terça-feira, 12 de julho de 2022

Angola | LADRÕES DE IMAGENS DISPARAM RACISMO A MATAR -- Artur Queiroz

A ode ao colonialismo e racismo português ainda tem monumento em Lisboa

 Artur Queiroz*, Luanda

As potências coloniais e de uma forma geral a constelação de países ocidentais viverão para sempre com a mancha ignominiosa do esclavagismo, do colonialismo e do racismo acéfalo. Os autores desses crimes contra a Humanidade são países que ocuparam e submeteram povos livres em África, na Ásia e nas Américas. Venderam seres humanos como se fossem animais de açougue. Cometeram genocídios dos quais nunca mais o Homem se libertará. Destruíram culturas e modelos sociais que roçavam a perfeição. Espezinharam a liberdade com uma ferocidade inaudita. 

O racismo é uma arma poderosa ao serviço das antigas e actuais potências coloniais. Tinha no regime de apartheid na África do Sul, a sua forma de governação. Sempre existiu nas colónias de todas as latitudes. Nos EUA, país que nasceu com os valores da Revolução Francesa (a terra da minha Mamã), existiu esse regime odioso até aos anos 60. Depois ficou de pé o modelo de Pretória, como amostra e ao mesmo tempo ameaça permanente para todo o continente africano. Não falo de estados de alma. Não é a minha opinião. É História Universal, Factos históricos.

Os portuguesinhos famintos que se atrevem a julgar Angola e os Angolanos, quando o fazem, estão loucos ou drogados. Deviam viver, até ao fim dos seus dias, espojados no chão por onde passam as filhas e os filhos de Angola, pedindo perdão. Pelo contrário, atrevem-se a dar-nos lições de bom comportamento e insultam ou caluniam os nossos líderes políticos. Com a ajuda preciosa dos Rafael Marques e outros bandidos da palavra que se vendem por um bago de jinguba.

Os angolanos derrubaram o colonialismo. Nem tiveram tempo para saborear a histórica vitória. Foi-lhes imposta, pelo regime racista de Pretória, uma guerra particularmente sangrenta e destrutiva, que começou em 1974 e acabou em 2002,o  ano em que Savimbi acabou a sua longa carreira de genocida.

Na década de 50 nasceu o MPLA, fruto da fusão de várias organizações nacionalistas tradicionais. Até Setembro de 1974, conduziu a luta armada de libertação nacional. Venceu todos os obstáculos militares: Tropas portuguesas, tropas da FNLA, tropas da UNITA e as unidades especiais constituídas por angolanos que abandonaram a guerrilha, os TE, GE e Flechas, estes últimos criados pela PIDE/DGS e alimentados pela UNITA, quando Savimbi alugou as suas armas ao regime colonialista português. 

O MPLA, fruto das suas retumbantes vitórias na Frente Norte e na Frente Leste, tornou-se naturalmente a vanguarda revolucionária do Povo Angolano. Em finais dos anos 60, a FNLA estava definhada e quase morta. A UNITA alugou as armas aos colonialistas até ao 25 de Abril de 1974 e ao regime racista de Pretória, depois da Independência Nacional. A coerência do MPLA deu frutos: Nunca uma organização política teve tanto apoio popular. 

O caminho vitorioso do movimento tinha de ser travado a todo o custo, pelas grandes potências. E pelo caminho surgiram dissidências, deserções, golpes mais ou menos armados, enxurradas de mentiras e calúnias contra a direcção e o seu programa revolucionário.

Agostinho Neto, o líder do MPLA que desenvolveu a luta armada até à vitória final, tantos anos depois da sua morte continua a ser vítima de calúnias soezes e mentiras chanceladas por filhotes do colonialismo ou os amargurados da queda do império que ia do Minho a Timor. Salazaristas ressabiados, racistas disfarçados de historiadores e órfãos dos bons velhos tempos coloniais deitam mão a todos os truques baixos e todas as trapaças, para denegrirem a figura do primeiro Presidente de Angola.

José Eduardo dos Santos, o Presidente que derrotou o regime de apartheid, libertou a Namíbia e Nelson Mandela, na hora da morte é vilipendiado, caluniado, abandalhado, pelos portuguesitos que se fazem passar por intelectuais. Pobres diabos! Nasceram com o intestino grosso ligado ao cérebro e pensam que estão a fazer grande figura por se exibirem com o ânus na boca. São altos fabricantes de fezes repelentes. Sujam tudo à sua volta, até o velho Portugal, país que os angolanos respeitam e apreciam, mas eles conspurcam e vendem ao metro quadrado e por um punhado de dólares. Fracos reis, fracos filhos, fazem fraca a forte gente.

Ontem percebi o quanto angolanos celerados estão tão próximos dos colonialistas portugueses e seus filhotes. Vi claramente visto a TPA cometer crimes em série de abuso da liberdade de imprensa. A vítima foi a engenheira Isabel dos Santos. Os criminosos usaram imagens daquela cidadã angolana e engendraram contra ela, insinuações maldosas, um ataque racista sem precedentes, uma agressão xenófoba descabelada.

Hoje fui ver se o director de informação ou mesmo a direcção toda da TPA tinha sido demitida. Se a Procuradoria-Geral da República tinha aberto um inquérito para apurar responsabilidades sobre aqueles ataques racistas. Porque, como se sabe, o racismo é um crime contra a Humanidade que as leis angolanas punem severamente. Tomem nota: Os crimes de ódio não necessitam de queixa das vítimas. Nada aconteceu. Pelo contrário. Chegaram-me ecos de apoio aos crimes gravíssimos.

As virgens ofendidas do Sindicato dos Jornalistas nada disseram sobre o crime racista e xenófobo contra a cidadã angolana Isabel dos Santos. A ERCA remeteu-se ao silêncio. O ministério da tutela ficou mudo. É o princípio do fim. A partir de ontem à noite, o racismo passou a constar na política de informação da TPA.A xenofobia igualmente. O silêncio das autoridades quer dizer conivência.  Silêncio do MPLA quer dizer podridão. O silêncio dos partidos da Oposição quer dizer vitória!

Pela enésima vez vou explicar a parte da projecção física do Direito à Inviolabilidade Pessoal. Todos os seres humanos têm direito à palavra escrita e falada. Têm direito à imagem. Usar imagens da engenheira Isabel dos Santos, numa montagem criminosa, para desencadear a censura da opinião pública contra ela, é de uma baixeza, de uma falta de nível que deste episódio ninguém sai vivo. 

Continuem nesta senda. A UNITA agradece penhoradamente.  

Pessoas com altas responsabilidades políticas e sociais dizem, como quem não quer a coisa, que Welwitschia José dos Santos anda alucinada e drogada. Se entraram no jogo do vale tudo até tirar olhos, não me perguntem o que penso da sua entrevista À CNN Portugal. Porque desse triste episódio só tenho a dizer isto: A perguntadora não é jornalista. E isso viu-se no resultado final. Vale tudo! 

Continuem nessa senda. A UNITA e os seus patronos colonialistas agradecem.

*Jornalista

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