sábado, 24 de março de 2012

Sindicato vai transmitir a ministro preocupação com "escalada de violência contra jornalistas"



Lusa, com foto

Lisboa, 24 mar (Lusa) - As agressões da PSP a dois fotojornalistas na manifestação no âmbito da greve geral são vistas com preocupação pelo presidente do Sindicato de Jornalistas (SJ), Alfredo Maia, que se reunirá com o ministro da Administração Interna na segunda-feira.

"Este não é um caso inédito e nós receamos que seja um indício de uma escalada da violência contra os jornalistas", afirmou hoje à agência Lusa Alfredo Maia, referindo que vai transmitir esta preocupação ao ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, durante a reunião programada para segunda-feira à tarde (15:00).

O ministro que tutela as forças de segurança tomou a iniciativa de receber os representantes do SJ para analisar o episódio de quinta-feira, qualificado de "um caso de extrema violência praticado contra os jornalistas" por Alfredo Maia, que vincou que os procedimentos sugeridos pela Polícia de Segurança Pública (PSP) para evitar que este tipo de situações se repita não são consensuais.

"As medidas de que se fala suscitam-nos muitas reservas. A identificação [com coletes] é aconselhável, por princípio, mas há circunstâncias muito complexas em que essa identificação pode levar a um agravamento do risco para os jornalistas, tornando-o um alvo a abater", explicou, acrescentando, por outro lado, que a ideia de os jornalistas ficarem atrás da linha da polícia neste tipo de circunstâncias pode impedir que façam o seu trabalho na plenitude.

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Sendo indiscutível que a agressão da PSP ao jornalistas foi ação gravíssima o que está em causa não é só esse fator mas sim toda a atuação da PSP constatadas em imagens e narrações das vítimas que demonstram que propósitos a PSP já levava relativamente ao trato que devia dar aos manifestantes. Querem agora criar o papão de que os jornalistas devem temer os manifestantes em vez das atuações tresloucadamente canídeas da PSP sem que exista em Portugal qualquer exemplo de que isso tenha acontecido ou uma base credível e substancial que torne esse argumento suportável.

Na verdade, para a PSP, como ela está a atuar, será muito conveniente que os jornalistas não tenham liberdade de movimentos e que se limitem a trabalhar (?) por detrás dos polícias para que os deixassem malhar à vontade nos que afinal se manifestam pacificamente contra um regime semelhante a uma ditadura mascarada de democracia. Regime perfeitamente assimilado pela PSP e por mais uns quantos energúmenos que estão a matar a democracia conquistada em 25 de Abril de 1974. Não. É aquilo que os portugueses devem afirmar.

Os jornalistas devem ser respeitados por todos e devem respeitar todos. Se até aqui alguém não os respeitou foi a PSP. O Sindicato dos Jornalistas deve exigir esse respeito aos responsáveis pelas agressões dos profissionais que faziam a cobertura dos incidentes provocados pela PSP no Chiado, em Lisboa.

Como é visto em imagens a PSP provocou e agrediu todos que lhe deu na veneta. Podemos visionar isso mesmo nas parcas imagens disponíveis em vídeo mais em baixo. Pessoas encostadas a paredes, mulheres, idosos, passantes… Tudo serviu para a PSP provocar, empurrar, deitar ao chão, pontapear. O que está em causa são os portugueses no seu todo, incluindo os que se manifestam pacificamente, não são só os jornalistas. Jornalistas, que devem exercer a sua profissão na cobertura destes eventos com total liberdade de movimentos e sem referências algumas (a não ser que seja necessário identificarem-se) porque só assim é que existem condições imparciais e de verdade para reportarem a quem consome a informação o que realmente acontece nas manifestações. Tudo isso sem que sejam agredidos num cabelo que seja.

O que este regime e a PSP pretendem é cometer as selvajarias que lhe apetecer com os jornalistas por aliados ou sem a possibilidade de reportarem corretamente os acontecimentos. E o Sindicato dos Jornalistas o que quer? E os Sindicatos da PSP o que querem para todos os portugueses, para Portugal? (Redação PG – AV)

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