A cimeira UE-África termina hoje com um debate sobre migrações e expectativas sobre investimentos europeus em África. Líderes europeus pretendem reforçar laços numa altura em que a influência chinesa e russa se expande.
A sexta cimeira União Europeia (UE) - União Africana (UA), que visa revitalizar a parceria entre os dois blocos tendo em conta os novos desafios globais, termina hoje, em Bruxelas, com uma cerimónia entre os líderes europeus e africanos.
As atenções estão hoje viradas para aquele que é previsto como um dos principais resultados concretos desta cimeira e que foi já antecipado pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, por ocasião da sua visita na semana passada ao Senegal, país que assume atualmente a presidência da UA: um plano de investimentos para África que mobilizará cerca de 150 mil milhões de euros ao longo dos próximos sete anos.
Este é o primeiro plano regional no quadro da nova estratégia de investimento da União Europeia, a "Global Gateway", entendida como uma resposta à "Nova Rota da Seda" - projeto que a China tem já em curso à escala mundial.
UE quer ser "parceiro mais fiável"
Durante a primeira cimeira conjunta desde 2017 - em 2020 foi cancelada devido à pandemia do novo coronavírus - os europeus pretendem convencer os seus convidados africanos de que são o seu "parceiro mais fiável" face à dura concorrência no continente por parte da China e da Rússia.
"É um novo começo para uma parceria renovada", disse o presidente da União Africana (UA), o chefe de Estado senegalês, Macky Sall. "Não estamos aqui para prosseguir os negócios como habitualmente", como proclamou o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.
O plano inicial da UE apresenta uma dúzia de ambiciosos projetos para impulsionar o acesso à Internet, ligações de transporte e energias renováveis, uma vez que procura fornecer uma alternativa aos empréstimos de Pequim.
No entanto, os pormenores do financiamento continuam a ser vagos e os parceiros africanos ainda não chegaram a acordo sobre os mesmos.
Até à data, os líderes africanos expressaram o desejo de que os países parceiros da UE autorizassem o Fundo Monetário Internacional (FMI) a conceder milhares de milhões de dólares em ajuda contínua.
Deutsche Welle | Lusa
Imagem: Ursula von der Leyen e Macky Sall na abertura da cimeira em Bruxelas
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