quinta-feira, 27 de março de 2014

São Tomé e Príncipe: PGR denunciou a injustiça da justiça são-tomense




Foi na sessão de quarta – feira do Diálogo Nacional. Frederique Samba(na foto), usou da palavra no âmbito do tema “Reforço da Democracia”, e apontou o dedo à Assembleia Nacional, como um dos pólos que obstaculiza a luta contra a criminalidade económica e financeira.

A imunidade parlamentar do deputado, não é retirada quando o Ministério Público, solicita ao Parlamento tal expediente para que o deputado seja ouvido pela justiça. Como se não bastasse a mesma Assembleia Nacional foi arquitecta do novo código penal que iliba os titulares de cargos políticos de quaisquer responsabilidades criminais por crime de corrupção financeira. «Efectivamete o Procurador-Geral tem feito o seu papel pedindo a autorização a Assembleia no âmbito do que está consagrado na constituição e no Estatuto dos deputados, para que efectivamente as pessoas sejam colocadas a disposição do ministério público para serem interrogadas.…..Foram feitos de facto vários pedidos, mas o Ministério Público até agora não conseguiu ter qualquer pronunciamento da Assembleia Nacional. Está cá o senhor Presidente da Assembleia Nacional,  é uma questão que preocupa», declarou o Procurador Geral da República, tendo recebido um intenso aplauso da plateia.

A imunidade parlamentar é uma barreira. « As barreiras se inserem no âmbito da imunidade parlamentar. É uma questão que deve ser discutida», frisou o procurador geral, tendo dado exemplo das ilhas Seychelles, onde segundo Frederique Samba, numa visita a aquele país africano, constatou que «não há imunidade parlamentar para os deputados».

A responsabilização penal dos titulares de cargos políticos é outra grande questão. «Tem a ver com o código penal aprovado, em que o último artigo se refere a responsabilização dos titulares dos cargos políticos, e que este conceito de funcionário público não é extensível aos titulares dos cargos políticos. E isto fragiliza muito o trabalho do ministério público», pontuou o Procurador-Geral da República.

Mesmo assim segundo Frederique Samba, brevemente algumas acusações de crime de corrupção financeira «darão entrada no Tribunal».

Enquanto isso, o Procurador-Geral da República reconheceu no Diálogo Nacional, que para os cidadãos comuns a justiça é mais célere enquanto para outras figuras detentoras de cargos políticos acaba por ter alguma morosidade.

Abel Veiga – Téla Non (st)

Leia mais em Téla Non

Sem comentários:

Mais lidas da semana