FP – VM - Lusa
Bissau, 11 mar
(Lusa) - O Ministério Público da Guiné-Bissau está hoje a investigar o Banco da
África Ocidental (BAO) em Bissau, no âmbito de um caso que envolve 9,1 milhões
de euros, que a Procuradoria diz terem desaparecido.
Fonte do Ministério
Público confirmou à Lusa que estão hoje a ser feitas investigações no banco por
causa do dinheiro, que terá sido disponibilizado por Angola a favor do Governo
guineense mas que não terá entrado nos cofres do Estado.
"Precisamos de
saber se a totalidade do dinheiro ou parte deu entrada no BAO, ou se ficou
algum retido no Montepio", banco através do qual o dinheiro teria entrado
na Guiné-Bissau, disse a fonte.
A fonte acrescentou
que o natural seria o dinheiro ter entrado na Guiné-Bissau via BECEAO, Banco
Central dos Estados da África Ocidental, o que não aconteceu. "Pode haver
um caso de abuso de poder, ou branqueamento de capitais", disse a fonte.
No mês passado, o
antigo ministro das Finanças da Guiné-Bissau José Mário Vaz foi ouvido pelo
Ministério Público e chegou a estar detido três dias no âmbito da investigação
ao paradeiro desse dinheiro. Está proibido de sair do país sem autorização.
José Mário Vaz era
o ministro das Finanças no governo de Carlos Gomes Júnior, que foi deposto pelo
golpe de Estado de abril do ano passado. Na sequência do golpe, viajou para
Portugal e no regresso à Guiné-Bissau, este ano, foi detido por alegado ilícito
fiscal.
Na semana passada,
o antigo ministro apresentou a candidatura a líder do Partido Africano da
Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), o partido mais votado nas eleições
legislativas de 2008 e que tem congresso marcado para maio próximo.
O antigo ministro
negou todas as acusações.
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