segunda-feira, 28 de agosto de 2023

Na escadaria do Lincoln Memorial, há 60 anos, hoje -- Mahalia Jackson

E de vez em quando, uma voz pode importar. Mahalia Jackson era uma delas.

Bev-Freda Jackson * | Escola de Relações Públicas da Universidade Americana | Consortium News | # Traduzido em português do Brasil

Conhecida em todo o mundo como a “ Rainha do Evangelho ”, Jackson usou sua voz poderosa para trabalhar no Movimento dos Direitos Civis . A partir da década de 1950, ela viajou com o Rev. Martin Luther King Jr. por todo o Sul e o ouviu pregar nas igrejas negras sobre uma visão que só ele poderia ter.

Mas em 28 de agosto de 1963, nos degraus do Lincoln Memorial, algo não parecia certo para Jackson enquanto ela ouvia King fazer seu discurso preparado. King estava lendo seus comentários preparados quando ela fez uma sugestão simples .

“Conte-lhes sobre o sonho, Martin”, ela pediu a King , “conte-lhes sobre o sonho”.

Inspirado, King deixou de lado seus comentários preparados e improvisou de coração. Para os cerca de 250.000 que se juntaram à Marcha sobre Washington por Emprego e Liberdade naquele dia, ouviram King proferir um dos seus sermões seminais .

“Eu tenho um sonho”, pregou King, “que um dia esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado do seu credo: consideramos que estas verdades são evidentes por si mesmas, que todos os homens são criados iguais”.

Embora mais memorável, a voz de King não foi a única naquele dia, 60 anos atrás. A outra voz, aquela que King ouvia e atendia, pertencia a Mahalia Jackson.

“Uma voz como a dela surge uma vez a cada milênio”, disse King certa vez .

ANORMALIZAR O IMPÉRIO

A principal tarefa de Hollywood e da grande imprensa ocidental é colocar um rosto amigável e de aparência normal num império global que domina o mundo usando violência e coerção ininterruptas. O trabalho deles é normalizar continuamente a tirania bizarra.

Caitlin Johnstone* | CaitlinJohnstone.com | Consortium News | # Traduzido em português do Brasil

Fazem-no de várias maneiras , incluindo a prática de definição da agenda de subnotificar factos inconvenientes, ao mesmo tempo que amplificam os convenientes para preservar o status quo sobre o qual os plutocratas que controlam os meios de comunicação social construíram os seus respectivos reinos. Hoje também vemos estas manipulações de definição de agenda na forma de manipulação de algoritmos do Vale do Silício que ditam quais informações os ocidentais absorvem. 

A normalização do império também assume a forma da produção da cultura dominante a partir de Nova Iorque e Hollywood, que retrata continuamente uma versão inteiramente fictícia da vida nos Estados Unidos e uma versão inteiramente fictícia do papel desempenhado por soldados, polícias, jornalistas. e políticos. A pobreza esmagadora, o belicismo assassino, a extracção capitalista e a corrupção que é a verdadeira face dos EUA quase não têm representação.

Como diz um personagem do filme Waking Life : “Todos nós sabemos que a função da mídia nunca foi eliminar os males do mundo, não! A sua função é persuadir-nos a aceitar esses males e a habituar-nos a conviver com eles. Os poderes constituídos querem que sejamos observadores passivos.”

Esta normalização mantém a lenha da revolução perpetuamente húmida. Se ninguém compreender quão terrivelmente abusivo é o império ou perceber quão profundamente inaceitável é viver sob o domínio de tiranos assassinos que querem governar o mundo, nunca surgirão exigências enérgicas por mudanças significativas. Você pode suprimir continuamente a revolução espiritual antes que ela comece, apenas criando um ambiente de informação em que as pessoas não reconheçam a necessidade da revolução.

CIRCO TRUMP

Portugal | A Pátria Honrai, que a Pátria vos Contempla -- Luíz Vaz de Camões

Esta frase de Camões poderia deixar de fazer sentido como divisa da Marinha de Guerra portuguesa, caso o recrutamento de estrangeiros para integrar as nossas Forças Armadas viesse a ser uma realidade.

AbrilAbril | editorial

Começa a levantar-se a lebre, embora sem grande impacto no debate público, quanto à possibilidade de recrutamento de estrangeiros para integrar as Forças Armadas portuguesas. A ideia seria a do recurso a imigrantes que quisessem obter a nacionalidade portuguesa através da prestação de serviço militar, uma espécie de «vistos gold» dos pobres. Uns branqueiam capitais outros «dariam o corpo ao manifesto».

Uma situação que, a prazo, levaria não só à alteração da divisa da Marinha de Guerra, mas também a modificações no Estatuto da Condição Militar e na fórmula do «juramento de bandeira», considerando que, para além da subordinação «ao interesse nacional», em ambos os casos são focados os riscos inerentes ao cumprimento das missões militares, nomeadamente «com o sacrifício da própria vida». Perguntar-se-á o que significaria para os imigrantes o chamado «interesse nacional», sendo que ele parece já não dizer grande coisa a alguns mandantes do poder político e económico, para quem salários dignos, estabilidade no emprego e apoios sociais a jovens casais visando o aumento da natalidade, são ideias «velhas», do passado.

Por outro lado, quem estaria disposto a sacrificar a própria vida por uma pátria que, se trata mal os seus filhos (baixos salários, trabalho precário, habitação inacessível, etc.), pior trata os enteados? Basta olhar para as «Odemiras» que proliferam por todo o País.

Em que estarão a pensar os arautos das Forças Armadas do futuro? Em barcos carregados de imigrantes ilegais para preencher as muitas vagas existentes nas Forças Armadas? Em preencher as vagas, resultantes dos pedidos de abate ao quadro de militares altamente especializados que vão exercer os seus conhecimentos fora de Portugal, com imigrantes para forças expedicionárias?

Na verdade, parece não estarem a pensar em aumentar vencimentos e dignificar a Condição Militar, mas, sim, em fazer mais uns estudos para entreter o pagode, quando se sabe que a principal causa dos pedidos de rescisão e da não renovação de contratos do pessoal voluntário, e dos pedidos de abate aos quadros permanentes, são as remunerações e os vencimentos. É essa a razão fundamental para cerca de dois terços dos que abandonam a estrutura militar, para além da sobrecarga de trabalho e da deficiente qualidade das instalações e dos equipamentos.

Aqueles que vêem na imigração a solução para o problema estrutural das Forças Armadas, não apontam para a necessidade de ser o sector privado a ir a reboque de um sector público, enquanto motor de progresso e de justiça social. Pelo contrário, olham para um Estado atrelado ao sector privado, com precariedade, baixos salários e más condições de trabalho, de que são exemplo os sectores da agricultura, da hotelaria e do turismo.

O que pensará de tudo isto o Comandante Supremo das Forças Armadas, iminente constitucionalista e Mais Alto Magistrado da Nação? Aguardemos.

Imagem: Militares portugueses desfilam no Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Terreiro do Paço, Lisboa, 10 de Junho de 2016 - António Cotrim / LUSA

ZÉ LENSKY


Henrique Monteiro | HenriCartoon

Presidenciais? Já? Luís Marques Mendes pode ser útil ao país? Como, se nunca o foi?!

Inspirados numa frase proferida por Luís Marques Mendes, sem rodriguinhos, o título diz tudo. Os mesmos de sempre são uma avantajada parte daqueles que integram o quadro de fartum que Zeca Afonso canta e cantará na denúncia de que “eles comem tudo… e não deixam nada”. Pensando melhor até deixam. 

Sim, deixam as escórias, os restos, as migalhas, as esmolas e as pegadas que fazem com que a maioria muito maioritária dos portugueses mal sobrevivam na miséria, na pobreza, no trabalho indigno e esclavagista propiciado por salários igualmente indignos… A lista é muito longa.

Luís Marques Mendes tem estatura para ser Presidente da República? Muitos dizem que não e que homem pequenino é velhaco ou dançarino. Sabe-se que ele nada tem de dançarino… O tempo assim confirmou e assim confirmará? Veremos.

O Curto do Expresso a seguir, com interesse mesmo quando parece que não interessa.

Aprender, aprender sempre. Pensemos. Não dói nada.

Bom dia. Boa semana. Não sabemos bem como mas…

MM | Redação PG


Foi você que pediu um candidato a Belém?

Miguel Prado, jornalista | Expresso (curto)

Bom dia.

A rentrée política está aí. E deverá animar nos próximos dias. Da noite que passou veio a disponibilidade de Luís Marques Mendes para se candidatar à Presidência da República, esta segunda-feira arranca a universidade de verão do PSD, e daqui por uns dias, na sexta-feira, será a vez de o PCP, na Festa do Avante!, apontar as suas prioridades de batalha para os tempos que se avizinham.

“Se um dia perceber que com uma candidatura à Presidência da República serei útil ao país tomo essa decisão”, afirmou Luís Marques Mendes, comentador televisivo (e também membro do Conselho de Estado), no seu habitual espaço semanal na SIC. Mas ressalvou que tal não passa de uma hipótese. “Nunca na minha vida falei com Luís Montenegro sobre eleições presidenciais, não há nada a falar, não há qualquer acordo”, notou Marques Mendes.

E não há pressa também. Eleições presidenciais só em janeiro de 2026 e antes disso muita tinta correrá, e vários resultados eleitorais pelo meio agitarão o quadro político nacional, incluindo as eleições na Madeira já em setembro, as europeias em meados do próximo ano e as autárquicas no outono de 2025.

Se as europeias poderão ser um teste às lideranças dos dois maiores partidos portugueses, é, para já, com o curto prazo que António Costa e Luís Montenegro terão de se preocupar. O PSD arranca esta segunda-feira com a sua Universidade de Verão, onde o presidente da JSD, Alexandre Poço, o secretário-geral dos sociais-democratas, Hugo Soares, e o presidente do Governo da Madeira, Miguel Albuquerque, protagonizarão os primeiros discursos.

Pela iniciativa laranja passarão também Paulo Portas (na terça-feira) e Cecília Meireles (na quinta-feira), entre outros oradores que irão entreter uma centena de jovens em Castelo de Vide, numa agenda que debaterá a habitação, ensino, saúde, alterações climáticas e a Europa.

Luís Montenegro encerrará a Universidade de Verão no domingo, horas antes de, mais a Sul, Paulo Raimundo proferir o discurso de fecho da Festa do Avante!, que arrancará na sexta-feira no Seixal, marcando a rentrée do Partido Comunista Português.

Depois das férias, e com o arranque dos trabalhos parlamentares apenas agendado para 6 de setembro, com a Conferência de Líderes, o governo de António Costa continuará sob pressão no dossiê da habitação. Este fim-de-semana o primeiro-ministro recusou comentar o veto de Marcelo Rebelo de Sousa ao pacote Mais Habitação, alegando que fora de Portugal não comenta política interna.

Pode ler mais sobre a reanimada política nacional aqui, onde lhe falamos da rentrée, de Portas, de Marques Mendes e ainda de Durão Barroso.

Com as taxas de juro a subir (e, como mostrou o simpósio de Jackson Hole, nos Estados Unidos, a escalada pode continuar), o custo do crédito à habitação tenderá a agravar-se, pressionando um mercado habitacional já a ferver (não é exclusivo de Portugal: na Alemanha o SPD planeia propor um congelamento de rendas por três anos). O tema continuará na ordem do dia. Na nossa rubrica multimédia Minuto Consumidor explicamos-lhe como funciona o programa “Arrendar para Sub-arrendar”. E esta segunda-feira o Instituto Nacional de Estatística divulgará novos dados sobre a avaliação bancária das casas em julho, enquanto o Banco de Portugal atualizará os seus números sobre empréstimos e depósitos bancários. É uma conjuntura desafiante para o Governo, a somar à pressão social de maiores reivindicações dos trabalhadores: como aqui lhe contamos, as greves contabilizadas até junho são já 85% do total registado no ano passado.

Olhando lá para fora, nota para a mensagem firme de Joe Biden de que nos Estados Unidos “não há espaço para o supremacismo branco”, depois de no sábado um jovem branco de 21 anos ter assassinado três pessoas negras em Jacksonville, na Flórida. Esta segunda-feira passam 60 anos do histórico discurso de Martin Luther King em Washington DC pelo fim da discriminação racial. “I have a dream”, repetiu, e a frase ecoou pelo mundo fora durante décadas. No sábado milhares de cidadãos juntaram-se para assinalar a efeméride e, como reportou o “New York Times”, lembrar que aquele sonho é uma obra inacabada, que a brutalidade da polícia continua e que a liberdade e igualdade preconizadas por Luther King ainda não estão totalmente cumpridas.

CPLP apoia assento do Brasil no Conselho de Segurança da ONU

Deutsche Welle | # Publicado em português do Brasil

Reunidos em conferência, os Estados-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa pediram reforma do Governo, com cadeira permanente para o Brasil e representatividade da África em um "Conselho ampliado".

A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) reiterou neste domingo (27/08) o apoio para que o Brasil ocupe um assento permanente em um Conselho de Segurança da ONU "ampliado" e que o continente africano também seja representado.

Na declaração final após a 14ª Conferência de chefes de Estado e de Governo da comunidade lusófona, em São Tomé e Príncipe, os nove países-membros insistem na "necessidade de avançar na reforma das Nações Unidas, em particular do Conselho de Segurança, com vista a fortalecer a sua representatividade, legitimidade e eficácia, por meio da incorporação de novos membros permanentes e não permanentes e da melhoria dos respectivos métodos de trabalho".

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que participou da conferência, já havia defendido neste sábado em Angola uma reforma no Conselho.

“A ONU de 2023 está longe de ter a mesma alteração da ONU de 1945”, afirmou na capital angolana, Luanda. 

Para Lula, o órgão que “deveria ser a segurança da paz e da tranquilidade” é, com razão, “o que faz a guerra sem conversar com ninguém”.

"A Rússia vai para a Ucrânia sem discutir no Conselho de Segurança. Os Estados Unidos vão para o Iraque sem discutir no Conselho de Segurança. A França e a Inglaterra vão invadir a Líbia sem passar pelo Conselho de Segurança. Ou seja, quem faz a guerra , quem produz arma, quem vende armas são os países do Conselho de Segurança. Está errado", argumentou em Angola. 

A CPLP é formada por nove países: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. Criada em 1996, a comunidade tem como objetivo facilitar a integração e cooperação entre essas nações, tanto entre si, como para atuação em conjunto em outras instâncias internacionais.

Ao fim da conferência, os nove Estados-membros também endossaram a candidatura do Brasil ao Conselho de Direitos Humanos (2024-2026), na eleição prevista para outubro de 2023, e o ministro Bruno Dantas, presidente do Tribunal de Contas da União do Brasil, à Junta de Auditores das Nações Unidas (2024-2030), no pleito de novembro.

ADEUS MUNDO CRUEL – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Portugal foi fundado em 1143. Em 1290 o rei Dinis criou a Universidade de Coimbra. na época existiam poucas escolas superiores no mundo, pelo menos reconhecidas pelo Vaticano que também decidia quem podia ser ou não ser rei. A mais antiga da Europa é a Universidade de Bolonha (1088). África teve as primeiras universidades do mundo! 

A primeira é a Universidade Ez-Zitouana, na Tunísia, ano de 737. A segunda, Universidade al Quaraouiyine, nasceu em Fez, Marrocos, ano de 859. A terceira é a Universidade de Alazar, Cairo, ano de 988. Ninguém se admire por ser esta região do mundo que “exportou” médicos, astrónomos, matemáticos, engenheiros, pilotos navegadores. Foi com a ciência deles que Vasco da Gama chegou à Índia. África tem outra vantagem que faz a diferença: Cada Mais Velho é uma biblioteca e uma escola superior.

Na China, a Universidade de Hunan abriu em 993. O rei da Coreia criou uma escola de impressores (faziam tipos em bronze como os nossos artesãos do Bembe criavam esculturas em miniatura…) há mas de 2000 anos! Dominar a escrita e a produção de livros valia mais do que os deuses. O misterioso oriente é uma caixinha de tipos para impressão e de surpresas. Nas Américas e na Oceânia os autóctones preferiam aprender nas pradarias, nos rios, com os ventos, a chuva e as estrelas. Incas e Aztecas sabiam mais da vida humana do que os grandes mestres e doutores das universidades de hoje.

O Presidente Lula discursou em Luanda de improviso aos empresários angolanos e brasileiros. Fez uma revelação que passou despercebida. Pelo menos não foi aplaudida. Disse ele que o Brasil nasceu em 1500 (data da chegada dos navegadores portugueses) e só em 1920 abriu a primeira universidade, criada nessa data porque o rei da Bélgica foi visitar o país e era necessário abrir uma escola superior para fazer dele doutor honoris causa. Que admiração! 

Os colonialistas entendiam que negros e índios não precisavam de escolas, apenas das correntes de escravos. As elites que no dia 2 de Setembro de 1822 proclamaram a independência pensavam da mesma maneira. Jânio Quadros, Lula da Silva e Dilma Rousseff destoaram. Nem tudo está podre ou em vias de apodrecer. O Povo Brasileiro só teve direito a uma escola superior 100 anos depois da independência!

Os portugueses chegaram â foz do rio Zaire em 1483. Só em 1962 criaram os Estudos Gerais Universitários com polos em Luanda, Huambo e Lubango. Mas em 24 de Abril de 1789 foi fundada em Luanda a primeira Escola de Medicina de África a sul do Sahara. Teve curta existência. Na data da Independência Nacional, dia 11 de Novembro de 1975, era esse o panorama. Apesar da guerra entre o nascimento da República Popular de Angola e Fevereiro de 2002, os sucessivos governos criaram várias escolas superiores.

Golpe no Níger gerou discussão há muito esperada sobre soberania da África Ocidental

Andrew Korybko* | Substack | opinião | # Traduzido em português do Brasil

A UA e a CEDEAO são indiscutivelmente contra a vontade soberana do povo nigerino, enquanto as autoridades provisórias lideradas pelos militares daquele país, a recém-formada Aliança do Sahel e a Rússia incorporam-na a nível nacional, regional e internacional.

Foi anteriormente avaliado que “ A ruptura entre a UA e a CEDEAO sobre o Níger era previsível ” devido às suas diferentes abordagens em relação à última mudança de regime do continente. A UA acredita que o seu líder deposto deve regressar ao poder através de meios pacíficos, enquanto os membros activos da CEDEAO são a favor da reimposição forçada do seu governo. No entanto, nenhum deles apoia o plano de transição de três anos das autoridades provisórias, com a CEDEAO a rejeitá- lo liminarmente e a UA a suspender o Níger logo a seguir.

A UA também “apelou a todos os Estados-membros da UA e à comunidade internacional, incluindo os parceiros bilaterais e multilaterais, em geral, para rejeitarem esta mudança inconstitucional de governo e se absterem de qualquer acção susceptível de conceder legitimidade ao regime ilegal no Níger”. Isto ocorreu pouco depois de terem começado a circular relatos de que os vizinhos Burkina Faso e Mali, que também são governados por governos interinos liderados por militares, estacionaram aviões de guerra no Níger para dissuadir uma invasão da CEDEAO liderada pela Nigéria, apoiada pela França .

No final da semana passada, os Ministros dos Negócios Estrangeiros desses três países reuniram-se em Niamey, onde emitiram uma declaração conjunta que declarava de forma importante o seguinte:

“Os três países concordaram em conceder-se mutuamente facilidades para assistência mútua em questões de defesa e segurança em caso de agressão ou ataques terroristas. Decidiram criar um quadro de consulta que lhes permita coordenar as suas ações para lidar com as múltiplas situações e desafios a que estão expostos. Este quadro de consulta permanece aberto aos países que pretendam participar nesta dinâmica, a fim de responder às preocupações e necessidades das suas populações em termos de paz, segurança e desenvolvimento económico e monetário. Para este fim, concordaram em criar um Secretariado Conjunto.”

'BEM-VINDO AO BRICS 11' -- Pepe Escobar

'Nenhuma montanha pode parar o fluxo crescente de um rio poderoso.' Com a adição de seis novos membros que acrescentam influência geoestratégica e profundidade geográfica aos outrora hesitantes BRICS, a instituição multilateral está agora a reunir o impulso necessário para redefinir as relações internacionais.

Pepe Escobar | The Cradle | # Traduzido em português do Brasil

No final, a História foi feita. Superando até mesmo as maiores expectativas, as nações do BRICS deram um passo gigante em direção à multipolaridade ao expandir o grupo para o BRICS 11.  

A partir de 1º de janeiro de 2024, aos cinco membros originais do BRICS se juntarão Argentina, Egito, Etiópia, Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos (EAU). 

Não, eles não se transformarão em um BRIICSSEEUA impronunciável. O Ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergey Lavrov, confirmou que a canção permanece a mesma, com o conhecido acrónimo BRICS para Sul Global ou Maioria Global ou “Globo Global” organização multilateral que moldará os contornos de um novo sistema de relações internacionais.  

Aqui está a  Declaração de Joanesburgo II  da 15ª cimeira do BRICS. O BRICS 11 é apenas o começo. Há uma longa fila ansiosa para entrar; sem fazer referência às dezenas de nações (e contando) que já “manifestaram o seu interesse”, segundo os sul-africanos, a lista oficial, até agora, inclui Argélia, Bangladesh, Bahrein, Bielorrússia, Bolívia, Venezuela, Vietname, Guiné, Grécia, Honduras, Indonésia, Cuba, Kuwait, Marrocos, México, Nigéria, Tajiquistão, Tailândia, Tunísia, Turquia e Síria. 

No próximo ano, a maioria deles tornar-se-ão parceiros do BRICS 11 ou farão parte da segunda e terceira vaga de membros de pleno direito. Os sul-africanos sublinharam que os BRICS “não se limitarão a apenas uma fase de expansão”.

Mais lidas da semana