quarta-feira, 22 de junho de 2022

OS CALCANHARES DOS NAZIS DE KIEV – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

O Ocidente está unido na guerra da OTAN (ou NATO) e do estado terrorista mais perigoso do mundo (EUA) contra a Federação Russa. Dizem que a Ucrânia é uma democracia e está a defender os valores democráticos, a essência da União Europeia e a civilização ocidental. Antes da República Popular da China adoptar a política dos dois sistemas um país, o sonho dos patrões de todo o mundo era pagarem salários iguais aos dos chineses e garantirem aos seus trabalhadores os mesmos direitos. Dessa parte desistiram. Agora o sonho dos políticos ocidentais é chegarem aos calcanhares dos nazis de Kiev.

Sonham prender, matar e torturar quem veste de branco ou tem uma braçadeira branca, em sinal de repúdio à guerra. Matar os militantes e dirigentes dos partidos da Oposição. Prender em cárcere privado e secreto o líder da Oposição. Pagar salários rastejantes até aos níveis mais altos da escala social. Produzir milhões de toneladas de trigo e o povo morrer de fome porque os patrões do comediante Zelensky comem tudo. Transformar o celeiro do mundo num asilo de pobres tão pobres que vivem abaixo do limiar da pobreza. São estes valores que Úrsula von der Leyen quer para a União Europeia. São esses valores que Zelensky defende com unhas, dentes e as armas que os ocidentais despejam na Ucrânia. 

Os líderes ocidentais também querem paz mas à custa da eliminação ou subjugação de quem não alinha pelas suas políticas. Querem normalizar tudo pelo neoliberalismo. No mundo deles só há lugar para os Chicago Boys, para os corruptos, os ladrões de alto escalão, os traficantes e os mafiosos. Estiveram perto de conseguir. Mas no final de 2021 tudo começou a correr mal. No início de 2022 a inflação libertou-se das amarras e sobe como um balão de ar quente. Ninguém sabe onde vai parar. No Reino Unido já passou os 10 por cento!

Essa foi a principal razão para apressarem a guerra contra a Federação Russa por procuração passada à Ucrânia. Tentaram isolar o alvo mas o fórum de São Petersburgo mostrou que falharam. Queriam pôr o rublo de rastos e quem rasteja é o euro e o dólar. Querem pôr os cidadãos da União Europeia a pagar a factura e a recusa é evidente.

As eleições em França significam mesmo a devolução da conta a Macron. As manifestações na Bélgica, Reino Unido, França e noutras paragens significam que ninguém vai na conversa de financiar nazis, voluntariamente. As greves em Portugal e Reino Unido são um aviso muito sério aos que querem os valores da Ucrânia no mundo ocidental. A quizomba só agora começou. 

Antes dos veraneantes irem para as praias pôr os lombos ao sol, a contestação social vai ficar feia. A telenovela do Zelensky já não tem audiências. Os pides dele nos Media mundiais já não são ouvidos. Ninguém acredita que a fome no mundo é culpa dos russos porque não deixam sair os grãos ucranianos pelos portos do Mar Negro. Quanto mais infantilizarem os cidadãos, mais grave se torna a situação. Porque a reacção será violenta, primária, acéfala, irresponsável. A alta do preço dos combustíveis vai obrigar a parar os carros. Eles não sabem que o automóvel é a essência da vida na sociedade de consumo e o mais desejado elevador social. Esperem pela resposta furiosa dos despojados do deus com quatro rodas.

Jens Stoltenberg, o primeiro trabalhista norueguês a aderir ao nazismo moderno, chegou a secretário-geral da OTAN (ou NATO) e não perde a mínima oportunidade para manifestar as suas inclinações belicistas. Ainda agora afirmou que a guerra na Ucrânia pode demorar vários anos. O comediante Zelensky saltou logo para o palco e fez o seu papel indicado pela deixa: “Só haverá negociações de paz quando o último soldado russo abandonar território ucraniano”. E garantiu aos pobres ucranianos que vai libertar o Leste, o Sul, a Crimeia, tudo. Nada fica para trás. Ao mesmo tempo a Lituânia impediu o trânsito de mercadorias para enclave russo de Kaliningrad.

 A História repete-se. Primeiro a versão tragédia e depois vem a comédia. Hitler agiu como Biden, Úrsula von der Leyen, Boris Johnson, Jens Stoltenberg e outros belicistas. Queria conquistar o mundo e acabou encafuado num bunker em Berlim. Deixou um rasto de milhões de mortos, a maioria russos e comunistas mais os judeus. Na versão comédia, por enquanto, só morrem ucranianos, russos e os mercenários contratados pela OTAN (ou NATO). Mas por pouco tempo. Os líderes ocidentais tratam a Federação Russa como um antagonista do nível da Ucrânia. Até acham que os ucranianos vão ganhar a guerra.

A comédia está no palco da Ucrânia. No dia em que sair (e pode ser amanhã…) para outros palcos, todo o mundo vai perceber que a Federação Russa não é o Iraque, a Jugoslávia, a Líbia, a Síria, o Iémen ou o Afeganistão. Espero que não seja tarde. 

Para já, começam a ser anunciadas as mortes de militares norte-americanos. Mais os que foram capturados em combate, Na região de Kherson, um fuzileiro naval americano com a patente de capitão, Grady Kurpasi, foi a mais recente baixa. Anda demasiada gente a brincar com o fogo. Os angolanos sabem melhor do que ninguém que a guerra não é uma telenovela. 

Os europeus também tinham todo o interesse em não esquecer o que foi o nazismo. Pelos vistos querem um novo Reich. Fazem mal. Porque agora os mortos não serão apenas soviéticos e judeus. E o palco vai ser o mundo inteiro. Os senhores de Washington que pensem nisso. Para as armas de destruição maciça, qualquer país, qualquer cidade, fica a alguns minutos de distância dos que disparam.

O meu testemunho. Comprava uma botija de gás da cozinha por 20 euros e agora pago 32 euros. Um saco de ração para os meus cães custava 11 euros e agora custa 23 euros. O carapau pequeno (único peixe a que tenho acesso financeiramente) custa mais do dobro. O gasóleo custa mais de dois euros o litro. O pacote de pão de forma custava 80 cêntimos e custa agora um euro e 20 cêntimos. Leite está no dobro do preço. Comer? Uma vez por dia está bom. É mais ou menos isto em toda a União Europeia. 

*Jornalista

TERRORISMO E NUVENS DE COGUMELOS NUCLEARES SOBRE A EUROPA

#Traduzido em português do Brasil

A liderança ucraniana está no seu melhor tentando forçar Moscou a empreender uma ação mais decisiva para acabar com a existência do regime estabelecido em Kyiv.

Em 20 de junho, as Forças Armadas da Ucrânia lançaram ataques contra plataformas de perfuração pertencentes à empresa russa “Chernomorneftegaz” perto da Crimeia. 109 pessoas estavam trabalhando nas plataformas no momento do ataque. Em 21 de junho, 94 deles foram evacuados. Os demais ainda estão desaparecidos. Uma operação de resgate está em andamento.

As plataformas visadas, localizadas a 71 km de Odessa, são instalações exclusivamente civis localizadas longe de quaisquer alvos militares em potencial. Portanto, o incidente de 21 de junho tornou-se apenas um dos mais recentes de uma longa lista de ataques terroristas destinados a danificar a infraestrutura civil e causar vítimas entre as pessoas comuns.

Enquanto isso, na região de Donbass, unidades de artilharia e mísseis das forças de Kyiv visam intencionalmente a infraestrutura civil das cidades de DPR e LPR que estão localizadas atrás da linha de contato real. Donetsk e Gorlovka estão entre os alvos mais comuns desses ataques. Centenas de projéteis atingem essas cidades todos os dias, causando baixas entre os moradores. Com a mudança do foco do avanço russo para Severodonetsk e Slavyansk, as unidades pró-Kyiv desfrutam da liberdade que têm para continuar realizando seus crimes.

Em 21 de junho, as ações militares mais ativas na batalha em andamento no Donbass ainda estão focadas em Severodonetsk, Zolotoe e Slavyansk. Portanto, é improvável que a campanha de terror focada nas cidades de LPR e DPR por forças do 'governo democrático ucraniano' termine tão cedo. Em vez disso, os estados membros da OTAN fornecem às forças armadas de Kyiv armas, inteligência e outros tipos de assistência direta e indireta nessas ações.

As ações das elites de Washington e seus aliados não apenas levaram à criação do estado terrorista na Europa, mas oficialmente tornaram os países da OTAN participantes e facilitadores de ataques terroristas realizados pelas forças de Kyiv.

Este fato é a pedra angular das tensões entre a Rússia e o autoproclamado 'mundo civilizado' e nenhuma palavra vazia de diplomatas europeus e americanos sobre seu compromisso com a 'paz na Europa' mudará isso. Nos anos anteriores, eles não fizeram nenhum esforço real para 'motivar' seus fantoches em Kyiv a cumprir os compromissos no âmbito dos acordos de Minsk e criaram condições nas quais a operação militar russa na Ucrânia se tornou inevitável. Agora, a OTAN está fazendo preparativos ativos para uma guerra aberta com a Rússia sob o pretexto de defender a 'estabilidade e paz na Europa'. Nesse cenário, os estados membros da OTAN poderiam facilmente se encontrar mais próximos das nuvens de cogumelos nucleares que sempre desejaram estar.

South Front

Kaliningrado torna-se na nova arena de confronto entre a UE e a Rússia

Moscovo exigiu o levantamento da proibição de transporte de bens abrangidos pelas sanções europeias e avisou para futuras retaliações.

A Rússia ameaçou a Lituânia para as consequências do encerramento das fronteiras ferroviárias com o exclave de Kaliningrado para o transporte de alguns produtos, que qualificou como acto “hostil”. No entanto, o Governo de Vilnius diz estar apenas a dar cumprimento às sanções económicas impostas pela União Europeia já em vigor.

O confronto latente entre a UE e a Rússia, agudizado pela invasão da Ucrânia, ganhou uma nova frente nos últimos dias. O Governo lituano passou a proibir desde o início da semana a passagem de comboios com algumas mercadorias provenientes de Kaliningrado, o exclave russo na região báltica cuja única ligação terrestre ao restante território da Federação Russa é através da Lituânia, Estado-membro da UE e da NATO e um dos principais apoiantes da Ucrânia, e da Bielorrússia, aliada de Moscovo.

Entre os produtos cuja passagem está vedada estão o carvão, aço, vários tipos de materiais de construção e tecnologia de ponta. De acordo com o governador da região de Kaliningrado, Anton Alikhanov, as restrições aplicam-se a cerca de metade dos bens que chegam ao exclave de outras partes da Rússia.

O Kremlin reagiu em fúria à medida e convocou de imediato o embaixador da UE em Moscovo para prestar esclarecimentos. O Ministério dos Negócios Estrangeiros russo disse que o embaixador Markus Ederer foi informado da “inadmissibilidade destas acções” e foi avisado de que “irá haver retaliações” caso a proibição não venha a ser levantada.

No território com quase um milhão de habitantes, instalou-se um clima de pânico por causa do receio de escassez de bens. Nas redes sociais circularam vídeos de pessoas em supermercados de Kaliningrado a encherem carrinhos de compras, segundo o jornal Moscow Times. No entanto, a situação acalmou-se, de acordo com pessoas citadas pelo mesmo jornal.

O Kremlin enviou a Kaliningrado esta terça-feira o secretário do Conselho de Segurança, Nikolai Patrushev, uma importante figura do círculo mais próximo de Vladimir Putin, para tomar parte numa reunião convocada de emergência. “A Rússia irá certamente responder a estas acções hostis”, disse Patrushev, citado pela agência RIA, acrescentando que a resposta russa terá “um impacto negativo grave junto da população da Lituânia”.

Moscovo acusa as autoridades lituanas de estarem a violar os acordos estabelecidos em 2002 que visavam resolver várias questões fronteiriças perante a entrada da Lituânia na UE e no espaço Schengen. A partir de 2004, Kaliningrado passou a ser uma região russa totalmente rodeada por Estados-membros da UE (Lituânia e Polónia) e, por isso, foi necessário criar formas de permitir a circulação terrestre de bens e pessoas entre o exclave e o resto do território russo, respeitando em simultâneo as regras de circulação de Schengen.

A Lituânia garante que as restrições impostas apenas incidem sobre bens que já eram alvo de sanções europeias e, por isso, não se trata de um bloqueio total. “É irónico ouvir a retórica sobre alegadas violações de tratados internacionais de um país que violou provavelmente todos os tratados internacionais em vigor”, afirmou a primeira-ministra lituana, Ingrida Simonyte.

Para fazer chegar a Kaliningrado os produtos na lista de sanções, a Rússia terá de os transportar por via marítima ou aérea, mas essas alternativas vão complicar o fornecimento do exclave. “Pode haver atrasos e falta de produtos, pelo menos no curto prazo até que as novas cadeias logísticas estejam totalmente operacionais”, disse ao Moscow Times o especialista do Centro de Estudos Europeus de Vilnius, Dionis Cenusa.

O exclave de Kaliningrado tem uma enorme importância estratégica para a Rússia. Durante séculos, Königsberg, como era conhecida, pertenceu à Prússia e, posteriormente ao Império Alemão, sendo um importante porto comercial. Em 1945, na sequência da derrota da Alemanha nazi, a União Soviética anexou este território e transformou-o numa enorme zona militar, expulsando a população alemã e repovoando-o com russos.

Com o colapso da União Soviética, Kaliningrado – nome dado por Estaline em homenagem a Mikhail Kalinin, antigo presidente do Soviete Supremo – deixou de ter ligação terrestre ao território russo, ficando entre a Polónia e a recém-independente Lituânia. Dada a sua posição geográfica, o exclave ganhou uma importância estratégica sem paralelo como uma espécie de posto avançado russo na Europa Ocidental, descrito como o “porta-aviões inafundável” da Marinha russa. Para além de ser a sede da frota russa no mar Báltico, há suspeitas de que a Rússia tenha instalado mísseis com capacidade nuclear na região.

Público

DESGRAÇAS MATINAIS DE PORTUGAL, DO OCIDENTE E DO MUNDO NO CURTO

Bom dia. Raquel Moleiro, jornalista do Expresso, apresenta o Expresso Curto de hoje (ele ainda existe). Já foi às tantas que escreveu sobre as desgraças e mais desgraças que são as guerras. A da Ucrânia não podia faltar com algumas verdades e notórios assobios para o lado. O costume no Ocidente propriedade do Tio Sam e da antecâmara do nazi-fascismo a que airosamente chamam neoliberalismo.

Nem aquela menina Raquel nem outos se enxergam porque talvez só possuam espelhos foscos. Mas Raquel traz referência a uma guerra interna que continua a existir em Portugal e é inconcebível, inadmissível e terrível: a guerra em Portugal contra as mulheres. A coisa horrível que na habitual maneira do que o Ocidente tem herdado dos vícios dos EUA tende a mostrar que elas estão a ser abatidas a tiro por cowboys portugueses. Por cá só ainda falta um desses cowboys se entrincheirar e começar a disparar e a abater transeuntes indiscriminadamente porque sim, como nos EUA. Ou algum racista a abater negros ou outras desgraça qualquer, porque estamos a saber que o controle luso de armas anda falho e há muito armamento à solta nas mãos de criminosos e de malucos influenciados paló país do terrorismo interno e global, os EUA. Mas… Vamos lá adiante.

A modernidade do Ocidente tem por algoz os EUA, a União Europeia segue as pisadas e saracoteia a cauda às ordens dos criminosos a quem a França ofereceu a Estátua da Liberdade por pura estupidez e subserviência à doutrina Monroe, ao racismo Kukluxklan e à seita maçónica. Entre outras…

Com lideranças impostas assim, deste jaez, o que é que esperam que aconteça no Ocidente e no mundo?

Adiante.

Tempo de ler Raquel no Curto. Não é obrigatório mas é sempre bom e bem sabermos as linhas desgraçadas com que a humanidade está a ser tramada. Saúde ao tio Balsemão Bilderberg. Pois. 

Vá ler o Curto que se segue. Bom dia e, ao modo luso, um queijo e um tintol alentejano pomadoso. Armas letais ou mais ou menos é que não. (MM | PG)

Angola | POLÍTICOS ASSUSTADOS COM OS JORNALISTAS – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Hoje quero agradecer a Fernando Pacheco por me permitir escrever sobre Jornalismo. Evidentemente que o meu escrito não terá a acuidade e a ciência dele nas conversas à sombra da mulemba, mas vou dar o meu melhor para expor o que sei e aprendi nas Redacções de 17 jornais, sendo cinco angolanos e mais sete de Língua Portuguesa. Também numa agência noticiosa, estações de Rádio e num canal de Televisão. Isto para dizer que conheço a gramática de quase todas as linguagens da comunicação social. 

Ponto de partida. Para elaborar esta peça li, de uma ponta à outra, aquele que considero o jornal privado angolano com mais tiragem, mas também maior audiência. Primeira página. Registei 12 erros de edição e 15 erros de ortografia, acentuação e sintaxe. Dois títulos de notícias falsas. Sete violações dos critérios que suportam os conteúdos comunicacionais. Segunda página. Uma notícia falsa, seis violações do código de conduta dos jornalistas, 40 erros de ortografia, acentuação e sintaxe. Seis erros de dição. 

Em todas as páginas do jornal detectei 245 erros de ortografia, acentuação e sintaxe. Mais 80 erros de edição. E 17 violações do código de conduta dos jornalistas. Em toda a edição consultada não há vestígios dos princípios da Linguagem Jornalística. Que embora tenha por base o Português, tem uma gramática própria, ainda que aberta.

Meio campo. A Liberdade de Expressão e particularmente a Liberdade de Imprensa nasceram com o Liberalismo. Em 1821, foi adoptada pelas Cortes de Lisboa a primeira Lei de Imprensa, como tributo ao papel de jornais abertos e clandestinos que combateram os invasores estrangeiros e o absolutismo.

Na Constituição de 1822, o seu artigo 2.º dispõe que “A liberdade consiste em não serem obrigados a fazer o que a lei não manda, nem a deixar de fazer o que ela não proíbe”. A livre expressão de pensamentos é reconhecida pela Lei Fundamental do Liberalismo “como um dos mais preciosos direitos do homem (artigo 7.º) e as Cortes são incumbidas de nomear um Tribunal Especial para proteger a liberdade de imprensa (artigo 8.º). 

A Liberdade de Imprensa era de tão preciosa que até foi criado um tribunal especial para dirimir os conflitos com outros direitos fundamentais, sobretudo os Direitos de Personalidade crescentes. Foi neste ambiente que nasceu este conceito: Os jornais são espaços de liberdade, invioláveis e protegidos pela Lei Fundamental contras ataques do poder político e económico. Foi assim que prosperou a Imprensa Livre em Angola e a Imprensa Republicana e Socialista em Portugal.

Angola | SEXO E VIOLÊNCIA NA ELEIÇÃO DE MISS UÍGE

Ariane Júnior | Caras & Celebridades

«As candidatas derrotadas no concurso Miss Uíge, alegam que actual Miss não chegará ao concurso Miss Angola, “só se não formos Bakongos”» MISS UÍGE É AGREDIDA APÓS RECEBER A FAIXA DE MISS UÍGE. 

Depois de três anos, decorreu ontem 18 de junho, o maior concurso de moda feminina. Gala Miss Uíge 2022 que terminou em uma tragédia.Tudo começou quando a candidata número 4, Jandira Monteiro foi eleita Miss Uíge, porém outras candidatas ficaram revoltadas e partiram para a violência, (espancaram brutalmente). Alegando que actual Miss havia anunciado a sua vitória uma semana antes da realização do concurso. 

Apurada as matérias, outras candidatas alegam que ouve envolvimento sexual entre actual Miss e o vice-presidente do Comité Miss Uíge. Em conversa com a BANZELINE, uma das candidatas revelou que a Miss seria a candidata número 15, Neidy Chanzambi, por esta não levar a coroa, mais de uma candidata alegaram que actual Miss não chegará ao concurso Miss Angola, “SÓ SE NÃO SOMOS BAKONGOS”.

Fonte: Banxeline, uma das candidatas.

Angola | As Meninas do Uíge e a Miss Jardada – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Uíge é província de mil belezas e as mulheres não são as menos dotadas. Pelo contrário, estão no topo da lista das maravilhas provinciais. Sei disso desde que, com nove anos, vesti uma camisa branca, calção branco e sapato de alvaiade, para fazer exame de admissão ao liceu. Ia chumbando porque passei o tempo todo da prova a contemplar as belas meninas que prestavam provas como eu. 

A partir de então, desde o internato do colégio onde fui enclausurado ao bairro Candombe, dos meus amores, rendi-me a belezas estonteantes, deusas nunca cantadas por Virgílio e Homero, Vénus que fazem inveja às deusas dominadoras dos olimpos gregos e romanos. Sou um enamorado do Uíge e suas maravilhas.

Este fim-de-semana aconteceu a eleição da Miss Uíge. Acreditem em mim que sou perito na matéria. Elas eram todas belíssimas. Igualmente belas. Deviam ser todas eleitas. Mas o regulamento comete o erro gravíssimo de só permitir a eleição de uma. E foi eleita uma beldade tão bela como as outras beldades. 

À boa maneira do Uíge, a festa acabou com todo o mundo à porrada. Pensam que nunca vi nada igual? Nas farras de sábado à noite, no Candombe, as cenas de pancadaria eram certinhas. Homens contra homens, mulheres contra mulheres, homens e mulheres contra mulheres e homens.

A Maria Luísa, numa estrelada noite de sábado, atirou-se a um sargento do batalhão estacionado na cidade. Porque ele queria sexo oral. 

O quê? Eu mesmo, Maria Luísa, meter a minha boca de comer aí? Nem que fosse no mataco é pá! Nem que foras tenente é pá! E partiu logo para a agressão. Como o abusador estava fardado e nós não gostávamos dos tropozoides porque nos roubavam as namoradas, caímos-lhe em cima e o agredido foi enviado para Luanda em estado que inspirava cuidados especiais. 

Um dedal de kandingolo a mais podia ser combustível para cenas homéricas de porrada. Maruvo, o glorioso champanhe do Uíge, dava makas mundiais. A cena das misses não me admirou. Apenas me fez derramar uma lágrima teimosa de saudade. Porém, fiquei desiludido quando soube que a beldade eleita mais bela que as mais belas, é jardada. Quer dizer, comprou nádegas de plástico. O quê? Uma mulher do Uíge precisa de se jardar? Não. Ela não pode ser da nossa província. É uma infiltrada. A Frente Podre da UNITA (FPU) deve estar metida nisto. Só pode.

Um jornal fantasma entrevistou o Riquinho, empresário de espectáculos. Num texto onde aas palavras são alinhadas por sons e alturas, como na tropa, o escriba afirma que ele “abriu os cordões à bolsa, despendendo milhões de dólares para levantar a moral do povo nos seus momentos mais difíceis, trazendo para o País artistas de distintos pontos do globo para fazer a delícia de todos nós”. 

O Riquinho é bom rapaz. Mas nunca na vida dele teve dinheiro. Essa de abrir os cordões à volva e gastar milhões para nos animar, só pode ser piada. O agente artístico só terá milhões quando às galinhas caírem os dentes. Ele é um teso. Deram-lhe guita e ele voou com as asas dos outros, com o dinheiro dos outros e beneficiando da proverbial negligência de quem não pode ser negligente. Agora aturem-no. 

Um pobre de pedir, um indigente, foi promovido a agente de espectáculos e agora diz que o MPLA lhe deve dinheiro. Quem é o pai da criança? Não interessa. Mas é bom quer alguém explique ao Riquinho que meter a mão na massa dos cofres públicos acabou. Enfim, pode sacar ainda algum mas tem de se inscrever como familiar de algum ou alguma golpista do 27 de Maio de 1977. Pelo menos fato e gravata consegue sacar. Parece que estão abertas as inscrições para os próximos funerais de assassinas e assassinos golpistas. Aproveita! 

O editor de “Opinião” do Jornal de Angola acha que “os Media públicos (mídia não existe em português) têm desequilíbrio nas coberturas eleitorais, realidade que em minha opinião deve dar lugar aos equilíbrios sob pena da descredibilização e desprezo acabarem por ‘ferir’ e deixar sequelas graves à nossa democracia”.  Quem transmite tão bem recados da embaixada o estado terrorista mais perigoso do mundo (EUA) em Luanda, merece uma ração extra de dólares. E um lugar de honra na Frente Podre da UNITA (FPU).

Hoje consegui saber algo que ele devia também saber, se fosse jornalista profissional. O líder da UNITA não participou em qualquer acção de massas digna desse nome. O mesmo se passou com outros dirigentes do Galo Negro. 

O MPLA fez três grandes comícios com milhares de pessoas. Aqui está o desequilíbrio. Os Media, públicos ou privados, cobrem os acontecimentos. Se com a UNITA não acontece nada, vamos fazer mais como? Pela lógica do editor de “Opinião” do Jornal de Angola, para não haver desequilíbrio, os jornalistas deviam ignorar os acontecimentos protagonizados pelo MPLA. Atenção! Jornalismo não é meter notícias na gaveta. 

Tenho uma má notícia para os aprendizes de feiticeiro. Pressionar os Media é uma forma abjecta de censura. O editor de um jornal (em princípio tem mais responsabilidade do que um jornalista comum) censurar o seu próprio jornal, é coisa nunca vista. 

Depois dizem que em Angola não há liberdade de imprensa e os jornalistas são perseguidos. Tudo mentira. Em Angola até há liberdade para dizer mal do jornal onde se trabalha. Gostava de ver o mesmo jornalista dizer mal dos chefes dele na embaixada dos EUA em Luanda. Levava logo um par de patins e cortavam-lhe a ração de dólares. 

*Jornalista

Presidente angolano anuncia revisão da Constituição para preservar "estabilidade"

João Lourenço anunciou hoje, no Conselho de Ministros, uma revisão pontual da Constituição para assegurar a "estabilidade" de Angola. O Presidente também falou pela primeira vez dos incidentes em Cafunfo a 30 de janeiro.

"Com esta proposta de revisão pontual da Constituição pretende-se preservar a estabilidade dos seus princípios fundamentais, adaptar algumas das suas normas à realidade vigente, mantendo-a ajustada ao contexto político, social e económico, clarificar os mecanismos de fiscalização política e melhorar o relacionamento entre os órgãos de soberania, bem como corrigir algumas insuficiências", destacou João Lourenço, no arranque dos trabalhos da segunda sessão ordinária do Conselho de Ministros, em Luanda.

"Depois de uma profunda reflexão e um estudo apurado, mas sobretudo da experiência resultante da sua aplicação nos termos do artigo 233 da Constituição da República Angolana (CRA), decidi tomar a iniciativa de revisão da Constituição, cujos termos serão vistos na presente sessão do Conselhos de Ministros e posteriormente remetidos à Assembleia Nacional para os devidos efeitos", indicou o chefe de Estado.

João Lourenço justificou as alterações com a necessidade de "preservar a estabilidade nacional e os valores" do Estado de Direito democrático. Segundo o Presidente, será feita uma revisão pontual que incide na clarificação do modelo de relacionamento institucional entre o Presidente da República enquanto titular do poder executivo e a Assembleia Nacional no que se refere a fiscalização política; consagração do direito de voto aos cidadãos angolanos residentes no exterior.

"Uma melhor Constituição"

As alterações visam ainda a afirmação constitucional do Banco Nacional de Angola como entidade administrativa independente do poder executivo; eliminação do princípio do gradualismo como princípio constitucional condutor do processo de institucionalização efetiva das autarquias locais; constitucionalização de um período fixo para realização de eleições gerais entre outras matérias.

João Lourenço acrescentou que serão também apresentadas propostas de inclusão de novas matérias e clarificados alguns aspetos da Constituição.

Para o chefe do executivo angolano, pretende-se com estas alterações "ter uma melhor Constituição para que continue a ser o principal instrumento de estruturação da sociedade angolana, capaz de congregar os angolanos em torno de um projeto comum de sociedade de paz, justiça e progresso social".

Cafunfo: Polícias serão responsabilizados

O Presidente angolano falou hoje, pela primeira vez, sobre os incidentes em Cafunfoe garantiu que serão responsabilizados os polícias que terão "praticado atos considerados desumanos". Um mês depois dos acontecimentos, que, segundo a versão oficial, causaram seis mortos durante uma alegada invasão de uma esquadra, mas que testemunhas locais e organizações da sociedade civil descreveram como uma tentativa de manifestação em que foram mortas mais de 20 pessoas, João Lourenço disse que se aguardam ainda as conclusões do inquérito em curso.

Segundo o chefe de Estado, o país foi surpreendido no dia 30 de janeiro com um "ato de rebelião armada na vila de Cafunfo, na Lunda Norte, protagonizado por cidadãos nacionais e estrangeiros que atacaram com armas uma esquadra policial", resultando em consequência da reação das forcas policias a morte de seis insurgentes e alguns feridos "que foram prontamente assistidos nalgumas unidades hospitalares".

O Presidente lamentou a perda de vidas humanas "19 anos depois do calar definitivo das armas no país e do restabelecimento da paz entre os angolanos", mas condenou "energicamente" a ação, desencorajando a prática de todos os atos que atentam contra a segurança e a soberania nacional, contra a Constituição e a lei como a tentativa de divisão e desmembramento ou separação de parcelas do território nacional.  

João Lourenço deixou também recados às organizações não-governamentais, bispos católicos e partidos da oposição que condenaram a ação da polícia no que descreveram como um massacre. "Surgiram visões que se apressaram a condenar a ação policial que frustrou a ação criminosa, e não os atores do atentado contra o Estado angolano. Para estas pessoas e organizações, criminosa é a polícia porque, no seu entender, os que na madrugada atacaram com armas a esquadra policial são pacatos cidadãos que realizavam uma simples manifestação reivindicando melhores condições de vida", disse.  

Segundo o chefe de Estado, incluem-se neste grupo "partidos políticos com assento parlamentar cujos deputados juraram cumprir e fazer cumprir a lei". Neste sentido, continuou o chefe do executivo angolano, é preciso deixar que "os competentes órgãos do Estado, o Serviço de Investigação Criminal (SIC), a Procuradoria-Geral da República (PGR) e os tribunais apurem toda a verdade dos factos, a responsabilidade de cada um dos participantes e atuem dentro dos termos da lei".  

João Lourenço disse ainda que é preciso aguardar pelas conclusões do inquérito em curso e a responsabilização criminal dos agentes da polícia que "terão praticado atos considerados desumanos desonrando a farda que envergam". O chefe de Estado angolano condenou ainda "veementemente esse tipo de práticas que em nada dignificam a corporação".

Deutsche Welle | Lusa, ms

Angola | Lista da UNITA: Adalberto Costa Júnior à frente, Chivukuvuku é número 2

A UNITA entregou hoje ao Tribunal Constitucional a sua candidatura às eleições gerais. O líder do partido, Adalberto Costa Júnior, candidata-se à Presidência da República. Abel Chivukuvuku é o número dois na lista.

A lista da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) tem 130 efetivos e 45 suplentes. À frente, como cabeça de lista e candidato a Presidente da República, está Adalberto Costa Júnior. Em segundo lugar aparece Abel Chivukuvuku.

Em declarações à DW África, o porta-voz da UNITA, Marcial Dachala, confirma apenas os primeiros dois nomes na lista.

"A lista é composta pelas personalidades da UNITA, das forças que, com a UNITA, concorrem sob os símbolos da UNITA, personalidades de forças políticas agregadas à UNITA e personalidades da sociedade civil", diz Dachala. "Quando for publicada pelo Tribunal Constitucional, as pessoas saberão exatamente as personalidades que integram a lista".

Durante a entrega da candidatura da UNITA, esta terça-feira (21.06), dezenas de pessoas, alegadamente militantes do partido, protestaram em frente ao tribunal, mostrando-se descontentes com a lista submetida.

"Abel Chivukuvuvku e os seus Sequazes na Lista da UNITA Não!", lia-se num dos cartazes empunhados pelos manifestantes.

Rejuvenescimento da lista?

O partido garante, no entanto, que a sua candidatura às eleições de 24 de agosto abre a porta a uma "nova geração".

Há pouco mais de uma semana, o Novo Jornal avançou que três figuras da "velha guarda" do partido teriam colocado os seus lugares à disposição: Abílio Kamalata Numa, Lukamba Paulo "Gato" e Albano Chassanha.

Nestas eleições, o grande objetivo da UNITA – que integra a plataforma Frente Patriótica Unida juntamente com Bloco Democrático e o PRA JA - Servir Angola, de Abel Chivukuvuku – é destronar o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) do poder, após quase meio século de governação.

Angola "necessita de alternância política como precisa do oxigénio para respirar", diz o porta-voz da UNITA, Marcial Dachala.

"Eu acho que o que estamos a fazer é algo de particularmente inovador. Neste momento, o grande objetivo é a união de sinergias, de inteligências, saberes e vontades para a alternância do poder político".

Dachala promete que o programa eleitoral do partido será apresentado em breve.

Deutsche Welle |  ic, gcs, bd, Lusa

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