terça-feira, 15 de junho de 2021

Os "contra" a NATO em Lisboa e no Porto

Acções de protesto realizaram-se em Lisboa (na foto) e no Porto, a 14 de Junho de 2021, contra a Cimeira da NATO a decorrer em Bruxelas, que visa o reforço deste bloco político-militar enquanto instrumento de ingerência e agressão e a imposição hegemónica a nível mundial, à custa de gigantescos recursos financeiros subtraídos aos povos e à resolução dos graves problemas que estes enfrentam.

AbrilAbril

Pequim acusa NATO de exagerar a “teoria da ameaça chinesa”

# Publicado em português do Brasil

Pequim acusou hoje a NATO de “exagerar a teoria da ameaça chinesa”, um dia após a Cimeira da Aliança Atlântica, que se propôs a trabalhar para enfrentar as ameaças apresentadas pelas políticas chinesas

Uma declaração da missão chinesa na União Europeia pediu à Otan para “ver racionalmente o desenvolvimento da China” e parar de “criar confrontos artificiais”.

A China acusou a Otan de “exagerar várias formas da ‘teoria da ameaça chinesa'”.

Na conclusão da cúpula, na segunda-feira em Bruxelas, os governantes dos países da Otan concentraram suas preocupações na Rússia e na China.

A “crescente influência da China pode representar desafios que precisamos enfrentar juntos, como uma aliança. Estamos enfrentando cada vez mais ameaças cibernéticas, híbridas e assimétricas”, disseram os líderes da Otan.

Segundo a missão chinesa, tal manifestação “difama a evolução pacífica” do país.

No entanto, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, da Noruega, procurou atenuar a declaração final da cúpula.

“A China não é nossa adversária, nossa inimiga”, afirmou. “Mas devemos enfrentar os desafios que a China representa para nossa segurança”, acrescentou.

“Rússia e China procuram nos dividir, mas nossa aliança é sólida. A Otan está unida e os Estados Unidos estão de volta”, comemorou Stoltenberg, que contou com a presença do presidente americano, Joe Biden, na coletiva de imprensa final.

Plataforma | AFP

Provocação | Grupo de porta-aviões dos EUA ingressa no mar do Sul da China

# Publicado em português do Brasil

O grupo é liderado pelo porta-aviões USS Ronald Reagan e inclui o cruzador de mísseis guiados USS Shiloh e o destróier de mísseis guiados USS Halsey.

O ingresso das embarcações norte-americanas no mar do Sul da China faz parte de uma missão de rotina, segundo anunciou nesta terça-feira (15) a Frota do Pacífico dos EUA.

"Enquanto estiver no mar do Sul da China, o grupo de ataque realizará operações de segurança marítima, incluindo operações de voo com aeronaves de asa fixa e rotativa, exercícios de ataque marítimo e treinamento tático, coordenado entre unidades terrestres e aéreas", comunicaram os militares.

Além disso, foi ressaltado que o grupo do porta-aviões Ronald Reagan está operando no mar do Sul da China pela primeira vez desde sua implantação em 2021.

O ingresso do grupo norte-americano na região poderá provocar protestos por parte da China. As reivindicações de Pequim sobre águas e territórios insulares do mar do Sul da China se tornaram um tema tenso na relação entre as duas potências.

Diversas áreas e ilhas no mar do Sul da China são disputadas por diversas nações, como a China, Filipinas, Vietnam, Malásia e Brunei. Além de ser uma região rica em recursos naturais, a região também é uma importante via marítima através da qual transita grande número de navios.

*Com imagens no original

Sputnik | Imagem: © AP Photo / Jason Tarleton, Sub oficial de 3ª classe / Marinha dos EUA

PUTIN E BIDEN EM GENEBRA

# Publicado em português do Brasil

Especialista aponta o que esperar da cúpula entre as 2 potências mundiais

A poucos dias de um dos encontros mais emblemáticos para geopolítica atual, a Sputnik Brasil ouviu o especialista Gustavo Oliveira para saber o que esperar sobre a cúpula realizada entre EUA e Rússia em Genebra no próximo dia 16.

No dia 25 de maio, ficou acordada a primeira cúpula entre Rússia e Estados Unidos desde a chegada de Joe Biden à presidência dos EUA. O encontro, que acontecerá no dia 16 de junho em Genebra, na Suíça, envolverá várias questões entre os dois países e produz dúvidas na política mundial sobre como será a reunião dessas duas grandes potências.

Desde que assumiu seu posto, Biden tem deixado claro seu distanciamento das diretrizes adotas perante a Rússia de seu antecessor, Donald Trump, que tecia uma comunicação mais próxima ao Kremlin.

Sendo assim, quais são as expectativas sobre a cúpula? Que tipos de temas serão abordados entre os dois presidentes? Cibersegurança e questões referentes ao Tratado Novo START serão discutidas?

Para responder a essas questões, a Sputnik Brasil ouviu Gustavo Oliveira, doutorando do Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais San Tiago Dantas (Unesp, Unicamp, PUC-SP) e pesquisador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Estudos sobre Estados Unidos (INCT-INEU).

Uma «Nova Era» da NATO? Perigosos projectos que exigem combate

Rui Fernandes *

A promoção mediática da administração Biden constitui autêntico fogo de barragem. Existirão diferenças em relação a Trump. Mas, sobretudo no plano internacional, o que existe é continuidade e até agravamento das políticas que vinham de trás. E o que as agrava é os EUA prosseguirem o seu objectivo de dominação mundial e o seu principal instrumento ser um gigantesco investimento militar num quadro em que do ponto de vista do desenvolvimento económico e tecnológico se encontram em recuo. Daí a estratégia de aceleração de reforço, alargamento e agressividade da NATO, a maior ameaça aos povos nos tempos que correm.

A acentuação da crise estrutural do capitalismo, por entre inerentes contradições de vários tipos, potencia o desenvolvimento de múltiplas manobras e medidas para afrouxar a luta dos povos, desde logo com a ofensiva ideológica à escala de massas, promovendo o obscurantismo e forças reaccionárias mas também pretendendo fazer passar por novo aquilo que é velho e já mostrou a sua natureza, gerando crescente desconfiança ou repulsa popular. Está neste caso a NATO que, em 2019, assinalou os seus 70 anos e relativamente à qual estão em curso dinâmicas várias para recauchutar a sua imagem, num processo que decorre em articulação com a mudança da administração norte-americana. Os círculos do grande capital procuram preparar a opinião pública para aceitar a continuação do reforço do papel de polícia mundial desta aliança militar. O babado consenso, perturbado com Trump, parece já existir entre os Estados Unidos e as potências da União Europeia para que a NATO continue a ser um fornecedor de «segurança mundial». Não esqueçamos que a «democrática» NATO acolheu no seu acto fundador (1949) um país com um regime fascista – Portugal. A permanência de Portugal na NATO tem sido desde a sua fundação um colete-de-forças para Portugal. Desde logo, no branqueamento do regime fascista em Portugal, consumada que foi a derrota do nazi-fascismo na Europa. Depois, ao sustentar o fascismo na condução da guerra colonial e na subjugação do povo português e dos povos colonizados. Nos últimos anos, rebocando Portugal no envolvimento externo, forçando à padronização da organização e estrutura das FFAA, à alteração da sua natureza e, por fim, a opções de reequipamento afastadas do interesse nacional. Inserem-se neste âmbito todas as orientações constantes ao nível da União Europeia (UE), nomeadamente com a imposição do Tratado de Lisboa em que, entre outros aspectos, ganha de forma expressiva a alienação de soberania. O quadro das nossas relações externas, crescentemente afunilado na UE e no denominado eixo transatlântico, não serve Portugal.

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