Artur Queiroz*, Luanda
A festa das eleições em Saurimo foi uma vitória estrondosa antes da contagem dos votos. Aviso já o PRS e a UNITA que se cuidem porque pela amostra, ficam sem representação parlamentar nas províncias do Leste. Aquilo Foi muita txianda. Palmas, uculé,uculé, entrou o txingufo, bateria infinitiva, e mucupela. Músicos, bailarinas, cânticos de louvor ao MPLA. Sabem o que significou aquela multidão em festa? O povo que apoiou a guerrilha do MPLA. O facho ainda tem a chama bem acesa, muito viva. O Galo Negro também esteve no Leste, porque alugou as armas à PIDE e às tropas de ocupação. Esses já partiram todos, há muitos anos, Não ficou ninguém para apoiar a Frente Podre da UNITA (FPU).
A festa aconteceu à vista do
Bairro Tchizainga. Ninguém explicou que sítio é esse. O seu patrono tem uma
História fabulosa. Comandante Celestino Bernardo (Tchizainga). Lutou contra o
colonialismo de armas na mão. Perdeu um braço
A UNITA que apresente um só militante ou dirigente que tenha combatido de armas na mão pela Independência Nacional. Não pode. No Galo Negro só há os que combateram para impedir que Angola fosse independente. Como falharam, bateram-se de armas na mão, disparando contra no Povo Angolano, ao lado dos racistas sul-africanos. Lutaram para que Angola fosse uma colónia dos racistas! Nós temos milhares e milhares de Tchizainga. A festa daas eleições em Saurimo foi uma homenagem à gesta heroica da Luta Armada de Libertação Nacional na Frente Leste.
A festa também entrou na História de Angola Contemporânea, quando o Presidente João Lourenço anunciou a construção de um ramal ferroviário até Saurimo, colocando a capital da Lunda Sul no Corredor do Lobito. No Caminho-de-Ferro de Benguela. A Lunda Sul no caminho do desenvolvimento. Imparável. Este ramal está pensado e em projecto desde 1926. Quase há cem anos. O MPL tirou-o da gaveta. Como libertou o Canal do Cafu. Um sonho acalentado pelo coronel Artur de Paiva, em 1890, mas nunca concretizado. Agora já mata a sede a pessoas e animais. Ninguém trava o MPLA.
Dizem que o MPLA está no poder desde a Independência Nacional. Mentira. O MPLA luta ao lado do Povo Angolano, contra ocupantes ou invasores estrangeiros, desde que nasceu em 1956. Só conseguiu exercer o poder que lhe foi outorgado pelo voto popular, em 2002. Antes foi lutar, lutar, lutar, pela Soberania Nacional e a Integridade Territorial. Quem pensa que isso foi pouco, está a insultar a memória de todas e todos os que morreram pela Pátria. Está a atentar contra a Honra dos vivos que se bateram nos campos de batalha, com a pele encostada ao chão.
O MPLA não fez nada? Fez tudo e mais alguma coisa. Hoje, Fernanda Renée, da organização Otchiva, foi eleita campeã do nundo por dedicar a sua vida à recuperação dos mangais na costa angolana. Não sei se é militante de algum partido. Mas sei que a nossa campeã é filha da Angola que o MPLA construiu. Aprendi com Fernanda que os mangais são maternidades dos oceanos. E a sua causa é fazer de Angola um Mundo Azul. A nossa campeã vai conseguir.
Misteriosamente, declarações antigas de Manuel Paulo Mendes de Carvalho Pacavira (Pakas) andam a circular nas redes sociais. Porque são importantes? Não. Porque são verdadeiras? Não. Porque são contra o MPLA e o declarante diz que é do MPLA, tipi Francisco Viana. O Pakas é general à custa do pai, o meu amigo Agostinho Mendes de Carvalho. Soube cuidar dos seus. Fez do Miau almirante e do Pakas general. Este pobre diabo, em vez de comer e calar, cospe no prato e mente descaradamente.
Em entrevista à rádio da propaganda alemã (DW) disse que em 11 de Novembro de 1975 “estava em Malanje, tinha acabado de chegar da guerrilha na Zâmbia”. Guerrilha de quem? Essa parte, ele não disse. O general do papá tem uma lata notável. Diz ele: “participei em todas as guerras travadas pelo MPLA”. Mais à frente disse que em 1972 vivia no Lubango sob a protecção de Leonel Cosme que ele classifica de “radialista português”. Moço! O Velho Cosme foi o corpo e a alma das edições Imbondeiro. Foi mais nacionalista do que o Afrique, conhecido por Gentil Viana. Um monumento! É verdade, também dirigiu o Rádio Clube da Huíla. Fomos colegas na Emissora Oficial de Angola (RNA).
O recuperado Pakas diz que seu pai, Agostinho Mendes de Carvalho, esteve preso até à independência. Como eu sei quando foi libertado do campo de concentração do Tarrafal, peço ao general do papá que tome nota: Ele foi libertado em 1970. Dois anos depois foram libertados os seus companheiros António Jacinto e Luandino Vieira. Encontrava-me todos os dias com Agostinho, nos Estúdios Norte. Ele era amigo do peito de Sebastião Coelho.
Diz o Pakas: “Em 1974 aderi à guerrilha. Estive no Congo, estive na Zâmbia” Grande turista! Por isso chegou a general. Olha, Pakas, eu estive nos dois Congos, na Zâmbia, na Tanzânia, no Quénia (Mombaça e Nakuru) e nas Ilhas Maurícias. Já mereço a minha estrelinha.
Profundo conhecedor do processo de libertação, o Pakas, que em 1974 tinha 20 anos, diz isto: “Nos anos 60 apareceu também a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) e também foi lutando”. Estão a ver onde o Pakas quer chegar? Eu também vejo. Mais um candidato à Frente Podre. Mais 30 dinheiros da traição, para a mesa do Pakas.
Hoje foi dia de grandes notícias. O presidente Biden anunciou que vai investir dois biliões de dólares em Angola, na energia fotovoltaica. A TPA meteu logo o Professor Doutor Pavia, um português especialista em ralações internacionais, a dizer que este foi um êxito retumbante para Angola. Agora tem que aproveitar a benesse do estado terrorista mais perigoso do mundo! Uma nota de humor. A apresentadora do noticiário da TPA chamou ao especialista Pávia! Ela não sabe mas eu vou dizer-lhe. Pavia é um substantivo feminino. Nome de uma espécie de pêssego. Como se sabe, em Portugal há muitos nomes de pessoas que são também de árvores e frutos. É uma herança dos Judeus.
Meninos e meninas. O sol de Angola é nosso. O solo onde são fixados os painéis é nosso. Construir painéis é fácil e barato. Para que Angola quer o investimento de Biden nessa área? Depois do dia 24 de Agosto respondo cabalmente a esta inquietação em forma de pergunta.
*Jornalista
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