segunda-feira, 22 de novembro de 2021

E ESTA, HEIN?

Rui Sá* | Jornal de Notícias | opinião

Separados há alguns anos, decidiram agora formalizar amigavelmente o divórcio. Pesquisaram na net como e onde o fazer. Constataram que o processo era fácil e estava bem explicado nos sítios oficiais, designadamente no Justiça.gov. Verificaram que era possível fazer o agendamento através do portal do Instituto dos Registos e do Notariado (IRN). E assim fizeram, para a primeira data disponível - para daí a uma semana, o que se pode considerar um prazo bem aceitável. Assim o fizeram e a coisa funcionou bem: receberam um email a comunicar a marcação, confirmaram-na e passaram a ter um código da marcação.

Na data e hora agendada dirigiram-se à Conservatória do Registo Civil do Porto e tiveram o primeiro percalço: perante as dúvidas sobre a senha a tirar, a rececionista, solícita, recomendou que tirassem a dos "divórcios" e se dirigissem à secção respetiva. Passados trinta minutos depois da hora previamente agendada, foram atendidos. Informaram que tinham agendado, ao que o funcionário respondeu que não tinha nenhum agendamento. Encheram-se de brio e mostraram, no telemóvel, o email que tinham recebido do IRN a confirmá-lo. A resposta desarmou-os: esse sistema não funciona; ou antes, funciona, mas não comunica com a conservatória, pelo que os respetivos funcionários não têm acesso a esses agendamentos... E, perante a gargalhada dos interlocutores, o funcionário referiu que um casal tinha marcado, pela mesma via, o casamento, tinha lá chegado com as roupas de gala e com convidados e nada estava pronto porque a conservatória desconhecia o agendamento...

As vacas, afinal, ainda não voam, Dr. António Costa!...

*Engenheiro

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