Inspirados numa frase proferida
por Luís Marques Mendes, sem rodriguinhos, o título diz tudo. Os mesmos de
sempre são uma avantajada parte daqueles que integram o quadro de fartum que
Zeca Afonso canta e cantará na denúncia de que “eles comem tudo… e não deixam
nada”. Pensando melhor até deixam.
Sim, deixam as escórias, os restos, as migalhas,
as esmolas e as pegadas que fazem com que a maioria muito maioritária dos portugueses
mal sobrevivam na miséria, na pobreza, no trabalho indigno e esclavagista
propiciado por salários igualmente indignos… A lista é muito longa.
Luís Marques Mendes tem estatura
para ser Presidente da República? Muitos dizem que não e que homem pequenino é velhaco ou dançarino.
Sabe-se que ele nada tem de dançarino… O tempo assim confirmou e assim
confirmará? Veremos.
O Curto do Expresso a seguir, com
interesse mesmo quando parece que não interessa.
Aprender, aprender sempre.
Pensemos. Não dói nada.
Bom dia. Boa semana. Não sabemos
bem como mas…
MM | Redação PG
Foi você que pediu um candidato a
Belém?
Miguel Prado, jornalista |
Expresso (curto)
Bom dia.
A rentrée política está
aí. E deverá animar nos próximos dias. Da noite que passou veio a disponibilidade
de Luís Marques Mendes para se candidatar à Presidência da República, esta
segunda-feira arranca a universidade de verão do PSD, e daqui por uns dias, na
sexta-feira, será a vez de o PCP, na Festa do Avante!, apontar as suas
prioridades de batalha para os tempos que se avizinham.
“Se um dia perceber que com uma
candidatura à Presidência da República serei útil ao país tomo essa decisão”,
afirmou Luís Marques Mendes, comentador televisivo (e também membro do Conselho
de Estado), no seu habitual espaço semanal na SIC. Mas ressalvou que
tal não passa de uma hipótese. “Nunca na minha vida falei com Luís Montenegro
sobre eleições presidenciais, não há nada a falar, não há qualquer acordo”,
notou Marques Mendes.
E não há pressa também. Eleições
presidenciais só em janeiro de 2026 e antes disso muita tinta correrá, e vários
resultados eleitorais pelo meio agitarão o quadro político nacional, incluindo
as eleições na Madeira já em setembro, as europeias em meados do próximo ano e
as autárquicas no outono de 2025.
Se as europeias poderão ser um
teste às lideranças dos dois maiores partidos portugueses, é, para já, com o
curto prazo que António Costa e Luís Montenegro terão de se preocupar. O PSD arranca esta segunda-feira com a sua Universidade de
Verão, onde o presidente da JSD, Alexandre Poço, o secretário-geral dos
sociais-democratas, Hugo Soares, e o presidente do Governo da Madeira, Miguel
Albuquerque, protagonizarão os primeiros discursos.
Pela iniciativa laranja passarão
também Paulo Portas (na terça-feira) e Cecília Meireles (na quinta-feira),
entre outros oradores que irão entreter uma centena de jovens em Castelo de
Vide, numa agenda que debaterá a habitação, ensino, saúde, alterações
climáticas e a Europa.
Luís Montenegro encerrará a
Universidade de Verão no domingo, horas antes de, mais a Sul, Paulo Raimundo
proferir o discurso de fecho da Festa do Avante!, que arrancará na sexta-feira
no Seixal, marcando a rentrée do Partido Comunista Português.
Depois das férias, e com o
arranque dos trabalhos parlamentares apenas agendado para 6 de setembro, com a
Conferência de Líderes, o governo de António Costa continuará sob pressão no
dossiê da habitação. Este fim-de-semana o primeiro-ministro recusou comentar o veto
de Marcelo Rebelo de Sousa ao pacote Mais Habitação, alegando que fora de
Portugal não comenta política interna.
Pode ler mais sobre a reanimada política nacional aqui,
onde lhe falamos da rentrée, de Portas, de Marques Mendes e ainda de Durão
Barroso.
Com as taxas de juro a subir (e, como mostrou o simpósio de Jackson Hole, nos Estados Unidos,
a escalada pode continuar), o custo do crédito à habitação tenderá a
agravar-se, pressionando um mercado habitacional já a ferver (não é exclusivo
de Portugal: na Alemanha o SPD planeia propor um congelamento de rendas por
três anos). O tema continuará na ordem do dia. Na nossa rubrica multimédia Minuto Consumidor explicamos-lhe
como funciona o programa “Arrendar para Sub-arrendar”. E esta segunda-feira
o Instituto Nacional de Estatística divulgará novos dados sobre a avaliação
bancária das casas em julho, enquanto o Banco de Portugal atualizará os seus
números sobre empréstimos e depósitos bancários. É uma conjuntura desafiante
para o Governo, a somar à pressão social de maiores reivindicações dos
trabalhadores: como aqui lhe contamos, as greves contabilizadas até junho são
já 85% do total registado no ano passado.
Olhando lá para fora, nota para a
mensagem firme de Joe Biden de que nos Estados Unidos “não há espaço para o supremacismo branco”,
depois de no sábado um jovem branco de 21 anos ter assassinado três pessoas
negras em Jacksonville, na Flórida. Esta segunda-feira passam 60 anos do
histórico discurso de Martin Luther King em Washington DC pelo
fim da discriminação racial. “I have a dream”, repetiu, e a frase ecoou
pelo mundo fora durante décadas. No sábado milhares de cidadãos juntaram-se
para assinalar a efeméride e, como reportou o “New York Times”, lembrar que aquele sonho
é uma obra inacabada, que a brutalidade da polícia continua e que a liberdade e
igualdade preconizadas por Luther King ainda não estão totalmente cumpridas.