RTP - Lusa
A manifestação antigovernamental prevista para sábado em Benguela, no centro litoral de Angola, voltou a ser adiada e ainda não tem data para sair à rua, disse à Lusa fonte da organização.
Segundo José Patrocínio, coordenador da organização não-governamental Omunga, que convocou o protesto, a decisão de adiar a manifestação "sine die" foi tomada por ainda não se ter realizado uma reunião com o Governo Provincial de Benguela para prevenir incidentes no evento.
O primeiro adiamento foi há uma semana, quando a Omunga decidiu protelar a manifestação marcada para dia 17, como forma de protesto contra a repressão numa anterior iniciativa, a 10 de março, em que três pessoas foram detidas e posteriormente condenadas a pena efetiva de 45 dias de prisão efetiva e pagamento de multa.
Os três detidos foram entretanto postos em liberdade, enquanto correm os prazos para apreciação do recurso interposto pelos advogados dos detidos.
Os objetivos do protesto agora adiado continuam a ser a exigência do afastamento da presidente da Comissão Nacional Eleitoral, face às eleições gerais de setembro, expressar solidariedade para com "todos os manifestantes vítimas de repressão em Angola" e "exigir o fim da repressão das manifestações em Angola", disse José Patrocínio.
O local pretendido para o protesto, o Largo da Peça, é também o mesmo onde se registou a carga policial do passado dia 10, quando foram feitas as três detenções e agentes da Polícia de Intervenção Rápida dispersaram cerca de 30 jovens.
No caso da presidente da CNE, a designação de Suzana Inglês desencadeou protestos dos três maiores partidos da oposição (UNITA, PRS e FNLA), tendo estas formações perdido o primeiro recurso junto do Conselho Superior da Magistratura Judicial e visto a sua providência cautelar indeferida pelo Tribunal Supremo.
Atualmente, o Tribunal Supremo está a apreciar um pedido final e definitivo daqueles três partidos para que Suzana Inglês seja afastada por alegadas ligações ao partido no poder, MPLA.
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