Diário de Notícias –
Lusa – por Graciosa Silva
O secretário-geral
da CGTP, Arménio Carlos, acusou hoje o Governo de estar nervoso por causa da
greve geral e de querer intimidar os trabalhadores de empresas de transportes
com polícia de choque para os forçar a quebrar a sua adesão à greve.
"Nota-se agora
nesta fase da madrugada, um certo nervoso do Governo, quando procura intimidar
os trabalhadores, nomeadamente no setor dos transportes, com a deslocação de
esquadrões da polícia de choque para determinados locais", disse o
sindicalista à agência Lusa.
Arménio Carlos
disse que foram registadas situações do género "em algumas estações da
Carris", classificando as mesmas de inadmissíveis.
"Parece-nos
que isto é, mais uma vez, uma forma de intimidar e de pôr em causa o direito à
greve", observou.
O secretário-geral
da CGTP indicou que os piquetes de greve estavam, ao início da manhã, "nos
seus locais de trabalho para sensibilizar os trabalhadores, mas acima de tudo
para os apoiar a resistir contra as intimidações dos patrões, que, neste
momento concreto, são veiculadas pela intervenção policial junto dessas mesmas
empresas".
"Não é pela
intimidação e repressão que vão por em causa o direito à greve e reafirmamos
que os trabalhadores não deixarão de dar a resposta devida a esta provação do
Governo, de quem está numa situação de desespero e que procura pela via da
força impor a sua posição", afirmou.
Arménio Carlos fez,
no entanto, um "balanço extremamente positivo" da greve geral
iniciada às 00:00 de hoje, afirmando estarem a ser registadas adesões entre os
80% e os 100%.
O secretário-geral
da CGTP referiu adesões muito significativas no setor da saúde, nomeadamente
nos hospitais, um pouco por todo o país.
Também "na
recolha de lixos sólidos há adesões praticamente totais em grande parte dos
municípios do país", acrescentou.
Já no setor dos
transportes, Arménio Carlos realçou que o metropolitano de Lisboa
"paralisou praticamente o seu funcionamento a partir da meia-noite" e
que "os barcos das travessias do Tejo pararam a partir das 02:00".
A CGTP constatou
ainda "que os primeiros turnos das empresas do setor privado aderiram em
número significativo".
"Estou a
lembrar-me, por exemplo, da última onde estive, a Securitas, na Póvoa de Santo
Iria, em que a adesão se centrava nos 98%, mas há muitas outras", disse.
Além de uma
participação elevada na greve geral iniciada às 00:00, Arménio Carlos referiu
esperar a "participação de um número muito significativo de trabalhadoras
e trabalhadores e de outras camadas da população" nas manifestações
marcadas para hoje em todo o país.
"Contamos ter
a participação de um número muito significativo de trabalhadoras e
trabalhadores e de outras camadas da população nesta ação que mais não visa do
que manifestar a indignação contra esta política e exigir políticas
alternativas que respondam à necessidade de se encontrar um novo rumo para
Portugal", afirmou.
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