domingo, 30 de janeiro de 2022

XIOMARA CASTRO E SEU PLANO IMEDIATO PARA RECONSTRUIR HONDURAS

# Publicado em português do Brasil 

“Seu regime foi sustentado por meio de acordos com as lideranças militares e policiais e concessões, privilégios e o aumento do orçamento de segurança sobre os orçamentos de saúde e educação, em benefício das forças da lei e da ordem. Hoje temos um país remilitarizado e várias instituições controladas por ex-militares”, disse ele.

Méndez reconheceu que outro desafio é “limpar a casa”, sacudir as instituições públicas daqueles grupos que são benfeitores do nacionalismo e resolver os conflitos provocados pelas políticas extrativistas, além da reativação urgente da economia, que atualmente está em profunda dívida.

Segundo o educador, as demandas populares sobre questões de soberania, terra, água, meio ambiente, autonomia dos povos indígenas, diversidade, juventude, mulheres, migração, camponeses, crianças, arte e cultura, com necessidades urgentes para os primeiros 100 dias de governo, são essenciais.

Por sua vez, Ricardo Salgado, escritor, analista e conselheiro do Libre, descreveu como fundamental a criação de condições para a organização da sociedade hondurenha: “passar da ficção da democracia eleitoral à participação na tomada de decisões, com uma cidadania devidamente informada”.

“Recordemos que tudo foi roubado de nós aqui: nossas raízes, nosso senso de pátria e a ideia de nação. Os símbolos nos foram tirados e fomos sugados para dentro da máquina criminosa do consumismo. Temos que reverter esta tendência desastrosa e abrir caminho para a construção de um bloco histórico e de uma mudança permanente”, argumentou o analista.

PRIMEIROS CEM DIAS NO CARGO

De acordo com Méndez, antes da posse em 27 de janeiro, o novo executivo desenvolveu uma dinâmica extremamente interessante: os núcleos organizados do partido Libre, setores sociais e populares e atores econômicos apresentaram suas propostas para os primeiros cem dias do governo de Xiomara Castro.

Embora a nova presidenta esteja recebendo estruturas herdadas do golpe, ela argumentou que há um compromisso de implementar políticas públicas de saúde, educação e emprego em um país ainda afetado pela pandemia da Covid-19 e pelos danos causados pelos furacões Eta e Iota.

A deterioração da situação econômica, política e social promove a emigração do campo para a cidade ou para o exterior, especialmente para os Estados Unidos e Espanha, disse José Ramón Ávila, diretor executivo da Associação de Organizações Não-Governamentais de Honduras, ao Prensa Latina.

“Nas últimas décadas também percebemos um clima de insegurança, polarização política e ingovernabilidade desde 2009; o assassinato de manifestantes após a fraude eleitoral de 2017 e a perseguição e criminalização de defensores dos direitos humanos, populações indígenas ou líderes locais”, disse ele.

A presidenta eleita de Honduras, Xiomara Castro, falou sobre todas essas linhas de trabalho. Por enquanto, tudo o que falta fazer é superar a crise política interna após a posse de duas diretorias no Congresso Nacional, presididas pelos deputados Luis Redondo e Jorge Cálix.

Pátria Latina

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