O processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) dos guerrilheiros residuais da RENAMO está praticamente paralisado, acusa o maior partido da oposição moçambicana. E apela para um processo mais célere.
O porta-voz da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), José Manteigas, confirmou à DW África que se regista uma paralisação do processo de desmobilização e reintegração do braço armado do partido desde a segunda semana de dezembro. Na altura foi encerrada a primeira base militar da RENAMO no distrito de Murrupula, província de Nampula.
Manteigas insiste que não há, para já, motivo para preocupação. "O DDR está a correr, apenas tem algum sobressalto, sobretudo, por causa das férias [de Natal e fim de ano]", assegura.
O porta-voz recusou comentar rumores sobre faltas no pagamento de pensões a alguns ex-guerrilheiros. Questionado pela DW África sobre o grau de satisfação da RENAMO com o decorrer do processo, José Manteigas realçou a complexidade do DDR. "Cada etapa é sempre uma evolução do processo", disse.
RENAMO pede mais cargos no exército
Na quarta-feira (16.02), o Presidente da República, Filipe Nyusi, empossou onze novos chefes superiores das Forças de Defesa e Segurança (FDS), entre eles o ex-combatente da RENAMO, Messias André Limposso. Foi pouco, disse Manteigas.
"O ideal era que tivéssemos um maior número de oficiais, para alcançar a paridade", explicou o porta-voz, ressalvando: "Nós entendemos que é um sinal positivo enquadrar um oficial oriundo das forças da RENAMO numa posição de relevo".
Presidente satisfeito com DDR
Recentemente, ao realçar que mais de 60% dos 5.200 ex-guerrilheiros da RENAMO já estão "abrangidos pelo processo", o Presidente Nyusi admitiu atrasos no DDR. "Explicámos [à União Europeia]porque houve alguma ligeira demora e eles sabem disso, porque fazem parte do processo", disse Nyusi, agradecendo a parceria da UE.
A RENAMO reforçou os apelos ao Governo da FRELIMO para respeitar o compromisso assumido no pacote do DDR e estendeu o apelo aos parceiros do mesmo. Desde junho de 2020 foram encerradas onze bases, estando desmobilizados 63% de todos os beneficiários do DDR.
Sitoi Lutxeque (Nampula) | Deutsche Welle
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