Polícia moçambicana chegou ao esconderijo do antigo líder guerrilheiro dissidente da RENAMO, mas não o conseguiu deter. Mariano Nhongo fugiu quando sentiu a aproximação das forças de segurança, avançou fonte oficial.
Mariano Nhongo lidera um grupo de antigos guerrilheiros da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) suspeito de matar 30 pessoas, desde 2019, como forma de contestar o acordo de paz assinado naquele ano e as condições que lhes são oferecidas para o desarmamento.
A descoberta do esconderijo no centro do país, na localidade de Mazanga, em Inhaminga (distrito de Cheringoma, província de Sofala) foi feita na sequência de "operações de perseguição iniciadas no dia 28 de setembro, dirigidas pelas Forças de Defesa e Segurança (FDS)", disse esta quarta-feira (06.10) o porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM), Anelton Zandamela, numa declaração feita na cidade da Beira.
Nhongo e alguns dos seus homens "saíram em debandada" quando sentiram a aproximação das FDS, deixando para trás roupa, comida, utensílios de alimentação e medicamentos, acrescentou, sem fazer referência a qualquer apreensão de armas ou dinheiro.
"Também encontrámos capulanas roubadas de um estabelecimento comercial em Chinapamimba", distrito de Muanza, atacado semanas antes e em que morreram duas pessoas, acrescentou.
Contestação
O grupo de Mariano Nhongo, antigo líder de guerrilha da RENAMO, contesta a liderança do atual presidente do principal partido de oposição em Moçambique, Ossufo Momade, e as condições para a desmobilização dos guerrilheiros decorrentes do acordo de paz assinado em 2019.
Segundo Nhongo, o seu grupo enviou uma carta com revindicações para o Governo moçambicano em 2019 e continua à espera da resposta para uma negociação.
Na segunda-feira, durante as celebrações do Dia da Paz, o Presidente moçambicano fez um novo apelo a Nhongo para que se entregue, prometendo-lhe integração no processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR).
"Outro apelo [faço] ao Nhongo: que não fique também à espera para que algo de estranho lhe aconteça. Isso seria a maior desgraça para nós", referiu Filipe Nyusi.
Na ocasião, descreveu o episódio de perseguição hoje anunciado pela polícia, em que o líder de ex-guerrilheiros foi "corrido de um lado para outro, até se esquecer do casaco", disse o chefe de Estado.
"Tem de ser entregar. Faz o DDR e organiza a sua vida", concluiu Nyusi, assinalando que pode escolher em que local do país pretende retomar a sua vida.
Deutsche Welle | Lusa
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