TSF
O presidente alemão defende rigor na aplicação dos memorandos de ajustamento. Só depois de estarem cumpridas as condições é que pode haver flexibilidade nos programas.
Christian Wulff falava em Helsínquia, onde já terminou a reunião do Grupo de Arraiolos, que junta os chefes de Estado não executivos da União Europeia. E ouviu de Cavaco Silva a garantia de que Portugal está a cumprir na totalidade aquilo com que se comprometeu.
Ainda é muito cedo para flexibilizar o programa de ajustamento português. É esta a mensagem passada pelo Presidente alemão, sublinhando que só numa fase mais avançada é que pode haver alguma revisão dos termos do contrato.
«A assistência financeira depende de certas condições e eu penso que temos que ser rigorosos a exigir a implementação destas condições. Se mostramos elevado grau de flexibilidade relativamente a essas condições, isso não beneficia o aumento do sentimento de confiança nos mercados», disse.
«Uma vez alcançadas as condições atempadamente, podemos sempre ter isso em consideração, mas começar numa fase muito inicial a ser flexível relativamente às condições estabelecidas, penso que se corre o risco de diminuir a confiança nos mercados», prosseguiu.
O Presidente da República aproveitou a ocasião para sublinhar que os parceiros europeus sabem que Portugal está a fazer o trabalho de casa.
«Estamos a informar detalhadamente todos os nossos parceiros sobre a implementação do programa de ajustamento em Portugal e eles estão bem conscientes de que estamos a implementar na totalidade o programa que negociámos com a União Europeia e o FMI», afirmou.
Agora, Cavaco exige à União Europeia que avance com medidas que permitam pôr a economia a crescer.
«Estamos a pedir aos portugueses medidas muito duras. Estamos convencidos de que estamos a fazer o nosso trabalho e esperamos que a União Europeia, como disse o Presidente italiano, avance com uma estratégia para o crescimento e o emprego», afirma.
Os Presidentes de Portugal e da Itália depositam assim esperanças na Cimeira Europeia de março, para que os países com dificuldades não vivam apenas de austeridade em cima de austeridade.
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