terça-feira, 29 de agosto de 2023

Angola | ANIVERSÁRIO DO LÍDER VITORIOSO – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

José Eduardo dos Santos liderou o MPLA e governou Angola entre Setembro de 1979 e as eleições de 2017. Conduziu os angolanos à vitória na Guerra pela Soberania Nacional e a Integridade Territorial. Libertou a Humanidade desse crime hediondo que foi o regime de apartheid. Libertou Nelson Mandela. Esteve ao lado do Povo da Namíbia até à independência. Apoiou o Povo da África do Sul até ao esmagamento dos racistas de Pretória. Líder mais vitorioso é impossível.

Também registou fracassos. Fez a passagem da democracia popular para a democracia representativa. Trocou o socialismo pelo capitalismo que mata. Tratou a UNITA como uma instituição nacional e patriótica mesmo sabendo que era um bando armado a soldo de quem paga mais. De boa-fé assinou o Acordo de Bicesse mesmo sabendo que ia ser rasgado pelos traidores de sempre.  

Para minimizar perdas adoptou políticas de Estado que permitissem criar uma burguesia nacional com nervo financeiro e capacidade empreendedora. Foi mal sucedido. Os poucos que triunfaram acabaram na valeta, na prisão ou no exílio. Espoliados dos seus bens. Na passagem de pastas não explicou ao seu sucessor que a burguesia nacional bem-sucedida pagava políticas sociais e financiava projectos importantes para combater a pobreza. Essa política foi abandonada com os resultados bem conhecidos e que tiraram o sorriso e a confiança à senhora ministra de Estado para a Área Social. 

Antes de ir directo ao assunto, neste 28 de Agosto de 2023, data em que José Eduardo dos Santos faria 81 anos, deixo uma reflexão. Para a senhora ministra Dalva Ringote recuperar o sorriso regressem às políticas de reforço da burguesia nacional. Parem de espoliar os nossos ricos para entregarem tudo a estrangeiros. Os actuais multimilionários devem contribuir activamente para as políticas socias dirigidas à promoção das comunidades rurais. É simples.

O cidadão João Lourenço, durante os cinco anos de mandato, disponibiliza dois milhões de dólares por mês para financiar projectos no Mundo Rural, nas províncias onde tem interesses e fortuna. Isso permite manter operacionais as redes viárias locais e financiar pequenas fazendas tipo mato fino ou mato médio. A cidadã Ana Dias entra com a mesma quantia. Por junto e atacado o casal presidencial entra com 240 milhões de dólares em cinco anos. Não é nada. Bagos de jinguba. Grãos de arroz caídos no chão.

Os outros multimilionários pagam em função da sua fortuna calculada ou declara voluntariamente. Até às eleições de 2027 a pobreza em Angola é eliminada. E nem é necessário colocar os pobres no Orçamento Geral do Estado. As e os ricaços continuam riquíssimos e ficamos todos amigos. Todos orgulhosos. Todos felizes. E esmagamos a UNITA nas próximas eleições. Fica reduzida a subnitrato. Lixo. Façam isso para homenagear o nosso líder vitorioso mas também pelo Povo Heroico e Generoso.

Nos meus tempos de repórter com sorte, durante cinco anos publiquei reportagens no dia 28 de Agosto, para homenagear o Presidente José Eduardo dos Santos na data do seu aniversário. Uma prenda humilde. Eu que já fui prenda valiosa. O Ernesto Lara Filho tocava sanfona e era convidado para muitas farras organizadas pela média e alta burguesia luandense. Levava-me de pato. Se a festa era de aniversário apresentava-me como a sua prenda para os aniversariantes. Se era outra farra qualquer era o seu assistente musical. Enquanto ele tocava, eu ficava ao lado com o copo de uísque que ele bebericava no fim de cada modinha. 

Para comemorar este dia 28 de Agosto fui aos meus arquivos e de lá retirei duas peças. Uma com base em declarações do Brigadeiro Nando Conho. Outra sobre Cabinda. Leiam com o pensamento no nosso líder vitorioso.

Setembro de 1979. Nando Conho chegou à Cahama, Região Militar do Cunene. A aviação sul-africana semeava morte e destruição. A via que liga o Lubango a Ondjiva era conhecida como a “Estrada da Morte”. Até de noite os helicópteros armados com foguetes atacavam as colunas militares angolanas. 

A guerra mudou no dia em que chegaram ao teatro das operações defesas antiaéreas sofisticadas. Os “karkamanos” experimentaram então o sabor amargo da derrota. O Comandante em Chefe, José Eduardo dos Santos, foi à linha da frente visitar os vitoriosos. Saiu da capital da Huíla num Land Rover branco, civil. Chegou às trincheiras de camuflado como um soldado. E felicitou os seus homens.

“Nem nos passava pela cabeça que o Presidente da República se fizesse ao caminho pela Estrada da Morte. Quando vi o Comandante em Chefe, vestido de camuflado, nem queria acreditar”, recorda o Brigadeiro Nando Conho.

“Quando cheguei à Cahama, o comandante era o capitão Farrusco, eu comandava um pelotão. E no teatro das operações fui promovido a chefe de companhia, chefe do estado-maior de batalhão, comandante de Batalhão e depois chefe de estado-maior de brigada”. Nando Conho já era um dos oficiais do comando na Cahama quando o Comandante em Chefe saiu do Lubango no Land Rover branco, acompanhado pelo general José Maria, na época capitão.

“Não me lembro do dia e hora em que o Comandante em Chefe chegou à Cahama. Fui avisado pelo comandante da brigada, Matias Lima Coelho Nzumbi. Ele disse-me que o comandante da V Região Militar, General Salviano de Jesus Sequeira (Kianda), tinha informado que íamos receber a visita de uma alta entidade. Mas não sabíamos exactamente quem era”. 

Nando Conho não pode lembrar-se da data exacta. Na Cahama não existia dia nem noite. Ninguém registava o dia da semana ou o mês. Os combatentes apenas sabiam que os aviões sul-africanos nunca saíam do ar e despejavam bombas e metralha que matavam. Mas a História regista a data em que o Arquitecto da Paz foi ao campo de batalha: Dia 13 de Junho de 1984.

O momento da chegada está na memória do brigadeiro Nando Conho: “Eram dez da manhã quando chegou o Presidente da República com a farda de campanha. Não vinha nenhuma viatura presidencial. O Comandante em Chefe decidiu ir ao campo de batalha e foi, mesmo sem qualquer escolta, percorrendo a Estrada da Morte. Aquele gesto deu-nos uma coragem muito grande”.

COMIDA RÁPIDA

Xerife Arafa, Egito | Cartoon Movement

BRICS não são uma plataforma antiocidental nem quer o retorno à Guerra Fria

MOSCOU (Sputnik) - Apesar da próxima expansão dos BRICS, o bloco deve evitar fortalecer o eixo anti-EUA e anti-Ocidente para evitar tempos mais antagónicos e desafiadores que dividiriam o mundo novamente, disseram especialistas à Sputnik.

# Traduzido em português do Brasil

Na sua cimeira de quinta-feira em Joanesburgo, o grupo BRICS das principais economias emergentes - Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - anunciou que o seu número de membros mais do que duplicaria. Argentina, Egito, Etiópia, Irã, Emirados Árabes Unidos (EAU) e Arábia Saudita foram convidados a integrar o grupo; sua adesão entrará em vigor em 1º de janeiro de 2024.

“Acreditando que os dias da Guerra Fria não são algo para o qual queremos voltar, qualquer esforço que possa potencialmente levar à divisão do mundo novamente deve ser advertido [contra]”, Nelson Wong, presidente do Shanghai Center for RimPac Estudos Estratégicos e Internacionais, disse à Sputnik.

O especialista chinês destacou que seria mais produtivo, portanto, que os BRICS começassem a se envolver em conversações e interações com os Estados Unidos e a União Europeia para discutir como o mundo poderia ser governado, levando em consideração a realidade que os cinco membros do BRICS representam coletivamente cerca de 40% da população global e mais de 30% da economia global.

As mesmas preocupações foram expressas por Pankaj Jha, professor da Universidade Jindal Global da Índia, que disse à Sputnik que Nova Deli acredita claramente que os BRICS não deveriam ser uma plataforma para um eixo anti-Ocidente.

"A Índia propôs fortemente que o BRICS seja uma estrutura colaborativa, cooperativa e inclusiva que possa impulsionar a agenda global, mas também deveria ser obrigatório que os países membros aceitem as agendas através de discussões, em vez de qualquer país dominar completamente a agenda", disse ele. , acrescentando que havia o risco de o bloco se transformar num grupo dirigido por um só país.

"É pertinente notar que deveria haver uma distribuição igual de membros entre os diferentes continentes, e não deveria ser impulsionada pelas preferências de países como a China. Porque no passado, no ano de 2010, a China convidou oficialmente a África do Sul para estar com a parte do BRICS sem realizar muitas consultas com outros países membros", disse ele.

Mesmo antes da cimeira, tornou-se claro que nem todos os membros apoiavam totalmente o rápido alargamento, impulsionado principalmente pela China com o apoio da Rússia e da África do Sul.

De acordo com Pankaj Jha, o lado indiano enfatizou que deveria haver um documento regulamentar e um possível modelo de adesão que deveria ser reconsiderado a cada cinco anos.

Por sua vez, o seu colega chinês destacou que também não havia unidade total em algumas partes potenciais da estratégia de longo prazo - como a redução da dependência do dólar americano nas negociações.

Wong disse que é importante e oportuno que todos os membros desta organização percebam as complexidades de tentar desenvolver uma nova moeda do BRICS antes de gastar recursos nesse esforço.

No entanto, ambos os especialistas concordaram que cada vez mais países estavam insatisfeitos com a estrutura existente no mundo, bem como com as instituições globais que deveriam resolver disputas e diferenças e promover a coesão e, portanto, começaram a levantar as suas vozes a favor de uma ordem mundial multipolar que seja verdadeiramente justa e baseada no direito internacional.

Imagem: © Sputnik / Grigory Sysoev / mediabank

China comanda exercícios militares nos mares Amarelo e Sul da China esta semana

PEQUIM (Sputnik) - A marinha chinesa está realizando exercícios militares em diversas áreas dos mares Amarelo e do Sul da China, de 29 a 31 de agosto, informou nesta terça-feira a Administração de Segurança Marítima.

O primeiro exercício ocorreu no Golfo de Tonkin, no Mar do Sul da China, das 10h00 às 14h00, horário local (das 14h00 às 06h00 GMT), nesta terça-feira, com outros dois no Mar do Sul da China agendados. Acontecerá das 12h00 às 15h00 locais no dia 30 de agosto e das 14h00 às 17h00 no dia 31 de agosto, afirmou a administração.

Os exercícios com uso prático de armas no Mar Amarelo acontecerão das 12h do dia 30 de agosto às 18h do dia 31 de agosto.

A administração forneceu os locais onde o treinamento será realizado, sem divulgar mais detalhes.

Sputnik | Imagem: © Foto AP / Zha Chunming

Mentirosos da OTAN sobre Israel, Estupros no Haiti e Conflitos Mexicanos no Himalaia

As nobres mentiras da NATO são contrariadas pelos factos no terreno , pelo Haiti, pela Palestina, pela Síria e pela terrível carnificina por absolutamente nada na Ucrânia.

Declan Hayes* |  Strategic Culture Foundation | # Traduzido em português do Brasil

recente declaração sobre o Haiti feita pela porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Maria Zakharova, é assustadora na sua severidade. Ao falar de “estupro generalizado”, “fome extrema” e outras características recorrentes da sociedade haitiana moderna, ela faz eco aos porta-vozes da ONU e dos direitos humanos que apenas grandes contingentes de tropas de forças especiais estrangeiras podem restaurar ali mesmo uma aparência de lei e ordem.

No alto dos Himalaias, temos os indianos a construir o maior e mais caro túnel de montanha do mundo, para que possam enviar tropas para a fronteira chinesa o mais rapidamente possível. Logo além da fronteira, temos os chineses construindo a maior barragem do mundo, que superará até mesmo a barragem das Três Gargantas, no Yangtze. Deixando de lado as consequências ecológicas destes projectos, podemos ter a certeza de que os Ianques irão bombardear um ou ambos no momento mais oportuno para colocar o país mais populoso do mundo na garganta do segundo país mais populoso do mundo. Dividir e conquistar, como faziam os Césares.

Israel, que parece ter carta branca para roubar, mutilar e assassinar, mal merece um comentário, exceto para dizer que a sua história por trás, que um Deus, em que a maioria deles não acredita, contou aos britânicos e franceses no final de A Grande Guerra para permitir que estes fascistas roubassem o leite e o mel desta terra aos palestinos, seus legítimos proprietários. Embora sua história por trás seja obviamente um absurdo, ela funciona porque eles fazem com que legiões de outras pessoas sejam totalmente cúmplices de seus crimes.

O principal entre esses outros são os Estados Unidos, que não só devem assumir a responsabilidade primária pelo Haiti, ao mesmo tempo que vigiam tanto a Índia como a China para novos actos de terrorismo, mas que também têm os seus próprios pacotes de mentiras egoístas, que permitir-lhe sequestrar navios iranianos para obter o seu petróleo e prender Julian Assange por trazer a luz do dia à mais ínfima fracção dos seus crimes, que as marés do tempo estão agora a enterrar, juntamente com o próprio Assange.

Entre os principais detratores de Assange estão pessoas como John Bolton, que escapou ao servir no Vietname, mesmo quando apelou a uma escalada dos crimes de guerra da América no Vietname. Embora tenha havido, eventualmente, algum retrocesso nos crimes de guerra americanos no Vietname, os actuais matadouros da Ucrânia e da Síria não suscitam tais críticas, embora as baixas na Ucrânia se assemelhem às do Somme, Passchendaele e Verdun, que eram, pelo menos até recentemente, incorporados em nossas memórias coletivas como lápides da desumanidade do homem para com o homem. É como se estivéssemos de volta aos tempos vitorianos, quando a Europa dividiu África e quando os senhores do ópio de Albion comandavam o maior cartel de drogas da história na China, cujos efeitos nocivos só terminaram muito depois do reinado do Presidente Mao.

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