O secretário-geral
da Fenprof, Mário Nogueira, defendeu hoje a demissão "urgente" do Governo
que protege os "crimes de banqueiros, especuladores e alguns
governantes", e comete crimes sociais, como os cortes na educação.
Na sessão de
abertura do 11º Congresso Nacional de Professores, que começou hoje em Lisboa,
Mário Nogueira classificou de "criminosos" os cortes na educação e
alertou para a chegada de mais más noticias, ao início desta noite, quando
forem anunciadas as medidas destinadas a conseguir novos cortes da despesa do
Estado.
"Já seria
criminoso cortar na educação e no conjunto das funções sociais do Estado mais 4
mil milhões de euros", afirmou o secretário-geral da Federação Nacional de
Professores (Fenprof), Mário Nogueira, lembrando que os cortes vão rondar os
seis mil milhões e que os professores "não o podem aceitar".
Perante uma plateia
de 650 delegados de todo o país, Mário Nogueira lembrou que o congresso é
"soberano" e é dali que vão sair novas formas de luta, mas deixou a
sua posição: "Não podermos aceitar tal corte. Para proteger crimes de
banqueiros, de diversos especuladores e até de alguns governantes, não podemos
admitir que o Governo cometa os crimes sociais que comete e só há uma forma de
o parar: demitir urgentemente este Governo, exigindo do Presidente da República
a convocação de eleições antecipadas", defendeu Mário Nogueira.
O secretário-geral
da Fenprof voltou a defender a demissão do ministro da Educação, que acusa de
não ter poder para tomar decisões, recordando uma reunião recente em que Nuno
Crato terá admitido que, afinal, a mobilidade especial também seria aplicada
aos professores, mas que os horários de trabalho iriam manter-se nas 35 horas
semanais.
Hoje, vários
jornais falam no aumento das 35 para 40 horas semanais para os funcionários
públicos, como uma das medidas que deverá ser anunciada.
"Se isso acontecer,
para que serve ter um ministro que não manda, que não governa, que não decide,
que mente cada vez que fala porque a realidade imposta pelo Governo é
diferente? Nós precisamos de quem governe a sério e com seriedade na educação.
Nós precisamos de quem saiba aquilo que vai fazer. Nós precisamos de outro
ministro, de outra equipa ministerial, de gente séria à frente da Educação. Nós
precisamos de uma ministro da Educação para Portugal, que não temos".
Convidado especial
do Congresso, o reitor da Universidade de Lisboa, António Sampaio da Nóvoa,
defendeu que, "em tempos tão duros como os de hoje, ninguém tem o direito
de ficar em silêncio".
"É tempo de
dizer não. Não à degradação da escola pública. Não à mobilidade dos
professores. Não a um país sem futuro. Como dizia Sophia de Mello Breyner:
'Perdoai-lhes, senhor, porque eles sabem o que fazem'", afirmou o reitor
que tem sido uma voz crítica das políticas governamentais.
"Os
economistas da inevitabilidade tudo têm tentado para nos obrigar a
recuar", acusou Sampaio da Nóvoa, recordando afirmações de Passos Coelho
que considerou que a gratuiticidade da escola obrigatória é um
"direito" que "só existe na medida da possibilidade e se houver
condições para isso. Se deixou de ser possível, temos de ver como é que o recuo
é feito".
Perante milhares de
professores, o reitor reagiu à afirmação: "Como é que o recuo é feito?!?
Lê-se, relê-se e não se acredita. Só há uma resposta possível: Não haverá
recuo. Não voltaremos atrás".
"Não
voltaremos atrás, porque não podemos prescindir de nada quanto à valorização da
escola e dos professores, porque é aqui que estão as condições para um Portugal
futuro que não seja apenas a repetição do Portugal passado", lembrou o
reitor da Universidade de Lisboa.
O encontro começou
com um vídeo com mensagens de várias personalidades, entre as quais a escritora
Lídia Jorge, antiga professora, que lembrou que "o povo é o que a sua
escola pública for".
1 comentário:
O CDS-PP está completamente cilindrado em termos de partido político, pois enganou os reformados e todos aquele que neles votaram. Neste momento continua a apoiar o Governo apenas para não perder tachos, mas em termos políticos é um partido em vias de extinção. Por outro lado o PS, que tanto promete e fala e pouco faz em defesa do Povo, está também a atravessar um período de declínio, pois não é estando do lado do Governo e fazendo umas "fitas" que todos os Portugueses já conhecem, que alcançará seja o que for. O PSD, nem se fala, sugiro até que se faça um referendo com as perguntas:
1-"Quer continuar as políticas que estão a ser seguidas, preservando este Governo?"
2-"Concorda com a demissão imediata do PM?"
Podem até dizer que as perguntas são inconstitucionais para serem colocadas num Referendo, mas o Governo também já cometeu centenas de inconstitucionalidades e ficará visível a vontade dos Portugueses, que ninguém parece respeitar, tal como numa Ditadura. Se não têm medo e se o Presidente da República diz que o Governo está legitimado para Governar, então perguntem ao povo, pois em democracia e Povo é quem mais Ordena.
Assine a petição, divulgue-a pelo máximo de contactos. É necessário mudar Portugal.
http://www.peticaopublica.com/PeticaoVer.aspx?pi=P2013N35449
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