Olha para propostas sendo relatadas. Mas qualquer acordo deve ser baseado em abordar as raízes do conflito.
<> Strategic Culture Foundation | editorial | # Traduzido em português do Brasil
O presidente dos EUA, Donald Trump, disse repetidamente que quer abrir negociações com seu colega russo, Vladimir Putin, para acabar com a guerra na Ucrânia. Trump falou sobre a urgência de levar o conflito a uma conclusão pacífica. Justo.
De sua parte, o presidente Putin retribuiu magnanimamente, dizendo que está pronto para conversar com Trump.
Até agora, tudo bem. Pelo menos o lado americano não está mais sobrecarregado com a mentalidade estúpida, intransigente e hostil do governo Biden, que se recusou a ter qualquer contato diplomático com a Rússia.
A Rússia, por sua vez, sempre
esteve disposta a negociar uma maneira genuína de não apenas acabar com o
conflito, mas evitar conflitos futuros. Antes da guerra na Ucrânia estourar há
três anos, em fevereiro de 2022, Moscou apresentou uma proposta abrangente para
um tratado de segurança na Europa em dezembro de
No estágio inicial do conflito na
Ucrânia, em março de
Se a diplomacia é a arte de fazer a política funcionar, então tudo é possível. Abrir conversas é pelo menos um começo para trocar ideias e demandas para pôr fim ao conflito e impedi-lo de se transformar em uma guerra global catastrófica entre potências nucleares.
O presidente Trump diz que quer acabar com o conflito. Mas ele entende do que se trata realmente o conflito? Se um problema não for definido corretamente, então uma solução é ilusória.
Trump tem um estilo showman de fazer política. Ele se gabou de acabar com a guerra na Ucrânia em 24 horas após ser eleito. Agora ele está falando sobre acabar com ela em 100 dias.
Há alguns indicadores positivos de boas intenções. O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, disse esta semana que acreditava que a administração Trump está determinada a fazer um acordo de paz.
A escolha de Trump para Diretora de Inteligência Nacional, Tulsi Gabbard, disse aos senadores durante as audiências de confirmação para o cargo que sua "prioridade seria apoiar os esforços do Presidente Trump para levar a Rússia e a Ucrânia à mesa de negociações". (No entanto, ela pode não ser confirmada.)
O Secretário de Estado dos EUA Marco Rubio, em uma entrevista esta semana, repetiu seus apelos para que a guerra na Ucrânia acabasse. Em um comentário revelador, Rubio disse que o ônus estava na Rússia e na Ucrânia para fazer concessões.
É aqui que os problemas surgem. A administração Trump parece pensar que uma resolução é uma questão para dois lados – Rússia e Ucrânia – e que os EUA estão agindo como um mero mediador da paz em vez de ser o instigador.
Isso se refletiu nos comentários recentes do próprio Trump, quando ele grosseira e estupidamente alertou a Rússia de que, se o país não chegasse à mesa de negociações, ele imporia sanções paralisantes à economia russa.
Trump está delirando se pensa que pode intimidar a Rússia ou ameaçar a economia russa. Uma atitude tão fatuosa está fora de ordem e é contraproducente.
O fato é que as sanções americanas e europeias contra a Rússia já falharam. A economia da Rússia se fortaleceu ao ser mais independente e desenvolver novas relações comerciais com o resto do mundo. Ela agora está classificada em 4º lugar no mundo, acima da Alemanha e de outras nações europeias.
Mais importante, a Rússia está decisivamente vencendo a guerra na Ucrânia, apesar do colossal armamento do regime de Kiev pelos EUA e seus parceiros da OTAN. As linhas militares ucranianas estão se desintegrando em meio a perdas crescentes. Até mesmo a mídia ocidental está relatando a desordem e a deserção em massa de soldados ucranianos.
A noção de que a Rússia pode ser pressionada a negociar pelo governo Trump é uma falácia e um equívoco grave sobre a natureza do conflito.
Além disso, as duas partes que precisam negociar não são o regime fantoche corrupto em Kiev e a Rússia. São os Estados Unidos e a Rússia. Os EUA são uma parte dessa guerra, não um mediador da paz.
Se o governo Trump leva a sério a ideia de fechar um acordo de paz, então será preciso entender que os Estados Unidos devem aceitar os termos da Rússia.
Um mero cessar-fogo e o congelamento das hostilidades na Ucrânia, que é o que os assessores de Trump estão promovendo , está longe de ser uma solução adequada.
Como apontamos em nosso editorial da semana passada, o conflito na Ucrânia tem raízes profundas nas maquinações imperialistas dos EUA e de seu representante da OTAN em relação à Rússia. A história disso remonta a décadas, não apenas a alguns anos.
Somente abordando as causas profundas do conflito é que uma resolução pacífica autêntica poderá começar.
Os termos da Rússia foram claramente esboçados por um longo tempo. Os Estados Unidos e sua máquina de guerra da OTAN precisam respeitar os interesses de segurança nacional da Rússia. O tratado de segurança que Moscou propôs em dezembro de 2021 é uma base para negociação.
Assim também são as realidades no terreno. Os novos territórios russos de Donbass, Kherson, Zaporozhye, assim como a Crimeia – todas terras históricas da Rússia – não são negociáveis.
Nem a insistência da Rússia de que a Ucrânia nunca poderá fazer parte da aliança da OTAN.
Se Trump conseguir entender essas grandes questões geopolíticas e históricas, então talvez um acordo possa ser fechado.
Mas os sinais são de que Trump e sua administração não têm entendimento do problema sistêmico. E mesmo que Trump tenha obtido um pingo de entendimento, é duvidoso que o estado profundo imperialista americano permita que ele negocie.
O problema vai muito além dos indivíduos e suas noções caprichosas e egoístas. O problema da guerra e da paz emana da natureza inerentemente violenta do estado americano, conforme ele evoluiu ao longo do último século.
A dura experiência da Rússia com a traição das potências ocidentais e a profundidade da inteligência política entre seu povo e liderança significam que o fanfarrão Trump não tem o que é preciso para fechar um acordo adequado.
Ler/Ver em SCF:
APolítica Energética de Chihuahua: é um gás, gás, gás – Pepe Escobar
Porque Volodymyr Zelensky é apenas o mais recente de uma longa linha de líderesfantoches -- Ian Proud
Lacaios do euro bajulando Trump irão intensificar o conflito da OTAN com a Rússia -- Finian Cunningham
Sem comentários:
Enviar um comentário