domingo, 9 de junho de 2013

Barcos da Bluesky encontraram “abrigo” em São Tomé na fuga da justiça internacional

 

Abel Veiga - Téla Nón
 
A empresa com a qual o anterior governo assinou acordo para explorar porto flutuante, extrair gás natural nas águas nacionais e realizar outros negócios, faliu desde finais do ano passado. Os barcos que colocou em São Tomé e que foram visitados pelo ex-Primeiro Ministro estariam em fuga da justiça internacional.
 
O escàndalo em torno da empresa taiwanesa TMT, proprietária da Bluesky, veio ao público através do mais importante jornal internacional especializado em negócios de transportes marítimos, o “Trade Winds”.
 
Num artigo de 3 de Maio último, emitido a partir de Singapura, pelo jornalista Jonathan Boonzaier, o “Trade Winds”, anuncia o arresto de 3 navios da empresa TMT, sendo um navio de categoria Elephant – F, e dois outros de categoria Whale.
 
Dá conta também que outro navio gigante de categoria Ladybug, igual ao que o ex-Primeiro Ministro Patrice Trovoada visitou em Abril de 2012 ao largo de São Tomé, foi preso na Bélgica em Março deste ano.
 
A notícia diz que o navio Elephant – F foi arrestado e vendido no dia 29 de Abril último, por ordem de um tribunal da cidade de Ningbo da China Popular.
 
Os outros 2 navios de categoria Whale, foram arrestados e vendidos no quadro de um processo judicial, como garantia para um grande banco taiwanês, o Mega International Bank co .
 
Outro barco da empresa TMT, que o anterior governo negociou a exploração do porto flutuante em São Tomé, foi arrestado há mais de 1 ano, no porto sul africano de Cap Town. A ordem de arresto emitida pela justiça sul africana, foi a pedido de um tribunal arbitral de Londres, explica o jornal “Trade Winds”.
 
O advogado Alan Godbert, que está a acompanhar o caso do navio arrestado há 1 ano na África do Sul, disse que a empresa TMT, abandonou a tripulação do navio de categoria Whale, a sua sorte, tendo o barco se transformado num fantasma sobre o mar de Cap Town.
 
Na Singapura, outro navio da empresa TMT, foi arrestado e vendido, para pagar as despesas contraídas pelos tripulantes.
 
A caça pela justiça aos navios da Bluesky-TMT, por ordem judicial, prosseguiu no canal de Suez, onde outro navio foi arrestado em março último. Jubair Niaz Khan, comandante do navio, expressou frustação pelo facto da TMT, não atender ao SOS lançado pela tripulação, que já não tem mantimentos, e o navio sem combusível. Disse que tem mais de 20 anos de trabalho, e nunca viveu siuação igual.«It is horrible», – É horrivel», afirmou.
 
Pelo mundo inteiro, navios e bens da empresa TMT, são arrestados desde o ano 2012, por ordem de tribunais. No entanto a empresa em causa terá conseguido “abrigo” e oportunidade de negócios em São Tomé e Príncipe.
 
Na negociação com o ex-Primeiro Ministro Patrice Trovoada conseguiu colocar 4 navios gigantes ao largo da ilha de São Tomé a vista de todos, enquanto outros 4, segundo o novo governo liderado por Gabriel Costa, circulavam mais distantes nas águas territoriais nacionais. «Desta vez eles trouxeram cá um navio que carrega máquinas e automóveis esse navio transporta 7 mil e 600 carros. Para nós existe um interesse nessa óptica de São Tomé e Príncipe, ser um centro de prestação de serviços, de podermos enquanto nós não tivermos um porto on shore, podermos ter uma plataforma logística no mar de transbordo de mercadoria», declarou o ex-Primeiro Ministro Patrice Trovoada, durante a visita a um dos barcos em Abril de 2012.
 
Junto aos serviços competentes o Téla Nón, apurou que o Estado são-tomense, tem registo de apenas 4 embarcações que eram visívies ao largo da ilha, e que por aqui ficaram durante 6 meses. São eles : Elephant C, Elephant B, Whale C e Whale D.
 
A Bluesky-TMT conseguiu avançar negócio com o anterior executivo, para criar um porto flutuante, para os seus barcos, enquanto a justiça internacional perseguia outras embarcações suas em diferentes regiões do mundo. «O facto de termos conseguio atrair para o nosso país, grandes empresas internacionais, grandes comerciantes internacionais, coloca o nosso país no mapa mundial das oportunidades. Isso é fundamental», precisou Patrice Trovoada na longa entrevista dada no barco da Bluesky-TMT.
 
Patrice Trovoada garantiu que no porto flutuante não deveriam operar navios de petróleo Mas a maioria dos 4 barcos que a Bluesky estacionou ao largo de São Tomé, era petroleiros. «Essa plataforma de transbodo de mercadoria que não são contentores nem produtos petrolíferos estou convencido que encontrará mercado no golfo da Guiné», declarou em Abril de 2012.
 
O ex-Primeiro Ministro disse mais «é evidente que nós vamos ter que finalizar o contrato». Algumas semanas depois, polémica tomou conta da actualidade nacional. Denuncias foram feitas, sobre a presença dos navios. Algumas instituições do Estado responsáveis pela fiscalizam dos navios que chegam ao país, deixaram entender que não tinham conhecimento do tipo de operações que os barcos ancorados ao largo da ilha realizavam.
 
O ex-Chefe do Governo, anunciou também que investidores como aqueles, querem transparência, menos corrupção, uma justiça a funcionar, qerem segurança, não querem pirataria.
 
No entanto os 4 navios acumularam dívidas para com a ENAPORT por taxa de estacionamento, na ordem de 300 mil dólares, e zarparam de São Tomé desde Dezembro do ano passado sem pagar nenhum tostão ao Estado são-tomense. Acto que contradiz a determinação manifestada pelo ex-Primeiro Ministro. « Esses barcos vêm cá e pagam, vão reforçar a capacidade do Estado a nível orçamental, para depois poder financiar alguns investimentos», disse Patrice Trovoada, em Abril de 2012.
 
Os ex-Ministros da Defesa Carlos Stock, da Saúde Ângela Pinheiro, e do Plano e Desenvolvimento Agostinho Fernandes, marcaram presença na visita ao barco que representava o início das operações do porto flutuante. A mesma empresa já tinha acordo com o anterior governo para explorar gás natural em São Tomé e Príncipe. Em parceria com o Governo da altura, criou a empresa “STP Gás Company Lda”, em que a BLUESKY FLNG CORPORATION, S.A, sociedade por acções, com sede na Libéria, registada em Agosto 2011 detem 75% do capital social, e o Estado são-tomense apenas 25%.
 
Depois de 6 meses nas águas territoriais são-tomenses os barcos da Bluesky, abandonaram o país, logo a seguir a queda do décimo quarto governo constitucional.
 
O leitor tem acesso aos artigos publicados pelo jornal “Trade Winds” para melhor compreender o escândalo da TMT- BLUESKY/PORTO FLUTUANTE EM STP.
 
CLIQUE –TMT0001
 

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