Angola e Moçambique
são dois dos países da África subsaariana que mais ter mais crescimento
económico neste e nos próximos anos, prevê o Banco Mundial no relatório sobre
as Perspetivas Económicas Globais, hoje divulgado.
De acordo com os
números hoje divulgados, Angola deverá ter crescido 5,1% em 2013 mas, neste
ano, vai acelerar para os 8% e depois abrandar para 7,3 e 7% nos dois anos
seguintes, ao passo que Moçambique acelera de 7% em 2013 para 8,5% neste e no
próximo ano.
"O crescimento
na região subsaariana deverá ser impulsionado quer pelos países com recursos
naturais, quer pelos outros. Os países exportadores de petróleo, liderados por
Angola, deverão crescer 6,4%, em média, entre 2014 e 2016", refere o relatório.
Esse "crescimento
deverá também permanecer robusto em muitos países exportadores de minerais,
incluindo Gana, Moçambique e Tanzânia, alicerçado nos fluxos de Investimento
Direto Estrangeiro no setor dos recursos naturais e por um aumento de produção
nos projetos em andamento", pode ler-se no relatório na parte que analisa
a África subsaariana.
Nesta região, a
economia deverá continuar a crescer, recuperando dos 3,5% de 2012 e dos 4,7% do
ano passado, para uma média de 6% este ano, excluindo a África do Sul, que puxa
os valores para baixo, nota o documento, que sublinha que apesar de um terço
dos países abaixo do Saara terem crescido mais de 6% no ano passado, as
desigualdades continuam grandes e o desemprego mantém-se alto.
"As
perspetivas de crescimento a médio prazo são fortes. O PIB regional deve
fortalecer-se para 5,3% este ano, melhorando face aos 4,7% de 2013, aumentar
para 5,4% em 2015 e atingir os 5,5% em 2016", lê-se no relatório, que
explica que "a procura interna, associada aos investimentos em infraestruturas
e ao consumo das famílias, vai continuar a ser o maior motor do crescimento
económico na maioria dos países desta região".
As dificuldades,
sublinha o relatório, são já esperadas quando se fala no desenvolvimento de
África: "embora o PIB [Produto Interno Bruno] real em muitos países desta
região deva permanecer mais elevado que noutras regiões em desenvolvimento, a
fraca infraestrutura física limita o crescimento potencial - geração instável
de energia e más estradas vão continuar a impor custos altos aos negócios,
reduzir a eficiência e impedir o comércio regional", pode ler-se no
documento.
Os riscos ao
panorama positivo que o relatório do Banco Mundial apresenta centram-se num
"declínio acentuada dos preços dos bens e matérias-primas [commodities]
motivado por uma procura mais branda ou produção excessiva, e efeitos
secundários da restrição das condições monetárias por causa do fim dos
estímulos financeiros da Reserva Federal norte-americana", mas também em
fatores internos, como "agitação política, problemas de segurança e
choques provenientes de choques climatéricos".
Num cenário de
forte redução do preço das 'commodities', o relatório afirma que Angola seria
um dos países mais afetados, devido à sua forte dependência do petróleo:
"Os exportadores de petróleo, especialmente os com economias menos
diversificadas, como Angola e o Gabão, seriam os mais afetados, com o PIB a
decrescer 3,8 pontos percentuais relativamente às previsões e com o défice a
piorar em 10,8 pontos percentuais".
Este risco, conclui
o relatório, sublinha a necessidade de implementar "reformas estruturais
que fomentem a diversificação económica".
Lusa, em Notícias
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