimento do ilegal bloqueio económico, financeiro e comercial que os Estados Unidos (EUA) impõem à nação caribenha.

"De forma subtil, covarde e oportunista, os que sempre apoiaram o bloqueio e se valeram de mercenários e lacaios do império, aparecem com doutrinas humanitárias para fortalecer a ideia de que o governo cubano não é capaz de sair desta situação; se querem preocupar-se com o povo de Cuba, acabem com o bloqueio (...) sabemos que não o fazem porque não têm valor", disse o presidente cubano.

O chefe de Estado afirmou que as pretensões de intensificar o bloqueio se devem também ao facto de haver mais carências e, por isso, pretendem gerar uma implosão interna, " "querem asfixiar-nos para acabar com a Revolução e, quando as pessoas estão numa situação dramática, vemos o que ocorreu em San Antonio de los Baños", acrescentou.

Seguindo os grupos de manipuladores que desprestigiam o Governo, que continuam com a campanha do ilegal bloqueio, o presidente destacou que diante das campanhas de difamação, os revolucionários devem sair às ruas em defesa da Pátria.

"Percorramos a cidade para mostrar que as ruas são dos revolucionários; sabemos que há outras zonas onde os movimentos se concentraram, estou a dar esta informação para ratificar que as ruas são da Revolução. Que o partido e o Governo tenham toda a disponibilidade para debater e ajudar", referiu o chefe de Estado.

O presidente apelou a toda a base da revolução para continuar a ocupar as ruas e enfrentar, com dignidade, as provocações de manipuladores que promovem protestos, mas apoiam as ilegais sanções – "sabemos que há massas revolucionárias a enfrentar grupos antirrevolucionários; não vamos admitir que nenhum mercenário e vendido ao império americano vá causar desestabilização no nosso povo", acrescentou.

Manipulação mediática e bloqueio

O chefe de Estado realçou que as provocações dos pequenos grupos pretendem criar um cenário propício à invasão da nação, – " "quando decorria o segundo semestre de 2019, explicámos que íamos entrar numa conjuntura difícil, com base nos indícios que os EUA estavam a dar contra Cuba", lembrou.

"Começou a perseguição financeira, económica, comercial e energética, eles (Washington) querem provocar uma explosão social interna em Cuba para se lançarem missões humanitárias, que se traduzem em invasões militares e interferências", denunciou o presidente Díaz-Canel.

Continuando com as perseguições dos EUA à nação, o presidente lembrou que o país foi incluído na infame lista de patrocinadores do terrorismo, " "uma lista unilateral, com a qual eles se creem imperadores do mundo", acrescentou.

Discurso de Diaz Canel

Temos de interromper as jornadas dominicais da nossa família para compartilharmos um conjunto de elementos que estão a ocorrer neste domingo, como parte das provocações da contrarrevolução no país, disse o Primeiro Secretário do Comité Central do Partido e Presidente da República, Miguel Díaz-Canel Bermúdez.

O Primeiro Secretário do Comité Central do Partido Comunista de Cuba e Presidente da República de Cuba, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, compareceu ao vivo na rádio e televisão nacionais às 16h00.

Temos sido honestos, temos sido diáfanos, temos sido claros e, a cada momento, temos explicado ao nosso povo as complexidades do atual momento. Lembro que há mais de um ano e meio, quando começou o segundo semestre de 2019, tivemos de explicar que estávamos numa conjuntura difícil. Isto foi assumido como parte do humor popular e continuámos a fazer parte dessa conjuntura, com base em todos os sinais que o governo dos Estados Unidos, liderado pelo governo Trump, dava em relação a Cuba.

Começaram a intensificar-se uma série de medidas restritivas, um endurecimento do bloqueio e de perseguições financeiras contra o setor energético, com o objetivo de sufocar a nossa economia, para que isso provocasse a desejada explosão social massiva –, que semeia as possibilidades de toda a campanha ideológica efetuada –, e para se poder apelar a uma intervenção humanitária que termine em intervenções militares e ingerências, e que afeta os direitos, a soberania e a independência de todos os povos.

Essa situação continuou, depois vieram as 243 medidas que todos conhecemos e, finalmente, decide-se incluir Cuba numa lista de países patrocinadores do terrorismo, uma lista espúria, ilegítima e unilateral que o governo dos Estados Unidos adotou, crendo-se os imperadores do mundo.

Muitos países se submetem, de repente, a estas decisões, mas é preciso reconhecer que outros não permitem tais imposições. Todas essas restrições levaram a que cortassem de imediato ao país várias fontes de receita de divisas, como o turismo, as viagens de cubano-americanos ao nosso país e as remessas de dinheiro. Gizou-se um plano para desacreditar as brigadas médicas cubanas e as colaborações solidárias prestadas por Cuba, que, por essa colaboração recebia uma parte importante de divisas.

Toda esta situação gerou uma situação de escassez no país, principalmente de alimentos, medicamentos, matérias-primas e consumíveis, para podermos desenvolver os nossos processos económicos e produtivos e que, ao mesmo tempo, contribuam para as exportações. Estão eliminados dois importantes elementos: a capacidade de exportar e a capacidade de investir recursos. E desde os processos produtivos até ao desenvolvimento de bens e serviços para a nossa população.

Também temos limitações de combustíveis e de peças de reposição e tudo isso provocou um nível de insatisfação, juntando-se aos problemas acumulados que temos sido capazes de resolver e que vieram do período especial, bem como a uma feroz campanha mediática de descrédito, como parte da guerra não convencional que tenta fraturar a unidade entre o partido-estado e o povo. Essa campanha tenta colocar o governo como insuficiente e incapaz de proporcionar bem-estar ao povo cubano e pretende hastear uma bandeira a partir da posição do governo dos Estados Unidos, afirmando que, com eles, se poderia aspirar ao progresso de um país como o nosso.

São receitas hipócritas bem conhecidas, discursos de dois pesos e duas medidas que conhecemos muito bem ao longo de toda a história dos Estados Unidos em relação a Cuba. Como intervieram no nosso país, como se apropriaram da nossa ilha, em 1902, como mantiveram o domínio de nossa ilha na etapa de pseudorrepública e como esses interesses foram atingidos pelo triunfo da Revolução cubana?

O exemplo da Revolução cubana molestou-os muito durante 60 anos e têm estado a aumentar esse incómodo continuadamente. Aplicaram um bloqueio injusto, criminoso e cruel, agora intensificado em condições de pandemia e aí reside a perversidade manifesta, a maldade de todas essas intenções. Bloqueio e ações restritivas que nunca tomaram contra nenhum outro país, nem contra os que consideram os seus principais inimigos.

Portanto, tem sido uma política de crueldade contra uma pequena ilha que só aspira a defender a sua independência, a sua soberania e a construir a sua sociedade com autodeterminação, segundo os princípios que mais de 86% da população tem apoiado, no amplo e democrático exercício que sustentámos há alguns anos, para aprovar a atual Constituição da República de Cuba.

No meio dessas condições surge a pandemia, que não afetou apenas Cuba, mas o mundo inteiro, incluindo os Estados Unidos. Afetou os países ricos e é preciso dizer que, perante esta pandemia, nem os Estados Unidos nem esses países ricos tiveram no início total capacidade para enfrentar os seus efeitos; e em muitos desses países do primeiro mundo, com muito mais riqueza, os sistemas de saúde e as salas de terapia intensiva colapsaram. Os pobres foram prejudicados porque não existem políticas públicas dirigidas ao povo para a sua salvação e, em muitos casos, têm indicadores em relação ao combate à pandemia com resultados piores do que os de Cuba.

Uma série de provocações da gusanera bem denunciadas pela rádio e TV Martí

Neste domingo, algumas dezenas de cubanos decidiram sair e reclamar. O primeiro protesto teve origem em San Antonio de los Baños (Artemisa, oeste) e gritava "abaixo a ditadura!", "liberdade" e "pátria e vida".

As imagens de idêntico número de pessoas no Malecón, ou de dezenas em frente à sede do Instituto Cubano de Rádio e Televisão (ICRT), na avenida central 23. Ali, os manifestantes enfrentaram-se, sem chegar à violência, com trabalhadores do ICRT que levavam bandeiras cubanas e gritavam slogans como "Viva Fidel" e "Cuba sim, ianques não".

Também houve marchas noutras localidades do país caribenho, como Palma Soriano (Santiago de Cuba, leste) e Güira de Melena e Alquízar, ambas na província de Artemisa.

Sem dúvida, cada um destes pequenos núcleos, que para a visão conspirativa dos média hegemónicos da direita mundial serão "milhares", obedecem a um plano típico que o imperialismo executa em diferentes países. Mas Cuba não é um país qualquer, e o povo cubano não permitirá que um grupo de submissos aos espelhos coloridos que Washington vende queira provocar uma involução de mais de 60 anos de Revolução.

Todos com Cuba revolucionária, em cada país em que nos encontremos.

Na imagem: Diaz Canel fala com a população

O original encontra-se em www.resumenlatinoamericano.org/...
e a tradução em pelosocialismo.blogs.sapo.pt/cuba-perante-uma-serie-de-152270


Este artigo encontra-se em https://resistir.info/

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