quinta-feira, 3 de novembro de 2022

O DIABO É NAZIFASCISTA E AGUARDA OS 'BOLSONAROS' NO INFERNO

No Brasil anda o diabo à solta. No Brasil está a acontecer o expectável após a derrota por mais de dois milhões de votos que os eleitores de Lula aprontaram a Bolsonaro… Mas nem assim os nazifascistas do Brasil baixam a garimpa e atrevem-se a solicitar aos militares que desencadeiem o golpe militar tão ansiado por eles. Para isso cercam quartéis militares, bloqueiam ruas e as principais estradas brasileiras.

A instigação ao golpe e a cumplicidade mora no responsável direto Bolsonaro que em surdina, mudez e meias-palavras causou toda aquela agitação no Brasil abençoado pelo diabo e com alguma gente feia por natureza. Feia, fascista e derrotada nas urnas eleitorais como manda a democracia que esses energúmenos não querem. Além desses também vão atrás deles e delas os estúpidos influenciados ou arrastados por cobardias difíceis de entender quando moram num barraco e quase todos os dias são visitados pela pobreza, pela fome, pelo esclavagismo, etc., tudo do piorio. Afinal o diabo é fascista e lá aguarda os bolsonaros, feios, porcos, estúpidos e maus. Dito.

Melhor será não meter mais nada na escrita porque sobre o assunto daquela peça fascista e inimiga da democracia, Bolsonaro, muito encontrará a partir deste Expresso Curto – hoje pela lavra do jornalista Ricardo Marques, assalariado do tio Balsemão Impresa de Bildergerg & associados.

Vai ter muito que ler neste Curto e ainda mais no restante Página Global. Avancem, sem medos. Sejam atrevidos/as e desatem a pensar. Não dói nada.

Bom fim-de-semana, quando for. Bons dias. Parece que não. Siga para o Expresso Curto.

MM | PG

ÀS VOLTAS COM AS PALAVRAS

Ricardo Marques | Expresso (curto)

Bloconaro é uma palavra que não existe, mas que cairia no Grande Dicionário da Língua Portuguesa algures na página 226, final da primeira coluna, entre “bloco” (e suas variações, cirúrgico e operatório) e “blog”, significando “bloqueios rodoviários levados a cabo por apoiantes de Jair Bolsonaro, candidato derrotado nas presidenciais brasileiras, incapazes de aceitar a vitória de Lula e desejosos de um golpe militar ou algo parecido que mantenha o presidente no poder”.

Se tal coisa ganhasse vida lexical começaria por lhe dizer que havia ontem à noite 150 bloconaros em estradas federais brasileiras, e que a situação é uma daquelas retas em que não vê o fim – e que está a ser acompanhada em permanência na redação do Expresso. À tarde, já noite em Lisboa, um atropelamento causou ferimentos em várias pessoas na zona de São Paulo. Antes, já o Ministério Público anunciara uma investigação a centenas de manifestantes que terão feito a saudação nazi em São Miguel do Oeste, em Santa Catarina.

A sucessão de bloconaros – entre os que a polícia vai anulando à força, os que nascem e os que resistem – parece avançar a alta velocidade (e um pouco paradoxalmente) rumo ao topo da atualidade.

É ao mesmo tempo causa e consequência.

Como causa já tem no currículo, entre outras, a falta de combustíveis em muitos postos de abastecimento e um número considerável de zeros nas projeções da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo: por dia, os prejuízos chegam a quase dois mil milhões de reais (um “cafezinho” custa 4 reais...).

E Jair Bolsonaro lembrou isso mesmo, ontem, numa declaração que fez no Twitter – e que pareceu mais longa do que a que fizera, ao fim de quase 40 horas de silêncio, para assumir a não vitória nas eleições. “Tem algo que não é legal: o fecho de rodovias”, disse o ainda presidente. “Tem de respeitar o direito de outras pessoas...desobstrua as vias”.

Mas é como consequência que o bloconaro mais assusta. E nem sequer é original na essência, ainda que possa parecer na forma. Já vimos o mesmo nos Estados Unidos e voltaremos a ver um pouco por todo o lado.

O que parecia normal em quaisquer eleições - uns ganham, outros perdem e amanhã é dia de trabalho – tornou-se algo impossível. Os pequenos mundos de cada país estão irremediavelmente divididos, alimentados por mentiras e boatos que correm mais depressa, muito mais depressa, do que a verdade, ela própria transformada numa bola de espelhos onde qualquer um se pode rever.

Lula da Silva vai tomar posse em janeiro. Ainda faltam dois meses.

OUTRAS NOTÍCIAS

Em dias de guerra, começamos por uma notícia de paz. O governo da Etiópia e os rebeldes do Tygrai chegaram a um acordo de tréguas.

Tenho mais uma palavra para si. Está na mesma categoria de bloconaro, mas mais próxima.

Tenho o prazer de lhe apresentar o “sabingo” - o dia de descanso que vai surgir se a semana de quatro dias se tornar uma realidade. É um dia sem ordem fixa na escala dos dias, uma espécie de oitavo dia da semana, que continuará a ter sete. O meu sabingo pode calhar na segunda-feira das outras pessoas, ou na terça. Imagine-se o seguinte diálogo: vamos ao futebol na quarta? Olha, bem pensado, é sabingo.

Para se ir preparando, o Expresso explica-lhe como pode vir a funcionar a semana de quatro dias, apresenta-lhe alguns modelos já existentes e lembra que os patrões não estão muito convencidos.

Já António Costa parece razoavelmente convencido de que está na hora de fechar a torneira dos Vistos Gold. “Provavelmente, já cumpriu a função que tinha a cumprir”, disse o primeiro-ministro. Uma história de dez anos, feita de milhões e tropeções, que pode ler no Expresso. O capítulo final, contudo, está por escrever. Alguns partidos da oposição querem que o fim apareça já no Orçamento do Estado.

Eis que se vislumbra no horizonte uma sigla nova. O Irão, a Argentina e a Arábia Saudita querem aderir aos BRICS. A acontecer, os BRICS (Brasil, Russia, Índia, China e África do Sul) deixariam de ser BRICS e passariam a ser, por exemplo, BARIICSS. Ou SASIBRIC.

Mas nada como manter a terra à vista, e procurar abrigo em siglas mais familiares. Rumemos à FENPROF (e à FNE, e mais algumas) para perceber os efeitos da greve de professores de ontem. E à TAP, para que se façam as contas a uma possível greve, já depois de serem conhecidas as contas da empresa.

Na página 1513 do Grande Dicionário da Língua Portuguesa está a palavra “toupeira”. “Pequeno mamífero insectívoro, de olhos pequenos e rudimentares, e pelagem densa...”. Vem isto a propósito de um processo judicial que deve chegar hoje ao fim: o E-Toupeira, que tem em Paulo Gonçalves, ex-assessor jurídico da SAD do Benfica, a figura central.

Hoje há Conselho de Ministros. E a imprensa diária balança entre a crise (“Centeno contraria Costa e Marcelo e defende plano do BCE contra a inflação”, escreve o Público), as greves (“Os dramas dos professores”, no i, e “TAP coloca contas no verde mas recebe alerta vermelho dos trabalhadores”, no DN) e a justiça (“Centenas de julgamentos adiados por falta de transporte”, escreve o JN).

O inexistente centro de exposições de Caminha – que há dias colocou em xeque Miguel Alves, o agora secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, por conta de um pagamento de 300 mil euros – pode vir a ser construído. Ou não... Um caso político para descobrir neste artigo.

Descoberta melhor do que esta é difícil: um mergulho nas águas profundas de Cascais, Sintra e Mafra. Uma reportagem cheia de cor, peixes e vida submarina.

Voltamos à superfície e ao bloconaro, porque dentro de semanas há eleições nos EUA e a divisão dos pequenos mundos acentua-se.

É dos EUA que chega uma notícia algo preocupante, via “The New York Times”: altos responsáveis militares russos discutiram a possível utilização de armas nucleares na Ucrânia. A administração Biden garante que não há qualquer movimento de tropas russas que indicie essa possibilidade, mas o nível de preocupação terá subido mais um pouco. Entretanto, a Rússia voltou ao acordo de exportação de cereais, algo que pode ler no acompanhamento que o Expresso faz todos os dias da guerra na Ucrânia.

Uma nota breve para lembrar que é hoje apresentado o relatório sobre “O Estado das Aves em Portugal 2022”.

O Papa Francisco aterra esta quinta-feira no Bahrein e a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, estará em Bruxelas, naquela que é a sua primeira visita oficial fora do país e que incluirá encontros com os principais responsáveis europeus.

Ainda de olhos no céu, já madrugada em Portugal, soube-se que a Coreia do Norte lançou mais três mísseis balísticos – tinham sido 23 ontem – que assustaram o Japão.

Em Israel, Benjamin Netanyahu ganhou as eleições e começa a desenhar-se um novo governo,

Também por lá, o Benfica venceu por 1-6 e acabou em primeiro lugar no seu grupo da Champions.

Hoje joga o Braga.

Abel Ferreira é campeão do Brasil, por estes dias a terra dos bloconaros.

FRASES

“Putin é uma personagem shakespeariana, tem uma dimensão teatral que não vive de todo na cultura atual”, Giuliano Da Empoli, autor do livro “O Mago do Kremlin” , que venceu o Grande Prémio do romance da Academia Francesa

"É prematuro pensar em fazer uma pausa na subida dos juros", Jerome Powell, presidente da Reserva Federal, ao anunciar a subida da taxa diretora para 4%, o dobro dos juros do BCE

PODCASTS

Costa, Marcelo e a (perigosa) guerra ao BCE. Marcelo mostrou-se “muito preocupado” com a subida das taxas de juro, Costa disse ao BCE que não é assim que se controla a inflação. Até onde irá esta guerra dos políticos europeus ao banco central independente - e o que esconde ela? Para ouvir na mais recente reunião da Comissão Política

Bolsonaro não desbloqueou estrada da transição democrática . O processo de transição começa hoje, mas não é certo que o governo de Bolsonaro vá colaborar cumprindo inteiramente o protocolo. A ameaça de que os seus apoiantes mais radicais possam bloquear o país vai pairar sobre o Brasil. No Expresso da Manhã, Paulo Baldaia conversa com João Gabriel de Lima, jornalista do Estado de São Paulo e da revista Piauí

O que se passa com o apoio de €125? Milionários a receber. Famílias carenciadas à espera. E um rol de problemas na prestação extraordinária paga em outubro. Perceba no Money Money Money

O QUE ANDO A LER

Comecei há poucos dias a virar as páginas de “Os Perigos do Imperador – Um Romance do Segundo Reinado”, de Ruy Castro (Tinta da China). Tenho de confessar que me rendi antes sequer de começar a batalha.

Haverá forma de resistir a um livro que tem como ponto de partida um livro esquecido e um precioso e improvável diário encontrado numa feira de antiguidades na Praça XV, no Rio de Janeiro? Também acho que não. Mais ainda quando se fala da viagem de D. Pedro II, imperador do Brasil, aos Estados Unidos, em 1876.

O génio de Ruy Castro está na minuciosa atenção dada aos factos históricos – com uma pesquisa riquíssima e pormenorizada, das grandes linhas aos pequenos episódios – e na originalidade com que se cruzam com a trama ficcionada. A linha de força do livro, um atentado contra o imperador em território norte-americano, é ficção. Mas da melhor.

Tenho aqui leitura para mais uns dias.

Pelo meio, e acredito que faça o mesmo, vou ler o Expresso que chega amanhã à banca e tudo o que noticiamos em permanência, de segunda a sabingo, em expresso.pt.

Desejo-lhe uma boa quinta-feira.

LER O EXPRESSO

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