terça-feira, 6 de setembro de 2011

Não se pode confundir "direito de manifestação com arruaça" - porta-voz do MPLA




DESTAK - LUSA

O porta-voz do partido no poder em Angola disse hoje que não se pode confundir "direito de manifestação com arruaça", num comentário ao protesto de sábado contra o Presidente, que terminou com a detenção de vários manifestantes.

"Não se pode confundir o direito cívico de exercício da manifestação (…) com arruaça. Em Angola, como em qualquer Estado de direito, as pessoas são livres de se manifestarem, mas essa manifestação não pode pôr em causa o direito de terceiros. Se puser em causa direitos de terceiros, compete às forças de segurança o retorno à legalidade", disse o porta-voz do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), Rui Falcão.

Centenas de jovens pediram sábado em Luanda a destituição do Presidente José Eduardo dos Santos, no poder há 32 anos em Angola, manifestação que terminou com a detenção de 24 pessoas, segundo a polícia, enquanto fontes próximas dos manifestantes falam em 50 detidos.

A organização dos Direitos Humanos Human Rights Watch afirma que pelo menos 30 detidos continuam incontactáveis e com paradeiro desconhecido.

Dos jovens detidos, 21 foram hoje presentes a um juiz para julgamento sumário, que acabou por ser adiado para quinta-feira.

Rui Falcão desvalorizou "a manifestação de 100 pessoas", adiantando que "um grupo tentou fazer confusão e as forças da ordem agiram no sentido de repor a legalidade".

"Aqueles que se manifestaram de forma cívica não tiveram problemas", acrescentou.

Para o porta-voz do MPLA, "há muita gente interessada em ver Angola ao avesso", mas Rui Falcão garante que "isso não vai acontecer".

"Vamos continuar no rumo certo, vamos continuar a crescer, vamos continuar a reforçar a democracia interna e vamos ser um país bom para viver", reforçou.

Questionado sobre se as manifestações [pelo menos três este ano] de oposição ao Presidente José Eduardo dos Santos, não levam o partido do Governo a repensar o seu rumo político, Rui Falcão adiantou que o MPLA "tem cinco milhões de militantes" e não está preocupado com os protestos.

"Nem nos passa pela cabeça perder tempo com essas coisas. Temos um país para governar. Temos muita coisa para fazer (…) continuamos no rumo certo e vamos continuar a trabalhar. Isso não é um problema nosso", disse.

*Foto em Lusa

Sem comentários:

Mais lidas da semana