terça-feira, 18 de abril de 2023

FUGAS DE INFORMAÇÃO SECRETA DOS EUA ANUNCIAM O FIM DA UCRÂNIA

Documentos de inteligência dos EUA vazados expuseram a desinformação ocidental sobre a vitória da Ucrânia na guerra. Agora a luta pesada se move para Washington, escreve Joe Lauria.

Joe Lauria*, especial para Consortium News | # Traduzido em português do Brasil

Uma manchete do Washington Post na semana passada foi uma bomba para alguém que só leu sobre a guerra na Ucrânia no  The Washington Post e em outros meios de comunicação ocidentais: “Os EUA duvidam que a contra-ofensiva da Ucrânia renderá grandes ganhos, diz documento vazado”.

A história admite que o público da mídia ocidental foi enganado sobre o curso da guerra, que essencialmente o que a grande mídia tem relatado sobre a Ucrânia tem sido um monte de mentiras: ou seja, que a Ucrânia está vencendo a guerra e está pronta para lançar uma ofensiva que irá conduzir a uma vitória final. 

Em vez disso, o segundo parágrafo do artigo deixa claro que os documentos vazados mostram que a ofensiva ucraniana há muito planejada falhará miseravelmente -  “um afastamento marcante das declarações públicas do governo Biden sobre a vitalidade das forças armadas da Ucrânia”.  

Em outras palavras, as autoridades americanas têm mentido sobre o estado da guerra para o público e para os repórteres que relataram fielmente cada palavra sem um pingo de ceticismo.

O Post  disse, como se fosse uma coisa ruim, que os vazamentos provavelmente “encorajarão os críticos que acham que os Estados Unidos e a OTAN deveriam fazer mais para pressionar por uma solução negociada para o conflito”.

Isso começou a acontecer. Escrevendo no super-Estabelecimento de Relações Exteriores ,  o ex-funcionário do Departamento de Estado Richard Haass e  Charles Kupchan, membro sênior do Conselho de Relações Exteriores,  escrevem que “é difícil se sentir otimista sobre o rumo que a guerra está tomando”.

Em “The West Needs a New Strategy in Ukraine:  A Plan for Getting From the Battle to the Negotiating Table”, eles dizem:

“O melhor caminho a seguir é uma estratégia sequencial de duas frentes destinada a primeiro reforçar a capacidade militar da Ucrânia e depois, quando a temporada de combates terminar no final deste ano, conduzir Moscou e Kiev do campo de batalha para a mesa de negociações.”  

O artigo não menciona os vazamentos, embora tenha sido publicado depois que as revelações deixaram claro que a ofensiva ucraniana, destinada a romper a ponte terrestre da Rússia para a Crimeia, falharia.

Preenchido com a conversa usual sobre a Ucrânia ter melhor “habilidade operacional” do que a Rússia e que a guerra terminará em um “impasse”, a peça representa uma estratégia emergente no Ocidente: ou seja, que antes de negociar, a Ucrânia precisa lançar sua ofensiva para recuperar algum território, “impondo pesadas perdas à Rússia, encerrando as opções militares de Moscou e aumentando sua disposição de contemplar um acordo diplomático”.

Mas isso é uma tarefa difícil. É improvável que Moscou negocie no final da ofensiva ucraniana, especialmente porque o artigo admite a “superioridade numérica dos militares russos” e que a Ucrânia está “enfrentando restrições crescentes tanto em sua própria mão de obra quanto na ajuda do exterior”. 

Moscou estava pronta para fazer um acordo com Kiev um mês após a intervenção da Rússia, mas o Ocidente, com sua estratégia de prolongar a guerra para enfraquecer a Rússia, anulou-o. Por que Moscou aceitaria um acordo agora, quando a Ucrânia está em seu ponto mais fraco e a Rússia está prestes a obter ganhos significativos no campo de batalha?

O artigo de Relações Exteriores admite: “Essa jogada diplomática pode muito bem falhar. Mesmo que a Rússia e a Ucrânia continuem sofrendo perdas significativas, um ou ambos podem preferir continuar lutando”.

“No final desta temporada de lutas”, diz o artigo, “os Estados Unidos e a Europa também terão bons motivos para abandonar sua política declarada de apoiar a Ucrânia 'pelo tempo que for necessário', como disse o presidente dos EUA, Joe Biden .

E o que vem a seguir? “Os aliados da OTAN iniciariam um diálogo estratégico com a Rússia sobre o controle de armas e a arquitetura de segurança europeia mais ampla.”  

Incrivelmente, isso é o que a Rússia estava pedindo antes de sua intervenção em fevereiro de 2022 e foi rejeitado pela OTAN e pelo artigo do US Now a Foreign Affairs que o recomenda.

Não há melhor sinal de que a Ucrânia perdeu esta guerra?

Tmor-Leste | Sondagem do M-SRI divulgada pela Lusa não tem validade científica

M. Azancot de Menezes* 

A Agência de Notícias Lusa divulgou os resultados de uma “sondagem” realizada pelo recém-criado Matadalan Survey & Research Institute. Os atropelos ao método científico são gravíssimos, pelo que, quer se goste ou não, a pesquisa não tem credibilidade nem validade científica.

No passado Sábado, dia 14 de Abril, no Hotel Novo Turismo, em Díli, o Matadalan Survey & Research Institute (M-SRI), instituição lançada no mesmo dia, apresentou o resultado de uma “sondagem” sobre a intenção de voto dos cidadãos timorenses nas Eleições Parlamentares agendadas para 21 de Maio de 2023.

Até aqui (quase) tudo normal, contudo, algo começou a suscitar estranheza quando foi referido pelo M-SRI que na sessão de apresentação da sondagem não seria permitido ao público fazer perguntas para solicitar esclarecimentos. Quem tivesse dúvidas sobre os resultados da sondagem e quisesse fazer perguntas deveria solicitar um Fórum para discussão. Que “caravana” de pesquisadores com agendas estruturadas!

Ora bem, neste Fórum (Jornal Tornado), irei problematizar no sentido de fazer uma análise crítica à mencionada sondagem e demonstrar a ausência de validade científica da mesma, apontando as graves violações verificadas em questões de ordem ética de investigação e do método científico que nortearam esta pesquisa, especialmente no que diz respeito ao processo de amostragem.

Erros científicos da sondagem do M-SRI divulgada pela Agência LUSA

Uma sondagem realiza-se tendo em consideração, em termos genéricos, cinco etapas: selecção da amostra, instrumentos de recolha de dados,  recolha dos dados, análise dos dados e relatório.

Como o relatório da sondagem não foi partilhado publicamente, apenas meia dúzia de informações da “ficha técnica” para tentar emprestar credibilidade à sondagem, poderão existir vários tipos de erros relacionados com o instrumento de recolha de dados e também erros que em geral se associam à amostra e à sua representatividade, como o erro de amostragem, o erro de não resposta e o erro de ajustamento, entre outros.

Para que os resultados de uma sondagem sejam credíveis e tenham validade científica a amostra seleccionada tem que ser representativa da população, isto é, a amostra deve ser convenientemente seleccionada da população.

Ora, foi no âmbito do processo de amostragem que se cometeram graves erros científicos, na medida em que a amostra não foi representativa da população porque não foi convenientemente seleccionada da população, como passo de seguida a demonstrar.

A sondagem incidiu sobre uma amostra de 400 sujeitos oriundos de cem centros de votação, sendo 50% de homens e 50 % de mulheres, tendo sido respeitada a representatividade do género.

Mas, na variável idade, consideraram-se apenas quatro grupos etários (17-24, 25-34, 35-49 e 50-70), ou seja, neste aspecto da categorização da faixa etária cometeu-se um “erro de palmatória”, sob o ponto de vista sociológico, técnico e científico.

Um outro erro, igualmente grave, quiçá pior do que o anterior, verdadeiramente escandaloso (!), registou-se no plano da selecção dos sujeitos na medida em que foram premeditadamente eliminados eleitores oriundos de classes sociais com baixo nível académico.

Angola | O MISTÉRIO DO TRAFICANTE DA DROGA – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Alguns “activistas” da UNITA estão presos preventivamente ou a cumprir pena. Os dirigentes ou deputados do partido não querem saber deles para nada. Nem há visitas aos detidos. O traficante de droga Gerson Eugénio Quintas (Man Gena) fugiu para Moçambique. Cumpriu uma longa pena de prisão em Luanda e quando foi libertado tornou-se informador da polícia. Deu “à morte” vários traficantes e os seus antigos parceiros de tráfico tentaram matá-lo. 

Um dos pagadores, alguém da direcção do Galo Negro, garantiu-lhe a fuga para Maputo mas em troca ele tinha que “denunciar” pessoas escolhidas a dedo, entre elas, oficiais da polícia. A fuga do traficante tem sido notícia de primeira na Voz da América (VOA), Deutsche Welle (DW), quase todos os Media portugueses e os habituais pasquins angolanos ao serviço da UNITA. Os seus manos moçambicanos ligados à RENAMO, à embaixada dos EUA ou à União Europeia também fazem o seu ruído. O costume. 

No auge da confusão a UNITA mandou a Maputo três deputados entre os quais o “analista político” Olívio Quilumbo. Eles queriam à viva força falar com o traficante de droga Man Gena. Os “activistas” detidos em Luanda são ignorados. Um traficante refugiado em Maputo foi distinguido com a visita dos parlamentares. Porquê? Eis a resposta.

No dia 24 de Maio de 2014 publiquei no Jornal de Angola uma reportagem com este título: “UNITA Pagou Abastecimentos à Jamba com Três Mil Toneladas de Marfim”. Subtítulo: “Traficantes de droga de diamantes e madeira preciosa criaram um esquema mafioso na Jamba”. Eis o texto:

“Políticos, militares sul-africanos de alta patente, comerciantes e industriais, agentes de serviços secretos beneficiaram da guerra suja da UNITA. Joaquim Augusto, piloto e dono do avião que caiu no quartel da UNITA, com João Soares a bordo, recebeu da UNITA três mil toneladas de marfim em pagamento por serviços prestados. O coronel sul-africano Ian Breytenbach, chefe das tropas da UNITA, denunciou os mafiosos e foi saneado. Um jovem tenente foi afastado dos campos de batalha por “fadiga de guerra” quando descobriu num armazém da Inteligência Militar sul-africana, na Faixa de Caprivi, caixas com dentes de elefante e chifres de rinoceronte.

A imagem de Savimbi foi vendida aos governos ocidentais como um democrata que combatia russos e cubanos em Angola. Mas a realidade era outra: “informei um oficial de inteligência de alto nível, que trabalhava com a UNITA,  de tudo o que sabia. Exigi que acabasse imediatamente com o tráfico de marfim e de droga entre a Zâmbia, Jamba e Joanesburgo”, conta Breytenbach. Mas exigiu mais: “vejam-se livres da máfia portuguesa e tomem imediatamente medidas porque estão a dizimar as manadas de elefantes e rinocerontes”. 

A resposta foi eloquente. O coronel Breytenbach pediu para passar à reserva porque queria gerir o parque natural de Caprivi, na Namíbia ainda ocupada. Iniciou funções mas por pouco tempo. A máfia de traficantes de droga, marfim, madeira e diamantes mexeu os cordelinhos em Pretória e ele foi despedido sem qualquer justificação. “Alistair Macdonald mandou-me uma mensagem onde me informava que tinha sido demitido  a pedido das Forças de Defesa e Segurança da África do Sul”, escreveu o coronel.

Ian Breytenbach reagiu e escreveu uma carta pessoal ao chefe das SADF. Este tomou a decisão de manter o coronel no cargo. Mas alguns dias depois um brigadeiro da Inteligência Militar foi à Namíbia e pôs mesmo Breytenbach fora de combate. O contrabando e o tráfico davam milhões e ele estava a deitar tudo a perder, com os seus princípios de ambientalista.

Angola | OS JOVENS DO PODER POPULAR – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Hoje, Dia Nacional da Juventude, envio esta foto de Carlos Luís Domingos, com três jovens cheios de guzo mas um nadinha mutilados. O primeiro da esquerda é o malanjino João Nunes, autor da linha gráfica do Poder Popular nos anos de 1974/1975. O cartaz onde Agostinho Neto está de punho erguido e cerrado é de sua autoria. 

Um dia, em Fevereiro de 1975, fomos ao Bairro de Saneamento e o João Nunes (também é fotógrafo e professor universitário reformado) fotografou Agostinho Neto no ambiente familiar, com a Mamã Maria e sua esposa, a minha camarada Maria Eugénia Neto. Os filhos Irene, Mário Jorge e Leda ainda não tinham regressado a Luanda. O João Nunes fez muitas fotos que mais tarde foram oferecidas (algumas…) à Fundação Dr. António Agostinho Neto.

O jovem ao centro da foto é o artrista plástico, fotógrafo e cineasta António Ole, luandense da Vila Alice. Kamundongo. Atenção! Esta expressão nada tem de ofensivo. Há quem ache que kamundongo é rato. Mentira. Kamundongo em kimubdu quer dizer janota. Os luandenses são mesmo janotas. E as luandenses variam entre princesas e rainhas.

O jovem Ole mostrou pela primeira vez a sua obra no salão de arte de Luanda. Enquanto jovem repórter escrevi quatro parágrafos sobre o acontecimento e a peça foi ilustrada com uma tela do artista. Vejam bem. Nasceu um grande pintor angolano, dizia aos leitores. Não me enganei. É um dos melhores do mundo.

 Quem tratou do acontecimento com grande qualidade foi a revista “Notícia”, na época servida por grandes aristas gráficos, como Carlos Fernandes (pintor de altíssima categoria) e José Manuel da Nóbrega. O crítico mais importante era Aníbal Fernandes (Farrica ou Cabeças) tradutor do livro “Viagem ao Fim da Noite de Céline. 

Muitos anos depois, António Ole, cada vez mais jovem, e este vosso criado ainda criancinha de leite (eu gostava de adormecer no colo da bailarina Helena de Troia) entrevistou o artista e ele falou pela primeira vez do “Movimento Contínuo”. 

António Ole, agora artista de dimensão universal, falou nestes termos precisos: “Na Arte, um objecto pode desafiar todas as leis, o sagrado e até a função que lhe é atribuída. O seu compromisso é apenas com a harmonia e as formas que brotam da natureza. A forma como esta espiral se desenrola, vórtice voraz, movimento contínuo, rotativo, indagação da síntese extrema, é uma busca incessante da origem das coisas e do mundo”.

O rapazinho da foto à direita é um adorador da Conquista do Pão, livro escrito pelo príncipe Kropotkine. Anarco-libertário dia sim e anarco-comunista dia sim, sim. Afeiçoei-me à reportagem e de vez em quando faço incursões (golpes de mão) na crónica. Jovem como sou, deixei de beber e de fumar. Por isso estou mutilado. Como podem ver pela foto do Carlos Luís Domingos não há garrafas nem copos. Ficaram na mesa ao lado.

Neste Dia Nacional da Juventude ofereço-vos a foto dos três jovens que serviram o MPLA e o Poder Popular. E ainda estão em prontidão para o que der e vier.

Legenda da foto: Da esquerda para a direita, João Nunes, António Ole e Artur Queiroz.

* Jornalista

Quem é Angel, o embaixador do Zimbábue envolvido no contrabando de ouro?

O pregador e embaixador do Zimbábue esteve envolvido em controvérsias, muito antes de um documentário da Al Jazeera expor seu envolvimento em uma quadrilha de contrabando de ouro.

Al Jazeera | # Traduzido em português do Brasil

Harare, Zimbábue – Desde março, um documentário da Unidade Investigativa da Al Jazeera ( I-Unit ) lança luz sobre o comércio ilícito de ouro na África Austral e a lavagem de dinheiro envolvendo figuras poderosas da região, incluindo Auxilia Mnangagwa, esposa do presidente do Zimbábue.

A filmagem expôs como vários indivíduos se aproveitaram das sanções ocidentais contra funcionários do governo e do partido no poder para contrabandear grandes quantidades de ouro e lavar milhões de dólares por meio de uma complexa rede de empresas e subornos.

No documentário de quatro episódios, o embaixador geral do Zimbábue, Uebert Angel, se ofereceu para usar seu status diplomático para lavar milhões de dólares por meio de um esquema de contrabando de ouro, para repórteres disfarçados de criminosos asiáticos.

“Você quer ouro, ouro, podemos fazer isso agora, podemos fazer a ligação agora e pronto”, disse Angel aos repórteres da Al Jazeera.

“Ele vai pousar no Zimbábue – o Zimbábue também não pode tocá-lo até eu chegar em minha casa. Então, pode haver um plano diplomático... é uma coisa muito, muito fácil”, afirmou.

Ele também afirmou que suas operações de lavagem tiveram a aprovação do presidente Emmerson Mnangagwa, que está no poder desde novembro de 2017.

Mas quem exatamente é Angel, o personagem controverso no centro do documentário?

A MAIOR POPULAÇÃO DO MUNDO: A ÍNDIA GANHARÁ OU PERDERÁ?

A Índia tem a maior força de trabalho do mundo. Mas sem bons empregos suficientes, essa vantagem inigualável pode ser um desastre.

Somesh Jha | Al Jazeera | # Traduzido em português do Brasil

Durante décadas, a Índia executou programas de planejamento familiar destinados a conter o crescimento populacional em meio a recursos limitados.

Então, quando a economia indiana decolou após a liberalização na década de 1990, os formuladores de políticas do país mudaram de rumo: a vasta e jovem força de trabalho do país, argumentou Nova Délhi, era um “dividendo demográfico” que pagaria generosamente pela economia indiana.

Agora, essa promessa está pronta para ser testada como nunca antes. A Índia está prestes a ultrapassar a China e se tornar o país mais populoso do mundo, com mais de 1,4 bilhão de cidadãos, em abril, previram as Nações Unidas.

Embora a taxa de natalidade da Índia tenha diminuído nos últimos anos, o país tem uma população em idade ativa maior em números absolutos (1,1 bilhão) e proporção (75% da população) do que qualquer outra grande economia.

Enquanto isso, a China está envelhecendo, com sua população diminuindo em 2022 pela primeira vez em mais de 60 anos. Seu crescimento econômico , que disparou a uma média de quase 10% ao ano desde 1978, agora é anêmico: o produto interno bruto (PIB) do país cresceu apenas 3% em 2022 e, mesmo pelas próprias estimativas de Pequim, deve aumentar em apenas 5 por cento este ano.

As interrupções do COVID-19 e as crescentes tensões geopolíticas com o Ocidente também fizeram com que indústrias e investidores considerassem destinos diferentes da segunda maior economia do mundo para suas cadeias de suprimentos e fábricas.

Então, a população e a força de trabalho potencial da Índia poderiam torná-la a próxima grande história econômica – capaz de capitalizar as lutas econômicas da China? Ou a maior democracia do mundo tem um calcanhar de Aquiles que pode atrapalhar esses sonhos? A Al Jazeera fez essas perguntas aos principais economistas e analistas.

A resposta curta: a protuberância jovem da Índia é uma faca de dois gumes. Para lucrar com isso, a Índia precisará criar empregos suficientes para os milhões que entram em sua força de trabalho todos os anos – um desafio no qual está falhando atualmente. Para isso, a Índia precisa atrair investimentos globais. A janela de oportunidade está diminuindo e, a menos que a Índia aja rapidamente, seu dividendo demográfico pode facilmente se transformar em um pesadelo de desemprego.

Violência armada não vê 'solução nos EUA polarizados' por mais tiroteios em massa

A violência armada é sempre um tema crítico durante as eleições nos Estados Unidos, mas os especialistas chineses veem pouca esperança no círculo político dos Estados Unidos para abordar o assunto devido à sua complexidade histórica e às posições extremamente polarizadas de democratas e republicanos, mesmo com as tragédias relacionadas a armas continuando a ocorrer. no país. 

Global Times | # Traduzido em português do Brasil

No último reflexo da situação miserável, no último fim de semana, o Alabama testemunhou outra tragédia de tiroteio em massa nos EUA, com quatro mortes e 28 feridos, enquanto os potenciais candidatos presidenciais republicanos ainda rejeitaram a ideia de mais restrições que poderiam conter o derramamento de sangue. como eles falaram na reunião anual da National Rifle Association (NRA). 

O tiroteio no Alabama aconteceu no mesmo dia em que tiros foram disparados contra uma multidão em um parque em Louisville, Kentucky. Duas pessoas morreram e outras quatro ficaram feridas. 

Esse incidente foi o segundo tiroteio em massa na cidade em menos de uma semana. Em 10 de abril, um atirador matou cinco pessoas e feriu várias outras no Old National Bank de Louisville, observou a CNN. 

Nos EUA, um total de 157 tiroteios em massa aconteceram este ano até 16 de abril, indicando uma média de 1,48 casos por dia durante esse período, segundo dados divulgados pelo Gun Violence Archive (GVA).    

Esses tiroteios resultaram em 12.358 mortos - sendo 413 menores de 17 anos - e 9.600 feridos, segundo dados atualizados nesta segunda-feira no site.  

Mas o ex-presidente Donald Trump ainda insistiu que "este não é um problema de armas" em seu discurso na tarde de sexta-feira durante o encontro anual da NRA. Mike Pence, o vice-presidente de Trump, também foi direto ao ponto, dizendo que as pessoas deveriam "parar de pisar nos direitos dados por Deus ao povo americano toda vez que uma tragédia acontecer", de acordo com uma reportagem do New York Times na sexta-feira. 

EUA | BASTA DE VIOLÊNCIA COM ARMAS LETAIS

Andrea Arroyo, EUA - 17 de abril de 2023 | Cartoon Movement

A violência armada nos EUA atinge níveis recordes. A violência armada nos Estados Unidos resulta em dezenas de milhares de mortes e ferimentos anualmente. Em meados de abril, o Gun Violence Archive contabilizou mais de 160 tiroteios em massa nos Estados Unidos este ano. No ano passado, o grupo contabilizou 647 tiroteios em massa.

# Traduzido em português do Brasil

AS ENTRANHAS DO CAPITALISMO SANGUESSUGA

No controle da revolução digital, o capital avança à sua fase financista, em que concentra a riqueza em escala jamais vista – sem produzir nada. Para os 99%, trabalho precário e desalento. Governança segue analógica, de mãos atadas e local

Ladislau Dowbor, para o Meer | em Outras Palavras |  Tradução: Maurício Ayer

O Dicionário de Cambridge define o mais-valor como “a diferença entre o valor que um trabalhador recebe e o valor que o trabalhador acrescenta aos bens ou serviços produzidos”. Não é preciso ser marxista para entender que os altos lucros obtidos com baixos salários levam à exploração e ao crescimento desequilibrado. Essa ainda é uma questão crucial, pois o ciclo econômico exige não apenas produção, mas também poder de compra para que os bens e serviços possam ser vendidos. Na tradicional economia industrial do século 20, um equilíbrio razoável foi alcançado através do New Deal nos EUA e do Welfare State em alguns países, basicamente do Norte Global, com políticas públicas equilibrando interesses por meio de tributação progressiva e provisão de bens públicos e serviços. Esse equilíbrio foi derrubado pela extração de riqueza atualmente dominante por meio do rentismo, ou geração improdutiva de riqueza, acima e muito além do mais-valor tradicional. Chamamos isso de neoliberalismo, mas não há nada de liberal nessa história.

Um desafio importante é considerar até que ponto os novos mecanismos de apropriação de riqueza representam uma mudança sistêmica. A escravidão como sistema era caracterizada pela extração de riqueza por meio do controle brutal e da propriedade dos humanos, fazendo com que os escravos trabalhassem para seus donos. Lembremos que não é algo distante, no Brasil foi formalmente abolida no final do século XIX, e subsistiu como prática ilegal até o século XX, também nos EUA, já na era capitalista moderna. O capitalismo não se importa em usar o controle pré-capitalista da força de trabalho. O feudalismo também representou um sistema, consistindo basicamente em uma era de riqueza baseada na agricultura, controle da terra através de feudos e controle dos trabalhadores através da servidão. O apartheid na África do Sul também foi um sistema, com africanos confinados em territórios delimitados, autorizados a ganhar um salário se tivessem um “passe”, levando a uma curiosa mistura de mineração, indústria e serviços modernos e exclusão territorial. O mundo capitalista não se importou com esse sistema, que aliás ainda funciona na Palestina.

O atual capitalismo financeirizado representa um novo sistema, um “modo de produção” no sentido sistêmico? Marx estudou o mecanismo financeiro e o chamou de “capital fictício”, na medida em que seus ganhos dependiam de um segundo nível de extração, tirando parte dos lucros por meio de juros. Mas era um mero complemento da lógica industrial dominante. Na era atual do que se convencionou chamar de neoliberalismo, François Chesnais atualizou a discussão ao mostrar quão dominante o sistema de intermediação financeira havia se tornado, a ponto de mudar a lógica geral do capitalismo, o que ele chamou de “totalidade sistêmica”, baseada no rentismo e globalização financeira. O que vemos nos últimos anos é uma explosão de estudos sobre o funcionamento desse novo sistema, que, na verdade, pouco tem a ver com a tradicional acumulação de capital e apropriação do mais-valor que ainda ensinamos em nossas universidades. O que estamos enfrentando representa sim uma mudança sistêmica, um outro “modo de produção”, envolvendo a base tecnológica, as relações sociais de produção, a forma de apropriação da riqueza e o quadro institucional.

O Sul Global está farto de esperar que a ONU resolva os desafios da humanidade

Embora a China e o Brasil pareçam estar fazendo esforços para trazer a paz à Ucrânia, não há movimentos de paz significativos da ONU, legenda de foto, ONU.

A ONU é, e tem sido por algum tempo, uma instituição sem sentido que apenas age como um idiota útil quando a Casa Branca decide que tem algum papel a desempenhar na proteção dos interesses dos EUA. Muitos países do Sul Global estão agora vendo muito mais valor na criação de estruturas que levam em consideração seus interesses

Roger McKenzie* | Peoples Dispatch

Dag Hammarskjöld, o segundo secretário-geral das Nações Unidas, disse certa vez que a organização “foi criada não para levar a humanidade ao céu, mas para salvá-la do inferno”.

Claro, isso depende muito de que tipo de inferno você tem em mente.

As consequências dos campos de extermínio de Adolf Hitler devem ter dominado o mundo de Hammarskjöld durante seu mandato de 1953 até sua triste morte em um acidente de avião em 1961. Assim deve ter a sombra de uma possível aniquilação nuclear decorrente da Guerra Fria entre os Estados Unidos e a União Soviética .

O que ele pode ter dito, mesmo naquela época, é que os EUA se viam como a potência mundial predominante, preparados para desencadear sua própria versão do inferno quando e como quisessem.

Hammarskjöld devia saber que a ONU era completamente impotente para reinar nos Estados Unidos e poderia, e geralmente fazia, fazer praticamente qualquer coisa que quisesse no cenário mundial.

A ONU é, e tem sido por algum tempo, uma instituição sem sentido que apenas age como um idiota útil quando a Casa Branca decide que tem algum papel a desempenhar na proteção dos interesses dos EUA.

Escândalo de fugas da Administração Biden é mostra desconcertante de incompetência

O FBI prendeu Jack Teixeira, considerado como o responsável pela fuga (vazamento-br) mais importante dos últimos anos nos Estados Unidos.

O jovem teria fotografado centenas de documentos entre os mais secretos dos Estados Unidos e tê-los-ia exibido durante seis meses no Discord, um fórum de jogadores (“gamers”) “emlinha”. Por fim, alguns desses documentos migraram, no início de Abril, para as redes sociais causando repercussão militares e diplomáticas no mundo inteiro. Num piscar de olhos, a Administração Biden obteve de todas essas redes a sua supressão.

Segundo as autoridades dos EUA, Jack Teixeira é um informático de 21 anos afecto à Inteligência da Guarda Nacional. Ele tinha o posto de aviador de 1ª classe.

Este caso desafia o entendimento : como é que um jovem recruta da Guarda Nacional pôde fotografar documentos altamente classificados, dos quais alguns eram destinados apenas ao Presidente Joe Biden e a um punhado de colaboradores?

Contrariamente às primeiras informações, não são apenas cem, mas muitas centenas de documentos que foram revelados. Todos os que foram identificados têm níveis de classificação extremamente elevados, muito mais secretos que os Pentagon Papers ou as fugas para a Wikileaks.

Para além da inacreditável fraqueza dos procedimentos de segurança norte-americanos, as informações que eles contêm (ler o editorial de Voltaire, Actualité International No. 36 ) mostram a incrível ingenuidade dos analistas de inteligência e dos dirigentes dos EUA : para eles, toda a comunicação interceptada é uma verdade absoluta.

Voltairenet.org |  Tradução Alva

Escravização de migrantes africanos é 'grande negócio' financiado pela UE – diz ONU

Escravização de migrantes africanos 'grande negócio' na Líbia graças ao financiamento da UE – diz ONU

Uma investigação das Nações Unidas concluiu que o dinheiro fornecido pela União Europeia a entidades estatais na Líbia facilitou crimes contra a humanidade, desde trabalho forçado e escravidão sexual até tortura.

Alexander Rubinstein* | The Grayzone | Traduzido em português do Brasil

Por meio de seu apoio financeiro à Guarda Costeira da Líbia e à Diretoria de Combate à Migração Ilegal da Líbia (DCIM), a União Europeia ajudou e incitou crimes contra a humanidade, de acordo com um relatório recente da ONU.

Em 27 de março de 2023, as Nações Unidas divulgaram as conclusões de uma investigação de três anos, confirmando que “detenção arbitrária, assassinato, estupro, escravização, escravidão sexual, execução extrajudicial e desaparecimento forçado” se tornou uma “prática generalizada” no outrora - próspera nação da Líbia, que foi mergulhada na guerra civil pela guerra de mudança de regime da OTAN há mais de uma década.

Embora os crimes contra a humanidade tenham sido generalizados em todo o país, o relatório se concentrou na situação dos migrantes e culpou a União Europeia por permitir que o Governo de Unidade Nacional, com sede em Trípoli, decretasse abusos contra africanos em busca de asilo na Europa.

relatório declarou em sua seção introdutória: “A Missão descobriu que crimes contra a humanidade foram cometidos contra migrantes em locais de detenção sob o controle real ou nominal da Direção de Combate à Migração Ilegal da Líbia, da Guarda Costeira da Líbia e do Aparelho de Apoio à Estabilidade. Estas entidades receberam apoio técnico, logístico e monetário da União Europeia e dos seus Estados membros para, nomeadamente, a interceção e retorno de migrantes.”

Portugal | Cartoons de Abel Manta regressam em livro para «celebrar Abril»

A editora Tinta da China anuncia a reedição, no próximo dia 20, do livro com os «icónicos cartoons» de João Abel Manta, dos anos de 1969 a 1979, no sentido de «celebrar Abril». 

Ao fim de 48 anos, esta é a primeira reedição de Cartoons, agora abrangendo os anos de 1969 a 1992. «Levou, pois, quase tanto tempo a que estes desenhos regressassem ao convívio dos leitores portugueses como o que durou o regime derrubado pela Revolução de Abril de 1974», afirma a editora, no texto de apresentação da obra.

«Fechados já os jornais para onde eles foram enviados, amarelecidas ou apodrecidas as edições onde foram impressos, esquecidos até alguns dos momentos ou personagens neles representados, aqui os temos de novo, tão brilhantes e pertinentes como quando saíram do estirador de João Abel Manta», lê-se na página da Tinta da China na internet.

Aqui se incluem cartoons anteriores a 1975 que não constavam da primeira edição, Cartoons 1969-1975, «e todos os posteriores a esse ano, com notas, datação rigorosa, organização cronológica e uma introdução "contextualizadora" deste trabalho».

A organização e textos são de Pedro Piedade Marques, licenciado em História de Arte pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto.

A primeira edição, Cartoons 1969-1975, foi publicada em 1975 pelas edições O Jornal e incluía um prefácio de José Cardoso Pires, para quem João Abel Manta ilustrara «Dinossauro Excelentíssimo», sátira a Salazar e à sua ditadura, que teve primeira edição em 1972.

Portugal | NUM PAÍS MACHISTA, O ASSÉDIO NÃO SE ESTRANHA

Paulo Baldaia* | Diário de Notícias | opinião

Portugal é um país profundamente machista. Não tendo vivido noutro país que não neste, não sei dizer se é mais machista que muitos outros mas é, seguramente, mais machista do que é suportável no século XXI. O assédio não é sequer um problema onde o homem é sempre o agressor e a mulher é sempre a vítima, mas a razão da indiferença é a mesma: puro machismo. É o orgulho masculino exagerado que impede um homem de se queixar de uma situação de assédio sexual e é a consciência de uma hierarquia social desfavorável que impede a mulher de o fazer.

Sem ilusões. Como o que sabemos sobre assédio é a pontinha de um grande icebergue, não vale a pena fazer grandes extrapolações sobre as estatísticas que existem, sendo certo que as mulheres são as grandes vítimas. Em relação ao assédio, como em relação a muitos outros crimes de género, somos treinados para procurar uma desculpa, uma explicação por mais esfarrapada que seja. A mais comum é a de que se trata de um simples jogo de sedução mas, no fim da linha, está sempre lá a culpa da vítima. Em vez de mostrarmos a nossa intolerância com um superior hierárquico que convida para casa ou para um quarto de hotel (onde estão todos numa conferência, por exemplo) uma subalterna para resolver um problema profissional ou académico, responsabilizamos a vítima por ter aceitado. Como se tudo o que acontece a seguir fosse determinado pela vítima. E o que nunca falha é a condenação das mulheres que só anos mais tarde se sentirão com força, muitas vezes porque outras também o farão, para se queixarem. A sociedade é machista na distribuição do poder e na distribuição das culpas. Dá o poder aos homens e a culpa às mulheres. São séculos e séculos de História.

Chegados aqui, ao ano 23 do século XXI, o que me assusta é olhar para duas áreas que é suposto poderem ajudar a criar uma ideia mais justa de sociedade, a academia e a comunicação social, e perceber que elas estão muito longe de refletirem nas suas estruturas o cada vez maior número de mulheres nessas profissões. Num lado como no outro, nas faixas etárias mais novas, já começa a haver mais mulheres que homens, mas os cargos de chefia são na proporção de 4 para 1. Os últimos dias voltaram a trazer à tona partes do icebergue que estava submergido nas instituições do Ensino Superior e o mesmo já tinha acontecido na televisão. É preciso que se saiba que nas redações também acontece.

A maior injustiça que podemos cometer com essas vítimas é acusá-las de não se terem sabido defender, como já vi acontecer, desconhecendo as fragilidades que transportavam, a começar pelo medo que se deve sentir quando se vê que há gente que sabe e não faz nada. Este caso do CES vem recordar-nos que é sempre assim. Há muito trabalho a fazer. Para que quem sofre assédio se sinta capaz de o denunciar, é preciso que todos os outros se deixem de desculpa e tratem o assédio como algo verdadeiramente intolerável.

*Jornalista

Portugal | O MILAGRE DA MULTIPLICAÇÃO DAS PENSÕES

João Silvestre, editor de Economia | Expresso (curto)

Bom dia,

(Antes do mais um convite: Junte-se à Conversa com a equipa do Expresso, desta vez sobre "O Governo aguenta o TAPgate?". Quarta-feira, dia 19 de abril, às 14h00. Inscreva-se aqui.)

O Governo teve um início de semana a grande velocidade. Já sabíamos que Fernando Medina iria apresentar o seu primeiro Programa de Estabilidade mas não esperávamos um grande anúncio sobre pensões. Um bónus aos reformados que, não só vão recuperar na sua pensão nominal o valor da atualização que não tiveram em janeiro deste ano, como vão tê-lo já em julho. Perdido em tudo isto? Confira a história do aumento intercalar das pensões em 10 pontos no dia em que António Costa recusou ter mudado de opinião sobre a atualização das reformas ou ter recorrido a truques ou ilusões. É uma subida de 20 euros para quem recebe a pensão média e que ultrapassa 200 euros nas reformas mais altas.

O anúncio apanhou quase toda a gente de surpresa. Mas nem por isso acabaram as críticas da Oposição: há quem peça mais crescimento económico ou quem exija mais medidas ao governo. Até Marcelo Rebelo de Sousa já reagiu. Diz o presidente da República que o Governo já podia ter aumentado as pensões – até porque poderia ter problemas legais – e avisa que será difícil não haver mais apoios se for necessário. Recorde aqui todo o filme de um dia cheio na política no direto do Expresso.

O dia começou com a apresentação do Programa de Estabilidade e Crescimento 2023-2028. Em tempo de inflação elevada e ameaça de recessão em vários países, Fernando Medina trouxe números favoráveis: crescimento revisto em alta para 1,8% este ano, convergência com a zona euro, dívida pública abaixo de 100% do PIB até 2027 e caminhada para um excedente orçamental. A confirmarem-se os dados, Medina tem algumas razões para otimismo numa economia que é das mais lentas do mundo até 2028 e que se vê utrapassada por vários ‘novos’ países da União Europeia. Além das pensões, que mais tarde António Costa e Ana Mendes Godinho detalharam, Medina prometeu ainda descidas de IRS nos próximos anos.

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