Rui Sá* | Jornal de Notícias | opinião
Mão amiga fez-me chegar uma cópia da revista "Correio Real", de novembro de 2021, que se define como "Boletim da causa real editado pela Real Associação de Lisboa". Na revista, vem noticiada a apresentação do livro "Memórias de um roialista", de Tomás Moreira, feita pelo seu irmão, Rui Moreira, presidente da Câmara Municipal do Porto.
O autarca fez uma interessante intervenção, explicando as razões por que aderiu à causa monárquica e onde deu pistas para aquilo que considera ser o caminho para a restauração da monarquia em Portugal.
Mas os editores da revista consideraram como trecho de maior relevo desta intervenção o seguinte: "Rui Moreira, explanando sobre as razões da sua adesão à tradição monárquica, recordou o episódio ocorrido em 2012, aquando da decisão tomada com o seu amigo Manuel Sampaio Pimentel [infelizmente já falecido e que evoquei aqui nessa altura], também ele monárquico, de concorrer à Câmara Municipal do Porto, em que pediu autorização ao Senhor Dom Duarte para essa empresa, questão a que SAR [Sua Alteza Real] prontamente respondeu recomendando que a ganhasse".
Confesso que soltei uma gargalhada. Não pelo facto de Rui Moreira ser monárquico, um direito que naturalmente lhe assiste. Mas por, proclamando-se "independente", ter de pedir autorização ao pretendente ao trono para se candidatar. E acabei por dar comigo a pensar que, se fôssemos uma monarquia (e felizmente não o somos), Rui Moreira, com o simbolismo deste "pedido de autorização", talvez não fosse um convicto regionalista, contentando-se com o lugar de vice-rei do Norte. Aqui estabelecido, mas para defender os interesses centrais da coroa. É caso para dizer: afinal o rei vai nu...
*Engenheiro
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