sexta-feira, 8 de dezembro de 2023

Atenção ao Mercado de Ações! Israel sabia sobre o plano do ataque de 7 de Outubro

ASSIM COMO O 11 DE SETEMBRO? ATIVIDADE SUSPEITA NO MERCADO DE AÇÕES ISRAELENSE SUGERE CONHECIMENTO PRÉVIO DO ATAQUE DE 7 DE OUTUBRO

Kit Klarenberg* | MintPressNews | # Traduzido em português do Brasil

Um novo estudo acadêmico fez uma descoberta chocante e altamente controversa. A actividade suspeita no mercado de acções israelita nos dias anteriores à Operação Al-Aqsa Flood, em 7 de Outubro, indica que uma determinada parte tinha conhecimento prévio do ataque iminente e usou essa informação para lucrar directamente com o pânico que se seguiu.

O artigo, de autoria de Robert J. Jackson Jr. da Faculdade de Direito da Universidade de Nova York e Joshua Mitts da Faculdade de Direito da Universidade de Nova York, conclui que, com base em um “aumento significativo” nas vendas a descoberto de empresas israelenses listadas, pessoas desconhecidas estavam cientes da operação era iminente e procurava lucrar ilicitamente. A venda a descoberto – ou a descoberto – permite que os traders apostem que uma ação terá um desempenho ruim e colherão recompensas se estiverem corretas.

A venda a descoberto é uma prática relativamente rara em comparação com a negociação tradicional e por um bom motivo. As perdas podem ser enormes se o mau desempenho previsto não se concretizar, e muitos consultores de investimentos alertam contra o envolvimento nesta prática em quaisquer circunstâncias. Surpreendentemente, porém, os académicos descobriram que as vendas a descoberto de empresas israelitas nos dias imediatamente anteriores a 7 de Outubro “excederam em muito as vendas a descoberto que ocorreram durante vários outros períodos de crise, incluindo a recessão que se seguiu à crise financeira, a guerra Israel-Gaza de 2014 e a crise da COVID-19”. pandemia."

A dupla argumenta que esta actividade pode reflectir tentativas de agentes do Hamas de lucrar, se não financiar directamente, o seu próximo ataque, uma alegação avidamente assumida pelo jornal hebreu Haaretz. Entretanto, o jornal financeiro israelita Globes atacou o estudo , alegando “enormes erros” cometidos pelos seus autores ao sobrestimar os lucros de indivíduos que venderam a descoberto acções israelitas. A dupla citou erroneamente os retornos em agorot, uma denominação da moeda israelita, como shekels – em centavos como dólares em termos dos EUA – levando-os a inflacionar os retornos dos investidores numa magnitude de 100.

No entanto, o meio de comunicação reconheceu um “aumento consistente nos saldos comerciais a descoberto sobre ações [israelenses] antes do início da guerra”. Além disso, o governo israelita levou tão a sério as conclusões do jornal que foi lançada uma investigação oficial para apurar a verdade. Como veremos, há boas razões para acreditar que, se alguém procurou enriquecer devido ao conhecimento prévio da Operação Al-Aqsa Flood, é improvável que estivesse ligado ao Hamas.

O documento observa numerosos precedentes históricos para tal atividade, que “ocorre em lacunas na aplicação internacional e nos EUA de proibições legais ao comércio informado”. A investigação sobre “negociações lucrativas com base em informações sobre conflitos militares futuros” é um campo académico subdesenvolvido. Esta falta de supervisão e escrutínio em torno das operações a descoberto por parte dos reguladores e vigilantes ocidentais pode explicar quem lucrou desta vez e porquê.

Quénia posiciona-se como o campeão africano do clima

Deutsche Welle

O Presidente do Quénia, William Ruto, está a promover a nação da África Oriental como campeã da energia verde, mas o país tem um caminho a percorrer.

Na região de Olkaria, no Quénia, aninhada no Vale do Rift, as colinas cobertas de florestas estendem-se até ao horizonte. O verde é ocasionalmente pontuado por encostas tão íngremes e escarpadas que nada cresce nelas.

A placa tectónica de África "está a dividir-se em duas através do Grande Vale do Rift", diz Anna Mwangi, geóloga da KenGen, a empresa pública de produção de energia do Quénia.

"O local onde nos encontramos neste momento é no fundo da fenda", disse ela, apontando para o amplo vale rodeado de escarpas, cerca de 120 quilómetros a noroeste da capital do Quénia, Nairobi.

Ao longe, finas linhas brancas de vapor de água estendem-se em direção ao céu. Estas linhas marcam as centrais geotérmicas exploradas pela KenGen na zona de Olkaria. A KenGen tem cinco centrais eléctricas na zona, com mais uma em construção e outra proposta. Também gere mais de uma dúzia de centrais de poços.

A localização aqui em Olkaria é ideal para as centrais geotérmicas amigas do ambiente, disse Mwangi.

Moçambique | "Pouco fiável": OE aprovado sob críticas da oposição

Silaide Mutemba | Deutsche Welle

Parlamento moçambicano aprovou a proposta de Orçamento do Estado para 2024. Para a RENAMO, a política orçamental está longe de responder às necessidades do povo, mas o partido no poder garante que o orçamento é adequado.

O Parlamento moçambicano debateu e aprovou, na generalidade, esta quinta-feira (07.12) a proposta de Orçamento do Estado (OE) para 2024. 

O documento apresentado pelo Governo prevê um crescimento económico de 5,5% no próximo ano e um défice de 10,4% do Produto Interno Bruto (PIB). Além disso, os encargos com a dívida sobem.

Para a bancada parlamentar da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), a política orçamental para 2024 está muito longe de responder às necessidades reais do povo. O défice e os níveis de endividamento do Estado moçambicano continuam demasiado altos, diz o maior partido da oposição.

Angola | A Balada dos Cleptocratas Milionários – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Janeiro de 1975. A Cimeira do Alvor tinha acabado com o acordo assinado. Regressámos a Lisboa, mas Luanda só dois dias depois porque Agostinho Neto aceitou uma proposta da Casa de Angola para uma reunião com jovens angolanos que estudavam em Portugal. Os jornalistas foram convocados. O almoço desse dia gelado foi na Casa Faz Frio, convite que me foi feito pelo Almirante Rosa Coutinho. Rui de Carvalho e Joaquim Kapango acompanharam-me. O ainda presidente da Junta Governativa de Angola (no fim do mandato) recordou: “Os EUA e o Zaire não querem o MPLA no poder. Apesar do Acordo de Alvor eles não vão desistir”.

A reunião entre a delegação liderada por Agostinho Neto e os estudantes angolanos correu bem. Os mais entusiastas queriam regressar imediatamente a Angola. Agostinho Neto pediu aos que estavam em fase mais avançada dos estudos superiores que concluíssem primeiro os seus cursos. Os que estavam no início sim, se regressassem a Angola podiam ser uma ajuda importante, porque a debandada dos quadros portugueses já tinha começado.

O entusiasmo da reunião confirmou-se. Vários jovens regressaram a Angola antes da tomada de posse do Governo de Transição. Outros apareceram no início de Fevereiro. Entre esses angolanos de “torna viagem” estavam alguns que hoje são multimilionários. Ainda bem. Por razões que a própria razão desconhece, sendo jovens sem ofício nem oficina, alguns foram parar ao Ministério da Informação, liderado por Manuel Rui e cujo comissário político era Luís de Almeida, mais tarde um grande diplomata angolano. 

Um desses jovens chama-se Aguinaldo Jaime. Já pendurou ao pescoço mil tachos e hoje tem o tachão da UNITEL com os respectivos milhões e mordomias. Nessa função contratou um tal Paul Sinclair como advogado da empresa, numa acção contra Isabel dos Santos, fundadora, antigas PCA e accionista de referência da mais bem-sucedida empresa angolana de telecomunicações.

O advogado Sinclair tem na agenda todos os argumentos do João Soares e outros activistas do lóbi da UNITA em Portugal. Numa audiência no Supremo Tribunal de Londres, o representante da UNITEL/Aguinaldo Jaime, citou o Presidente João Lourenço, atribuindo-lhe uma acusação gravíssima: O seu antecessor, José Eduardo dos Santos, desviou dos cofres do Estado 24 mil milhões de dólares. 

A UNITEL reclama da empresária Isabel dos Santos uma dívida de 395 milhões de dólares por alegados empréstimos que não pagou. A telefónica agora propriedade do Estado Angolano acusa a antiga PCA e accionista de referência de “cleptocracia”. O Aguinaldo Jaime chegou a Luanda seco, roupa coçada, com uma mão atrás e a outra à frente estendida às esmolas é o quê? E se não tocou no dinheiro do Estado, alguma vez denunciou publicamente a cleptocracia existente em Angola entre 1979 e 2017? Alguma vez se apresentou de corda ao pescoço à porta da prisão de Viana? Nunca. Continua com os cofres à disposição!

Angola | Confissões de um Criminoso de Guerra -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Abílio Camalata Numa, assassino e criminoso de guerra, deu uma entrevista à TV RAIAR. As suas declarações são mais do que suficientes para o Ministério Público instaurar um processo-crime contra um dos mais sanguinários sicários da UNITA. A entrevista decorreu com público e ele disse isto: “ Muita gente pensa que o MPLA é (gestos com os braços e mãos indicando grandeza) mas é mentira. O MPLA não é nada. O vosso problema é o medo! (Muitos risos no auditório)

O general na reforma e antigo deputado instigou os telespectadores e as pessoas presentes no auditório contra um partido político que “não é nada”. A mensagem é muito clara: Não tenham medo. Partam as suas delegações e ataquem os seus militantes!

A prova provada de que os sicários da UNITA ainda não saíram das matas, do acampamento da Jamba e nunca mais se libertam da mentalidade de criados dos racistas da África do Sul está aí. Abílio Camalata Numa é o exemplo anexo. 

Para mostrar que ele não tem medo do MPLA porque “o MPLA é nada”, o assassino às ordens de Savimbi faz este relato sobre o golpe desencadeado pela UNITA em Luanda, quando perdeu as primeiras eleições multipartidárias, em 1992:

“Percebi que isto ia descambar na guerra. O Dr. Savimbi deixou aqui em Luanda o vice-presidente Chitunda, Gato, Salupeto, Alicerces (Mango) para negociações após as eleições”.

A memória do criminoso de guerra é selectiva. Não diz que ficou em Luanda o General Ben Ben, chefe das tropas golpistas. Ele tinha uma unidade de tropa especial, “comandos”, escondida numa quinta de Viana. Mas mais grave ainda é esconder que ele já pertencia ao alto comando das Forças Armadas Angolanas (FAA) tal como Demóstenes Chilingutila. Estavam proibidos de actividades partidárias! Afinal tomaram posse como Generais das FAA mas continuavam com a camisola do Galo Negro!

Guiné-Bissau: Sissoco pode ser responsabilizado judicialmente?

Delfim Anacleto | Deutsche Welle

Analistas e opositores guineenses reiteram que o decreto presidencial de dissolução do Parlamento é inconstitucional. Umaro Sissoco Embaló pode, então, ser questionado sobre justiça? O jurista Silvestre Alves duvida.

Cresce o coro de comunicação à decisão do Presidente Umaro Sissoco Embaló de dissolver o Parlamento guineense. Vários analistas compartilharam a medida ilegal, porque viola o preceito constitucional de não dissolução da Assembleia nos 12 meses após sua eleição.

O político e jurista Silvestre Alves, líder do Movimento Democrático Guineense - uma das forças da coligação no poder, a plataforma PAI-Terra Ranka, entende que o Presidente da República teria de ser responsabilizado judicialmente, mas duvida da independência dos tribunais.

DW África: O Presidente da República violou a Constituição ao dissolver o Parlamento?

Silvestre Alves (SA): A disposição constitucional é claríssima – além disso, há outra disposição no artigo oitavo, número 2, que diz que nenhuma lei, nenhum ato do Estado pode ser desconforme à Constituição, sob pena de nulidade ou inexistência. Portanto, juridicamente, não vincula a ninguém.

DW África: E sendo inconstitucional, como diz, o Presidente da República poderá ser responsabilizado?

SA: Normalmente, deveria haver espaço para a responsabilização, eventualmente através dos tribunais. Contudo, o nosso sistema está comprometido. Aliás, o golpe começou nos tribunais há cerca de um mês e meio, com homens armados a comparecer no Supremo Tribunal para importar a autoridade da [guarda] do Presidente. Portanto, não há substituição para o Tribunal.

DW África: Não se vislumbrando qualquer possibilidade de o Presidente da República ser responsabilizado internamente, o que se espera da população?

SA: A responsabilidade última deve ser política, e deve ser um ato de resistência à ordem ilegítima do decreto, que só o é formalmente e não tem qualquer validade jurídica. Portanto, tem de haver uma manifestação do povo para defender os seus interesses e a coisa pública.

DW África: E o que se espera da comunidade internacional face a essa situação que se vive na Guiné-Bissau?

SA: Normalmente, a comunidade Internacional atrasa-se a intervir. Mas penso que a questão é tão clara que os constitucionalistas renomados, como o professor Jorge Miranda Bacelar Gouveia, e outros, sustentam esta minha posição sobre a inconstitucionalidade da disposição. Não quero nenhuma voz favorável ao decreto ou à intenção subjacente; Só registrei vozes críticas. Portanto, com um ato desta natureza, não há por onde pegar. E, naturalmente, isso obriga o povo a tomar uma posição de defesa. Não temos alternativa senão lutar pela defesa dos nossos direitos, esperando que a comunidade internacional reaja, o mais depressivo possível, para pôr cobro a este desmando e a esta deriva que o sistema está a registrar neste momento.

Carta do PUSL a membros da ONU alertando para os ataques contra civis saharauis

Publicado em Por Un Sahara Libre - PUSL

24 de Julho 2023

S.Exa. Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres
V.Exas. Membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas
V.Exas. Membros do Comité Especial para a Descolonização
S.Exa. Sr. Volker Türk, Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos
V.Exas. Membros do Grupo de Trabalho sobre Detenção Arbitrária
S.Exa. Irene Khan, Relatora Especial sobre a promoção e a proteção do direito à liberdade de opinião e de expressão
S.Exa. Nyaletsossi Clément VOULE , Relator Especial sobre os direitos à liberdade de reunião pacífica e de associação
S.Exa. Tlaleng MOFOKENG , Relatora Especial sobre o direito de toda a pessoa gozar do mais elevado nível possível de saúde física e mental
S.Exa. Mary Taylor, Relatora Especial sobre a situação dos defensores dos direitos humanos
V.Exas. Membros do Grupo de Trabalho sobre a utilização de mercenários como meio de violar os direitos humanos e impedir o exercício do direito dos povos à autodeterminação
S.Exa. Alice Jill Edwards, Relatora Especial sobre a tortura e outras penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes

Excelências, em primeiro lugar queremos desculpar-nos por dirigir esta carta a todos vós. É um indicador claro do nosso desespero em relação às contínuas e graves violações dos direitos humanos, crimes de guerra, discriminação por parte do ocupante marroquino nos territórios ocupados do Sahara Ocidental e a completa ausência de proteção da população saharaui pelos mecanismos da ONU.

Não iremos mais uma vez citar todos os artigos de Direito Internacional, Direito Humanitário, etc., porque já o fizemos nas últimas décadas e, portanto, não há necessidade de repetir o que toda a gente sabe uma vez que já receberam cartas e queixas de organizações de todo o mundo com todos os artigos e apelos possíveis, comunicados e relatórios de ONGs internacionais, bem como testemunhos ao vivo das vítimas.

A situação atual deve-se apenas ao facto de as Nações Unidas, desde novembro de 1975, nunca terem intervindo para proteger a população saharaui dos terríveis crimes de guerra, incluindo bombardeamentos com Napalm, nem para punir ou impedir de qualquer forma o ocupante ilegal marroquino. Mesmo os acordos para a realização de um referendo nunca foram cumpridos. A questão do Sahara Ocidental é o exemplo mais emblemático do completo e total desrespeito das Nações Unidas pelos direitos humanos de toda uma população, quando comparada com outros conflitos mais recentes que tiveram uma ação imediata da ONU.

Para além disso, a República Saharaui e o seu legítimo representante na ONU, a Frente Polisário, não infringiram uma única vez os acordos ratificados, acreditando que a ONU protegeria pelo menos a população civil, o que nunca aconteceu.

Os mandatos que todas as vossas excelências detêm quase nunca foram executados. Nem visitas programadas, nem proteção, nem relatórios correctos e baseados em factos podem ser encontrados na forma e quantidade ditadas pelos vossos mandatos. Alguns relatórios nunca foram tornados públicos. Não se pode relatar o que não se quer ver ou não se é autorizado a ver ou não se pode falar.

O Comité contra a Tortura tem 5 casos (Naama Asfari, Abdallah Abbahah, Abdeljalil Laaroussi, Mohamed Bourial e Mohamed Bani) que têm decisões finais onde é claro que estes presos políticos sofrem de maus tratos, tortura e isolamento em curso desde a sua detenção arbitrária, no entanto, o Reino de Marrocos ignora as decisões e em quatro casos (Abbahah, Bourial, Laaroussi e Bani) os queixosos nem sequer tiveram o direito de ler e receber uma cópia das decisões acima mencionadas, nem Maître Olfa Ouled, a sua representante legal tem o direito de visitá-los, tendo sido expulsa duas vezes do Reino de Marrocos.

A violação e a tortura de crianças, mulheres e homens saharauis, o apartheid económico, social e político, a ausência de liberdade de expressão, de associação e de circulação, os assassinatos, as detenções arbitrárias, a tortura de presos políticos, a pilhagem dos recursos naturais saharauis, a destruição do meio ambiente, o assassinato de rebanhos de camelos e de cabras estão bem documentados ao longo dos anos e nos vossos dossiês e processos, mas nada é feito. A impunidade de Marrocos continua e os “esforços” do Reino são mesmo elogiados em alguns dos vossos relatórios, o que é incompreensível.

Como frear a marcha para a III Guerra Mundial

Ocidente fustiga guerras, sabota diplomacia e recusa-se a pagar pelas crises que gerou, como na Ucrânia e Palestina. É tempo de ações concretas – e profundas. Que tal começar deslocando parte dos gastos militares a um projeto de paz global?

Jeffrey D. Sachs no Other News | em Outras Palavras | # Publicado em português do Brasil | Tradução: Maurício Ayer

Senhor Presidente; Embaixadores; Secretário-Geral da ONU, Antonio Guterres; Presidenta do NDB, Dilma Rousseff; ilustres diplomatas; senhoras e senhores,

Meu nome é Jeffrey D. Sachs. Sou professor universitário na Universidade de Columbia. Sou especialista em economia global e desenvolvimento sustentável. Compareço perante o Conselho de Segurança da ONU em meu próprio nome. Não represento nenhum governo ou organização no testemunho que prestarei.

A reunião de hoje ocorre num momento em que há várias guerras importantes. No meu testemunho referir-me-ei a quatro: a Guerra da Ucrânia, que começou em 2014 com a derrubada violenta do presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovich; a Guerra Israel-Palestina, que se desencadeou repetidamente desde 1967; a Guerra Síria, iniciada em 2011; e as Guerras do Sahel, que começaram em 2012 no Mali e que agora se espalham por toda a região do Sahel.

Estas e outras guerras recentes ceifaram milhões de vidas, desperdiçaram trilhões de dólares em despesas militares e destruíram riqueza cultural, natural e econômica construída ao longo de gerações e, na verdade, milênios. As guerras são o pior inimigo do desenvolvimento sustentável.

Estas guerras podem parecer intratáveis, mas não são. Na verdade, eu sugeriria que todas as quatro guerras poderiam ser rapidamente encerradas através de acordo no Conselho de Segurança da ONU. Uma razão é que as grandes guerras são alimentadas do exterior, tanto com finanças externas como com armamentos. O Conselho de Segurança da ONU poderia concordar em sufocar estas guerras terríveis barrando o financiamento externo e os armamentos. Isso exigiria um acordo entre as grandes potências.

A outra razão pela qual estas guerras podem terminar rapidamente é que resultam de fatores econômicos e políticos que podem ser resolvidos por meio da diplomacia e em vez da guerra. Ao abordar os fatores políticos e econômicos subjacentes, o Conselho de Segurança pode estabelecer condições para a paz e o desenvolvimento sustentável. Consideremos cada uma das quatro guerras separadamente.

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