# Publicado em português do Brasil
Ponte Roberto * | Strategic Culture Foundation
Os países ocidentais sofrerão tanto quanto a Rússia, e possivelmente mais, considerando que a Rússia provou sua capacidade de resistir às sanções devido ao crescimento de sua base de produção doméstica.
Apesar de toda a conversa histérica sobre uma 'invasão russa' do território ucraniano, o presidente russo Vladimir Putin, usando nada mais perigoso do que uma caneta esferográfica, calmamente levou o impasse ucraniano à sua próxima fase lógica, que era reconhecer a independência do Donbass com o total apoio das forças de paz russas.
Se Kiev tivesse sido sincero em resolver o impasse e manter a parte oriental do país sob controle, teria demonstrado seu compromisso com o Protocolo de Minsk desde o início. Infelizmente, a prova dessa devoção nunca se materializou.
Na terça-feira, legisladores russos aprovaram por uma margem esmagadora um conjunto de acordos para iniciar o processo de apoio político e militar às repúblicas de Donetsk e Lugansk. Nesse mesmo dia, os parlamentos das duas regiões ratificaram o 'Tratado de Amizade e Cooperação com a Federação Russa'.
O analista de assuntos globais, Patrick Henningsen, concordou em discutir o movimento de Moscou para reconhecer a independência do Donbass, que se distanciou de Kiev após o levante Maidan de 2014, apoiado pelos EUA. Esse momento trágico na história europeia viu o governo democraticamente eleito do presidente Viktor Yanukovich varrido do poder.
Pergunta: O que você acha da versão da mídia ocidental dos eventos de que Moscou está envolvida em uma “apropriação de terras” na Ucrânia?
Patrick Henningsen: Não é muito surpreendente, considerando a difamação que a Rússia e Vladimir Putin tiveram que suportar pela grande mídia dos EUA e até mesmo por Hollywood por muitos anos. Isso tornou mais fácil para a mídia vender ao público histórias verdadeiramente estranhas, como, por exemplo, como a Rússia preparou “listas de morte” para os ucranianos depois de lançar uma invasão em grande escala da capital Kiev. Esse tipo de propaganda imprudente é principalmente para consumo doméstico – especialmente com uma eleição crítica nos EUA se aproximando rapidamente em novembro – com o objetivo de tentar atolar a Rússia em algum tipo de conflito desastroso com seu vizinho, algo que Moscou disse muitas vezes que não quer nem precisa. A triste realidade da situação é que os Estados Unidos e a OTAN não têm realmente no coração os melhores interesses do povo ucraniano. O Ocidente está simplesmente jogando pela vantagem geopolítica, pura e simplesmente.
Pergunta: Como a situação chegou
ao ponto
Patrick Henningsen: Desde a adoção do chamado Protocolo de Minsk em setembro de 2014, ficou cada vez mais claro ao longo do tempo que as potências ocidentais, juntamente com a Ucrânia, não estavam comprometidas com suas iniciativas. Estes incluíam, entre outros objetivos, um cessar-fogo entre os combatentes e a descentralização gradual do poder com maior autogoverno indo para as repúblicas de Donetsk e Luhansk. O que tivemos foi um impasse que se transformou em uma situação perigosa ultimamente com toda a propaganda ocidental sobre uma iminente “invasão russa”. Ao mesmo tempo, os governos ocidentais estavam canalizando armas para a Ucrânia. Moscou finalmente chegou à conclusão inevitável de que uma situação tão volátil em sua fronteira não poderia continuar indefinidamente.
Pergunta: O que o futuro reserva para a Ucrânia e as repúblicas recém-reconhecidas?
Patrick Henningsen: A Ucrânia foi realmente vitimada em alto grau pela campanha de propaganda ocidental, que advertiu incessantemente que os russos estavam prestes a invadir. Finalmente, para acalmar a histeria da guerra, [o presidente ucraniano Volodymyr] Zelensky foi forçado a dizer que não havia indicação de que os russos estivessem planejando invadir. A certa altura, ele até pediu ao governo Biden que mostrasse a Kiev algumas evidências concretas de que os planos para um ataque à Ucrânia estavam em andamento. Claro, Zelensky nunca recebeu tal prova.
Enquanto isso, a histeria de guerra das capitais ocidentais colocou um enorme obstáculo econômico na Ucrânia, do qual será difícil voltar atrás. Kiev ficará dependente de cada vez mais empréstimos ocidentais apenas para manter o país à tona?
Quanto ao povo de Donbass, além de sua independência, eles sabem que não estão mais sozinhos no mundo. De fato, milhares dessas pessoas estão solicitando a cidadania russa agora, enquanto muitas mulheres e crianças foram evacuadas para a Rússia à medida que as hostilidades na região se aproximam do ponto de ebulição.
Pergunta: O que as potências ocidentais podem perder ao não apoiar o Protocolo de Minsk enquanto provocam a Rússia?
Patrick Henningsen: Bem, já estamos ouvindo relatos de que a Alemanha suspendeu o processo de certificação do oleoduto Nord Stream 2, um projeto conjunto entre a Rússia e a Alemanha que foi concluído no ano passado. No entanto, a etapa final do processo foi adiada e parece que os Estados Unidos, que se opuseram ao projeto desde o início, tiveram um papel importante nesse revés. Isso tornará os preços do gás exorbitantes para muitos europeus.
Enquanto isso, podemos esperar uma nova onda de sanções direcionadas à Rússia, que servirão apenas para prejudicar os consumidores, tanto em casa quanto no exterior. Os países ocidentais sofrerão tanto quanto a Rússia, e possivelmente mais, considerando que a Rússia provou sua capacidade de resistir às sanções devido ao crescimento de sua base de produção doméstica. É lamentável que a situação entre o Ocidente e a Rússia tenha se deteriorado a tal ponto que poderia ter sido facilmente evitada se apenas o Ocidente demonstrasse vontade de aderir ao Protocolo de Minsk.
Patrick Henningsen é um analista americano de assuntos globais e fundador do site independente de notícias e análises 21st Century Wire, e é o apresentador do programa de rádio semanal SUNDAY WIRE transmitido globalmente pela Alternate Current Radio Network (ACR). Ao longo da última década, seu trabalho foi destaque em várias publicações internacionais e redes de TV.
* Escritor e jornalista americano
Nas imagens: 1 - Os cinco estadistas no Acordo de Minsk; 2 - Patrick Henningsen
1 comentário:
MUITO, MAS MUITO, PIORES QUE PUTIN
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O vizinho de Putin (vulgo Ocidente XX-XXI) é pessoal nada, mas mesmo nada, recomendável.
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Europeu-do-sistema XX-XXI: boys e girls que:
- INSTIGAM GUERRAS, INSTIGAM SUBDESENVOLVIMENTO... E... PROCURAM INSTITUIR ÓDIO, SENTIMENTO DE CULPA, CONTRA OS IDENTITÁRIOS AUTÓCTONES que reinvidicam a Liberdade de ter o seu espaço e prosperar ao seu ritmo.
[e instigam o cerco a Vladimir Putin por países da NATO]
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Putin deveria ter feito uma ofensiva diplomática:
-> os líderes do europeu-do-sistema XX-XXI (Merkel, Sarkozy, etc) deveriam ser JULGADOS POR CRIMES CONTRA A HUMANIDADE.
[estiveram em conluio, quer com a destruição de economias, quer com o massacre de milhões de pessoas]
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Exemplo 1:
- Merkel (etc) bloqueiam a investigação à forma como chegam armas a 'grupos rebeldes' que... não possuem fábricas de armamento!
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Merkel (etc) estão preocupados é em acusar de '''RACISTAS'''/xenófobos os Identitários separatistas que dizem o óbvio:
- «a recepção de refugiados faź parte do negócio... os países aonde são produzidas as armas utilizadas pelos 'grupos rebeldes' é que têm de pagar a ajuda aos refugiados».
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[É isso: a máfia do armamento fornece armas a 'grupos rebeldes' (sim: os 'grupos rebeldes' não possuem fábricas de armamento!) para lucrar, não apenas com a venda de armas, mas também com o acesso a recursos naturais de baixo custo (petróleo, etc)... e mais, refugiados são deslocados para locais aonde existem investimentos interessados em negócios de abundância de mão-de-obra servil].
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Exemplo 2:
O europeu-do-sistema XX-XXI (procurando ter acesso a uma panóplia de fornecedores de abundância de mão-de-obra servil) bloqueia a introdução da Taxa-Tobin.
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Pois: o europeu-do-sistema está preocupado é em acusar de 'RACISTAS'/xenófobos os Identitários separatistas que dizem o óbvio:
- «num planeta aonde mais de 80% da riqueza está nas mãos dos mais ricos, que representam apenas 1% da população, quem deve pagar a aos povos mais pobres é a Taxa-Tobin, e não a degradação das condições de trabalho da mão-de-obra servil de outros povos».
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O europeu-do-sistema XX-XXI é pessoal para esquecer... é pessoal que: não só VENDEU O SEU SILÊNCIO (às atrocidades cometidas pela máfia do armamento), como também se tornou agente ao serviço de interesses económicos de índole esclavagista/colonialista.
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Pois é:
-> o 'problema' do europeu-do-sistema XX-XXI não é Identidade... mas sim, cidadanismo de Roma (dispôr de um território de saque).
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Sim, europeu-do-sistema XX-XXI:
- um cidadão de Roma que quer estar no planeta sem trabalhar para a sustentabilidade... e que quer comer-nos por parvos!
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O cidadanismo de Roma tem duas vertentes:
1- ódio tiques-dos-impérios: ódio a povos autóctones dotados da Liberdade de ter o seu espaço.
2- projectar uma economia de índole esclavagista: projectar uma economia com o pressuposto da existência de outros como fornecedores abundância de mão-de-obra servil..
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1- europeus disponíveis para trabalhar para a sustentabilidade
... versus...
2- europeus do cidadanismo de Roma.
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Separatismo Identitário na Europa:
- NA ORIGEM DA NACIONALIDADE ESTEVE O IDEAL DE LIBERDADE IDENTITÁRIO ("ter o seu espaço, prosperar ao seu ritmo")... não foi... o cidadanismo de Roma.
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SEPARATISMO-50-50
---» Todos Diferentes, Todos Iguais... isto é: todas as Identidades Autóctones devem possuir o Direito de ter o SEU espaço no planeta -» INCLUSIVE as de rendimento demográfico mais baixo, INCLUSIVE as economicamente menos rentáveis.
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-» blog http://separatismo--50--50.blogspot.com
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P.S
O que há a dizer aos supremacistas demográficos... é simples e óbvio:
- possuem imensos, imensos, territórios ao seu jeito!...
- não sejam nazis!!!
- ou seja: aceitem a existência de outros!!!
Resumindo: os 'globalization-lovers', UE-lovers, etc, que fiquem na sua... desde que respeitem os Direitos dos outros... e vice-versa.
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