O rosto dele não vos é familiar. No entanto, Li Hui é um dos mais importantes diplomatas chineses. Foi ele que veio propor aos Ocidentais um acordo de paz na Ucrânia. Foi recebido com amabilidade, mas ninguém o quis escutar.
Thierry Meyssan*
Em nome da China, Li Hui veio propor aos Ocidentais fazer a paz na Ucrânia reconhecendo os seus erros. A sua análise é precisa e fundamentada. Mas os Ocidentais não o escutaram. Prosseguem o discurso que estabeleceram durante a Guerra Fria sem descanso : eles são democratas, enquanto os outros, todos, não o são. Mantêm o seu apoio à Ucrânia, mesmo se esta já não tem mais soldados suficientes e perdeu no terreno.
Na semana passada eu lembrava que, pelo Direito Internacional, a venda de armas implica responsabilidade pelo seu uso [1]. Por conseguinte, se os Ocidentais armam a Ucrânia, eles devem garantir que esta só usará as armas para se defender e nunca para atacar o território russo de 2014. Caso contrário, eles entrarão, mesmo sem querer, em guerra contra Moscovo (Moscou-br).
Efectivamente, eles continuam velando a não se tornarem co-beligerantes. Por exemplo, primeiro removeram certos sistemas de armas dos aviões que prometeram à Ucrânia antes de lhos fornecer. Assim, estes não dispõem da possibilidade de disparar em voo, a partir da Ucrânia, mísseis ar-solo contra alvos distantes no interior da Rússia. No entanto, a prazo, os Ucranianos poderiam se munir do material necessário e reequipar com tal os seus aviões.
O truquezinho que consiste em armar a Ucrânia sem lhe dar os meios para atacar Moscovo é hoje desmontado pela diplomacia chinesa. O Wall Street Journal relatou alguns aspectos desses contactos ao mesmo tempo que escondia a base da posição chinesa [2].