Artur Queiroz*, Luanda
Um míssil russo atingiu o monumental teatro, no centro da cidade ucraniana de Chernigov. A propaganda dos que fazem a guerra contra a Federação Russa até ao último ucraniano logo informou que morreram civis e entre estes, uma criança. No tempo em que os animais não falavam nas televisões e existiam jornalistas, a censura era uma coisa abominável e ninguém aceitava. Censura jamais! Em Fevereiro de 2022 o ocidente alargado decretou a censura aos Media russos e a tudo o que tenha a ver com o país. Os jornalistas apresentaram-se no distrito de recrutamento para serem mobilizados como censores. O jornalismo já estava moribundo. Nesse momento morreu mesmo de morte matada.
A Federação Russa anunciou em Fevereiro de 2022 que lançou uma “operação especial” para desarmar e desnazificar a Ucrânia, país cujo governo desencadeou uma limpeza étnica no Leste, região habitada por russos. Mandar armas para a Ucrânia é apostar tudo na guerra. Porque o Presidente Putin já disse e repetiu que a operação só acaba “quando os objectivos forem cumpridos”. Desarmar é um deles. Se mandam armas de pequeno e largo alcance, de baixo ou alto extermínio, a guerra continua.
A questão da censura está tratada. A questão da limpeza étnica no Leste da Ucrânia pelos nazis de Kiev, desde 2014, também está resolvida. Falta arrumar a questão com esta pergunta: Quem vai ganhar a guerra, os que querem desarmar ou os que armam a Ucrânia?
O Banco Mundial acaba de divulgar que a economia russa já ultrapassou a alemã. Alemanha é o motor da União Europeia, gripou e o dinheiro voou. As potências ocidentais pensavam que impondo ilegalmente sanções à Federação Russa arrumavam a questão. Pelos vistos funcionou ao contrário.
O estado terrorista mais perigoso do mundo tem o maior exército do mundo, 1,39 milhões de militares. O orçamento anual para manter a máquina de guerra é de 760 mil milhões de dólares. A segunda força militar mais poderosa do mundo é da Federação Russa (830 mil militares) mas tem uma Marinha mais poderosa do que os EUA. E o maior arsenal nuclear do mundo. De longe!
As tropas e as armas dos EUA
estão muito longe da Ucrânia. As armas e os militares da Federação Russa estão
ali ao lado.
Na cimeira da Crimeia que hoje
aconteceu em Kiev, os grandes líderes mundiais falaram por videoconferência.
Apareceram chefes de estado e de governo vizinhos, todos de extrema-direita
(que é alimentada pelo racismo, não esqueçam). Estavam
O presidente de Portugal visitou
Kiev de surpresa. Ninguém sabia de nada, uma visita mantida em segredo até à
última hora. Por isso é que todas as televisões de Portugal o esperavam
Os russos entraram em pânico quando Marcelo Rebelo de Sousa chegou a Moshchun e entrou nas trincheiras. As tropas russas aceleraram a debandada. Muitos soldados desmaiaram e outros paralisaram, tal era o terror. A CNN Portugal pôs o Juca Magalhães, “dopinha de mada” (sopinha de massa) a dizer que Marcelo foi o primeiro chefe de estado a entrar numa trincheira na Ucrânia! Os portugueses são sempre os primeiros em tudo.
Marcelo, de fato e gravata, saiu da trincheira e disse aos carregadores portugueses de câmaras e microfones: Isto fez-me regressar à I Guerra Mundial! Alguém lhe deu de beber no recato da trincheira porque o senhor nasceu em 1948, ano em que até já tinha terminado a II Guerra Mundial. Podia ter entrado nas trincheiras da Guerra Colonial mas o papá, ministro e governador do colonial-fascismo, “livrou” o filhote da guerra não fosse o diabo tecê-las. Assim o chefe supremo das forças armadas portuguesas fez o seu baptismo de guerra numa trincheira da Ucrânia. Este vai a marechal, como o Carmona!
Depois de pôr os russos em debandada, Marcelo Rebelo de Sousa Inspeccionou quadros eléctricos num prédio em escombros e falou com uma senhora. O que sentiu quando este prédio foi bombardeado? Medo. E que idade tem? Apenas 70 anos. Ninguém lhe dá mais do que 69 anos e 11 meses!
Da trincheira e do prédio
No local da cimeira da Crimeia soou o alarme. Vinham mísseis a caminho! Segundo alarme. Chefes de estado e de governo à rasca. Cândida Pinto, a mulher-a-dias que faz de repórter da RTP, perguntou a Marcelo: Teve medo? E ele espumando heroísmo pela boca, pelo nariz, pelos olhos, pelos ouvidos: As coisas são como são. Mas tem havido uma resposta integral da Ucrânia aos ataques russos. Os seguranças é que estão mais preocupados. Eu não.
O microfone da TSF avança para o nariz da arma secreta portuguesa. O herói do mar nas trincheiras da Ucrânia: A cimeira sobre a Ucrânia é importante, Depois enrolou a língua no palato e nos dentes: Não aceito a ocupação da Crimeia. Reafirmo-o. Não podemos separar a Crimeia da questão genérica da invasão russa. A linha da política externa portuguesa é esta. O agressor deve cessar a sua agressão.
Senhor presidente convidou Zelenski a visitar Portugal? E a arma secreta portuguesa: Ele gosta de estar na frente de batalha! É militarmente sensível. Vai até ao fim do caminho. Aqui Marcelo tem razão. Os donos deram ao nazi de Kiev ordem para aguentar a guerra até ao último ucraniano. E ele com a grande sensibilidade que demonstra está a obedecer. E se o presidente português ficar nas trincheiras, dentro de dias o ocidente alargado está livre dos russos, esses comunistas danados!
O chefe dos portugueses ainda atirou com esta para os títulos dos jornais: As fronteiras da Ucrânia são as fronteiras de Portugal.
A CNN Portugal, sem se deter, foi ouvir o André Ventura, chefe dos racistas portugueses (racismo é o combustível da extrema-direita…). E o companheiro de jornada proclamou: Marcelo Rebelo de Sousa é o maior. Parabéns por ter ido à Ucrânia. Abaixo os comunistas.
Este também vai para as trincheiras ucranianas e leva um cachecol do Benfica. Os portugueses são muito divertidos. Eu sou contra todos os nomeados. Mal comportado!
*Jornalista
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