sexta-feira, 8 de junho de 2012

Cabo Verde: Mais de 80% dos alimentos consumidos são importados -- estudo



JSD - Lusa

Cidade da Praia, 08 jun (Lusa) - A importação de produtos alimentares em Cabo Verde está acima dos 80 por cento das necessidades da população do arquipélago, revela um estudo intitulado "Análise do Impacto do Aumento dos Preços Internacionais dos Alimentos".

Citado hoje pela Panapress, o estudo, promovido pelo Governo de Cabo Verde e apresentado pelo consultor cabo-verdiano Floresvindo Barbosa, destaca a situação vulnerável do país e recomenda um melhor aproveitamento dos recursos localmente disponíveis, para se equacionar o problema alimentar de forma mais realista e prática.

Com base em dados sobre a produção e importação de alguns produtos, o estudo dá conta da relação entre o consumo e o aumento dos preços com reflexo na economia, constatando-se que, em 2011, o aumento dos preços dos produtos foi de 2,5 por cento, na mesma proporção do consumo (2,5 por cento).

O comércio aumentou em 6,5 por cento, depois da estagnação em 2009, enquanto o stock subiu 3,2 por cento em 2011, ano em que a produção teve uma redução de 3,8 por cento, enquanto o comércio e o stock final também tiveram descidas em relação ao ano anterior na ordem de 1,6 por cento e 1,5 por cento.

O estudo sugere o melhoramento da informação fornecida pela Agência Nacional de Segurança Alimentar (ANSA), sobretudo no que se refere aos preços, consumo e stock dos principais produtos alimentares e recomenda o encorajamento à produção local de alimentos e a redução dos custos dos transportes inter-ilhas.

"Ao elaborar o estudo, o nosso objetivo foi não só fazer recomendações, mas mostrar que o Governo, ao longo dos anos, tem tomado medidas para atenuar o aumento dos preços dos produtos alimentares a nível nacional", realçou o consultor.

Por fim, o estudo destaca ainda a necessidade de se proceder a uma análise mais aprofundada do impacto do aumento dos preços dos combustíveis na economia cabo-verdiana, tendo em vista o peso desses produtos na estrutura das importações, sem esquecer que a crise mundial afetou drasticamente os países mais pobres.

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