Martinho Júnior, Luanda
ALEXIS CASTILLO, JOVEM COMBATENTE
INTERNACIONALISTA E ANTI IMPERIALISTA DA REPÚBLICA POPULAR DE DONETSK, FALECEU
A libertação dos povos de todo o mundo da arrogância da hegemonia unipolar, tem seus heróis e seus mártires, tal qual muitas sagas que houve de há mais de 200 anos a esta parte, principalmente desde quando uma revolução de escravos numa pequena ilha violentada das Caraíbas, Haiti, saiu triunfante sobre os exércitos colonialistas e escravocratas de Espanha e de França e deu o exemplo a todos os que tiveram, de armas na mão, de se ver livres do colonialismo e do “apartheid”, na América Latina, na Ásia e em África.
As necessidades da libertação conduzem à construção dum “amplo movimento” que não são circunscritos a fronteiras e conferem uma outra visão aos processos de luta, por que a libertação armada significa matriz do conceito que a hegemonia formula, de facto subvertendo o original de forma redutora, como “guerra híbrida”…
Por ser “amplo movimento”, os movimentos de libertação que são obrigados a recorrer às armas, dissolvem o argumento eurocêntrico relativo às definições de “esquerda” e de “direita”, ou seja, necessariamente absorvem integrações provenientes de estratos sociais distintos, de distintas correntes de pensamento e de internacionalistas que se identificam fundamentalmente com os princípios e as razões da luta!
Decidido a ir para a República Popular de Donetsk, o jovem combatente Alexis Castillo foi encontrar o primeiro partido criado na via da libertação, o Partido Comunista de Donetsk, mas ao longo dos anos entre 2014 até à sua morte em 2022, outros partidos surgiram, todos eles vocacionados para a luta armada de resistência e libertação do Donbass!
O “amplo movimento” (que constitui também uma das características essenciais do Não-Alinhamento) é acima de tudo anti imperialista onde quer que se manifeste e isso é suficiente para aglutinar pessoas de todo o espectro social e internacionalistas, unidos pela necessidade consciente de resistência e de luta!
Os avanços que a humanidade tem dado no sentido de se alcançar paz com justiça social à escala global, têm sido pavimentados à custa dos melhores filhos da humanidade ávidos de paz, por que aqueles que se tornaram poderosos, cultivaram a arrogância sobre todos os demais a fim de manterem a todo o custo o domínio bárbaro, sem escrúpulos e matriz de todas as tensões, conflitos e guerras de que há contemporânea memória.Com a revolução industrial as culturas dominantes, colonialistas e neocolonialistas, eminentemente anglo-saxónicas, exacerbaram-se na vertigem de sua exclusividade criminosa, repetindo genocídios desde a formação dos Estados Unidos “da conquista do oeste selvagem”.
Para os Estados Unidos enquanto principal mentor da hegemonia unipolar os outros são colocados ao nível dos “selvagens índios” e sujeitos ao seu domínio, quantas vezes domínio criminoso e genocida tal como foi na “conquista do oeste selvagem”.
Não bastou a imposição de suas moedas e o critério exclusivista dos preços dos bens e produtos, especialmente matérias-primas com realce para os produtos energéticos; para além das instituições financeiras neocoloniais sob sua tutela, tiveram de disseminar 800 bases militares “ultramarinas”, ocupando continentes inteiros, para vergar os outros e subjugá-los como vassalos feudais, ditando as regras de seu exclusivo interesse e conveniência num contínuo desrespeito pelas culturas, pela história, pelas sociedades e pela dignidade dos outros, de facto cada vez mais desrespeito para com toda a humanidade!
A recente Estratégia dos Estados Unidos segundo a administração sob conduta “straussiana” de Joe Biden, é disso inequívoco expoente!
Para África os Estados Unidos trazem arrogantemente o anátema da “competividade” contra russos e chineses, fazendo tábua-rasa das independências e soberanias africanas e impondo linearmente que, quem não é por nós, é contra nós!
A história da humanidade desde a revolução dos escravos no Haiti que tem sido assim, de ingerência em ingerência, de manipulação em manipulação, de conflito em conflito e agora que o planeta entrou em estado de exaustão e o homem arrisca-se enquanto espécie em vias de extinção a definitivamente desaparecer, tanto pior: a hegemonia unipolar tornou-se criminosamente intolerável e intratável em função das exclusões que praticam, reforçando-se com ideologias, métodos e práticas nazis, ressuscitando os tempos de Hitler.
Essa foi a razão da resistência do Donbass ao golpe nazi da praça EuroMaidan, por que os povos da região mais oriental da Ucrânia tiveram a noção exacta do carácter e instrução desse golpe e sentiram-no desde logo na sua própria carne!
As primeiras medidas que os ukronazis fantoches da hegemonia unipolar tomaram, alcançado o poder em 2014, foi começar a dizimar os que não se identificando com eles, honravam o passado e a sua história, a história dos povos que tiveram de enfrentar tal tipo de bárbaros na IIª Guerra Mundial em seu próprio território à custa de danos terríveis e mais de 25 milhões de mortos.
Foi assim na Ucrânia contemporânea resultante da implosão da União Soviética e para homens de consciência, conhecedores do estado do mundo, é por isso legítimo daer-se contribuição na luta de resistência para que assim não seja, por que a hegemonia unipolar, comandada pela loucura “straussiana”, é um flagelo neocolonial para toda a humanidade, tal o empenho na disseminação de caos, de terrorismo, de desagregação e de nazi “apartheid” que propaga utilizando a funcionalidade de mais de 800 bases militares “ultramarinas”…
Animado no espírito de seus antepassados na América, de Simon Bolivar a Hugo Chavez, de José Marti ao Comandante Fidel e ao Che, conhecedor dos sofrimentos por que tem passado a sua própria pátria, a Colômbia, o jovem Alexis Castuillo, que transitou por uma Espanha que guarda no recato de sua memória histórica a República Espanhola, partiu para o Donbass entrando por Kiev e tornou-se num combatente internacionalista e anti imperialista, ao serviço da causa justa da República Popular de Donetsk!
Em Donetsk, desde 2015, Alexis Castillo, que passou a ser conhecido por Afonso Cano, (um dos líderes das Forças Armadas de Libertação da Colômbia, FARC), integrou-se nas fileiras combatentes, dando sua contribuição como militar, aprendendo em plena campanha a cultura os costumes e a língua da pátria que devotada e dignamente abraçou.
Ele acompanhou as motivações da transitoriedade para seu ingresso na Federação Russa obrigada à resistência desde a dissolução da União Soviética e por isso anti imperialista, anto caos, anto terrorismo, anti desagregação e anto neocolonialismo!
Foi ferido em combate em função da detonação da mina anti pessoal que matou seu comandante e por causa dos ferimentos (ele foi atingido por que estava perto dele), veio também a falecer!
O jovem combatente internacionalista e anti imperialista cabe no panteón dos imprescindíveis e todos os honrados antigos combatentes de pátria de Agostinho Neto, conscientes das causas justas da mudança contemporânea de paradigma em benefício de toda a humanidade, juntam-se aos combatentes internacionalistas e aos que lhe rendem homenagem e evocam a memória de sua coragem, do seu imenso mérito e exemplar dignidade, de sua dádiva ética e moral, pela paz!
O Presidente colombiano Gustavo
Petro, inclinou-se perante a figura deste revolucionário pela paz com uma
mensagem no seu próprio twiter: “Alexis, es un colombiano que ha muerto en el
Donbás; sus ideas revolucionarias, quizás equivocadas, quizás no, lo llevaron a
esta guerra con los ojos abiertos. Ha muerto un joven que quizo ser
revolucionario. La revolución es
Aqueles que preencheram as
fileiras da luta contra o colonialismo e o “apartheid” em Angola, sabem que o
jovem combatente colombiano que erguia a bandeira da República Espanhola
Círculo
Nota:
01- “Por quem os sinos dobram”, romance “best seller” de Ernest Heningway sobre a conjuntura e o contexto da chamada “Guerra Civil” de Espanha, que ele próprio viveu entre 1937 e 1939; presenciou como jornalista a batalha do Ebro – https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/acervo/41-quem-sinos-dobram-guerra-civil-espanhola-436165.phtml; https://en.wikipedia.org/wiki/Ernest_Hemingway;
02- Bertold Brecht – https://en.wikipedia.org/wiki/Bertolt_Brecht;
03- Twiter do Presidente Gustavo Petro – https://twitter.com/petrogustavo/status/1586170190882119680?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1586170190882119680%7Ctwgr%5Ee87b57866ff35c63a4c6a3a0c91a640f5efc530b%7Ctwcon%5Es1_&ref_url=https%3A%2F%2Factualidad.rt.com%2Factualidad%2F446367-muere-alexis-castillo-colombiano-donbass;
04- Alexis Castillo vivió 16 años en España y ahora se ha ido a Ucrania a luchar: "No puede haber una solución diplomática si se envían armas " – https://www.cuatro.com/todoesmentira/alexis-castillo-espana-ucrania-luchar_18_3273123942.html.
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