A agência de notação financeira Moody's reconhece uma "governação corajosa" e "não eleitoralista" ao manter a perspectiva estável da nota de risco do país, significando maior capacidade de atracção de investimento e de endividamento externo, atribuindo a classificação anual de Caa1 para B3.
Esta é a opinião do economista e
docente universitário Rui de Sousa Malaquias, segundo quem, num contexto económico
nacional e internacional difícil, o Governo está a tomar medidas impopulares,
para que mais tarde a economia entre nos eixos.
De acordo com o economista, que comentava, ontem, o parecer da agência, isso é
de reconhecer, porque a Moody's sabe que se avizinham eleições em 2022 e as
reformas são duras quando estão a ser implementadas e levam tempo até produzir
efeitos.
"Esta melhoria da classificação do Rating de Angola por parte da Moody's
vem de facto sustentar o que se tem dito de que o Governo angolano está a ser
corajoso e a mostrar não ser eleitoralista nem populista. O que mostra é que se
está a ser um Governo fora do normal e esse reconhecimento da Moody's e de
outros vem atestar o reconhecimento aos esforços em curso. É de louvar esta
situação e esperamos que Angola não se fique pelos elogios, mas continue a
fazer as reformas para que daqui há mais uns meses os efeitos possam ser
visíveis e sentidos nos bolsos das pessoas”, indicou o economista.
Na nota que emitiu a propósito, o Ministério das Finanças fez saber que, no âmbito da regular Avaliação Anual do Risco Soberano de Angola, o país acolheu as Missões de Revisão Económica realizadas pelas Agências de Rating Standard and Poor’s, Fitch Ratings e Moody’s.
Na sequência, o Ministério das Finanças divulgou os resultados das respectivas avaliações, afirmando que o Standard & Poor's manteve a notação do risco Soberano de Angola em CCC+ com uma perspectiva estável; Fitch Rating manteve a notação do risco Soberano de Angola em CCC com uma perspectiva estável. As duas agências emitiram as respectivas avalia-ções
No geral, diz as Finanças, as Agências de Rating Standard and Poor’s, Fitch Ratings e Moody´s enfatizam a melhoria do perfil do crédito soberano do Governo de Angola e o reforço da governança em termos de qualidade das instituições do país.
"As referidas agências de rating perspectivam igualmente que a continuidade dos esforços para a manutenção da estabilidade cambial e da posição externa do país (Reservas Internacionais), bem como a continuidade do engajamento do Executivo de Angola em prosseguir com a consolidação fiscal, melhoria estrutural da gestão da dívida e das finanças públicas continuarão a exercer um impacto positivo de melhoria da notação do risco soberano”, afirma.
Nesta senda, prossegue o Ministério das Finanças na sua declaração oficial, o Executivo da República de Angola reafirma o compromisso com a estabilidade macroeconómica e com as reformas estruturais em curso visando a retoma do crescimento da economia angolana numa base mais ampla e inclusiva, a criação de emprego e o bem-estar da população em geral.
Isaque Lourenço* | Jornal de Angola
*Jornalista
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