< Artur Queiroz*, Luanda >
O Almirante Leonel Cardoso teve a
missão de levar o processo de descolonização em Angola até ao fim, depois do
Governo de Lisboa ter suspendido o Acordo de Alvor. Na tarde de 10 de Novembro
A I Guerra Mundial começou a 28 de julho 1914 e acabou em 11 de Novembro 1918, quatro anos. A II Guerra Mundial rebentou no dia 1 de Setembro 1939 e terminou a 2 de Setembro 1945. Foram seis anos. Ao todo as duas grandes guerras duraram dez anos. Destruíram o mundo.
Angola é a nossa Pátria. A Guerra dos Dembos, contra os colonialistas, decorreu entre 1872 e 1919. Durou 47 anos. Mas o período mais destrutivo foi entre 1890 e 1907. Milhares de mortos e todos os Dembos em guerra, eliminados. Só restou o Dembo Kazuangongo. A sua Cidadela Real, na Pedra Verde (Ninho da Águia), foi invadida em 1919 e a resistência extermínada. A guerra no Norte de Angola e na Europa mergulhou a colónia num crise económica sem precedentes, da qual nunca mais recuperou, apesar do “El Dorado” do café.
Entre 1920 e 1961 as guerras contra os ocupantes continuaram em baixa intensidade. No dia 4 de Fevereiro 1961 rebentou a Luta Armada de Libertação Nacional (MPLA). Altíssima intensidade! No dia 15 de Março 1961 aconteceu a Grande Insurreição no Norte (UPA/FNLA). Os canhangulos e as catanas acertaram no coração do colonialismo. Mas demorou a morrer.
A guerra colonial só terminou em 1974. Mais 13 anos a somar aos 47 da Guerra dos Dembos. Já temos mais de meio século de guerra em alta intensidade (60 anos). Em 1974 começou a Guerra da Transição, até 11 de Novembro 1975. E esta foi continuada na Guerra pela Soberania Nacional e a Integridade Territorial. Que continuou coma rebelião armada da UNITA contra a democracia, entre 1992 e 2002. Mais 28 anos.
A Europa ficou devastada com dez anos de guerra. Para recuperar da ruína precisou do Plano Marshal. Ou Programa de Recuperação Europeia. Angola, ao fim de 88 anos de guerra e séculos de colonialismo, ficou entregue a si própria. Mesmo assim os dirigentes do MPLA conseguiram o apoio da República Popular da China na Reconstrução Nacional. Graças ao petróleo.Agostinho Neto e Carlos Rocha
(Dilolwa),
A décima sétima edição da Cimeira de Negócios EUA-África abriu ontem em Luanda, numa cerimónia presidida pelo ministro da Indústria e Comércio, Rui Miguêns. Também participou na abertura a senhora Florizelle Liser, presidente da Corporate Council on África (CCA) Fui saber quais foram os resultados práticos das anteriores cimeiras. Zero vírgula zero para África. Tudo para o estado terrorista mais perigoso do mundo (EUA). O costume nas relações coloniais.
O comércio Angola-EUA cresceu ligeiramente em 2024, mas caiu a pique no primeiro semestre de 2025. Angola exporta petróleo, parakuka e rama de jimboa. Importa aviões e carne de frangos com fosfo furanos, excrementos de supremacistas brancos e as tarifas de Trump.
A Cimeira de Negócios EUA-África só aconteceu seis vezes em África: Adis Abeba, Gaberone, Joanesburgo, Maputo e Rabat. Agora Luanda. Quais são os Investimentos dos EUA na Etiópia? Ninguém sabe, logo não existem. A Casa do Brancos recorre ao velho truque das “doações”: Toma lá uma salsicha dá cá uma kibanga cheia de porcos.
Qual é o investimento dos EUA na África do Sul? Ninguém sabe, logo não existe. A Casa dos Brancos finge que apoia projectos na área das energias renováveis e em troca leva diamantes e ouro!
Qual é o investimento dos EUA em Marrocos? Ninguém sabe, logo não existem. Ma a Casa dos Brancos está em primeiro lugar no fornecimento de torturas e prisões arbitrárias no reino berbere. Em 2024, as exportações de Marrocos para os EUA atingiram o astronómico número de 5,6% por cento.
Qual é o investimento dos EUA no Botswana? Desconhecido. Mas pode chegar a zero. E em Moçambique? Ninguém sabe. Ma é certo e seguro que a Casa do Brancos exporta para Cabo Delgado os terroristas jiadistas do Estado Islâmico. E investiu tudo no bandoleiro Venâncio Mondlane. Qual é o investimento dois EUA em Angola? Milhões na agricultura, noves fora nada. Muitos biliões no Corredor do Lobito que se foram de Carrinho. Nada vezes nada. Tudo folclore e conversa afiada.
Jamais direi que os políticos são
todos iguais a Donald Trump e João Lourenço. A prova é que Angola chegou a 2025
como um Estado Independente e Soberano. Ma estou preocupadíssimo com os
jornalistas. Quando comecei nos anos
Com a guerra no Médio Oriente os mísseis e bombas perfuradoras acabaram de vez com o Jornalismo e os Jornalistas. Mas andam todos muito felizes. É o fim do mundo!
As agências bancárias já encerraram. A administração da Empresa Edições Novembro não pagou nem disse quando vai pagar o que me deve há dez anos. Caloteiros e ladrões do pão alheio têm a bênção do empregado do povo. Kinga ainda! A vossa vez vai chegar.
* Jornalista
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