07 de Abril de
2014, 16:44
O bispo de Baucau
mostrou-se hoje otimista quanto à presidência timorense da CPLP, que começa em
julho, e afirmou que Timor só tem a ganhar, "tal como os clubes
pequenos" quando "jogam contra o Benfica".
"À partida, só temos a ganhar: Se as coisas não correrem bem, teremos a
desculpa de sermos um país novinho, coitado; Se as coisas correrem bem de mais,
toda a gente vai dizer fora de série. À partida, é como os clubes pequenos que
jogam com o Benfica", disse Basílio do Nascimento, em entrevista à Lusa em
Lisboa.
Para o bispo, a presidência timorense da Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa (CPLP) tem também a vantagem de dar o país a conhecer: "Com os
nossos defeitos e insuficiências, dá-nos a conhecer".
Reconhecendo que todos têm consciência de que organizar uma presidência destas
"será pesado e difícil", o bispo reiterou que Timor-Leste só tem a
ganhar.
Numa altura em que se celebram os 40 anos do 25 de abril, o bispo timorense
considerou que a CPLP é aliás "uma consequência muito positiva" da revolução
dos cravos.
"A princípio pensou-se que se iam gerar inimizades, ódios, mas hoje em dia
vê-se que afinal em vez disso o movimento contribuiu para se tecerem laços de
amizade ainda mais profundos e de colaboração ainda mais profunda", disse.
Basílio do Nascimento recordou que antes da revolução os laços entre os atuais
oito Estados membros da CPLP "eram impostos", mas hoje "são
aceites de modo afetivo" e a comunidade está à procura "e vai
encontrando a sua posição no meio da comunidade internacional".
Recordando que há pelo menos dois Estados-membros da CPLP que "são
gigantes no mundo", Brasil e Angola, com Moçambique "a caminho",
o bispo reconheceu que Timor-Leste é "uma pequenina coisa.
"Mas juntamente com os outros gigantes, a nossa voz ainda se vai fazer
ouvir no mundo", concluiu.
Timor-Leste assume em julho, pela primeira vez, a presidência rotativa da CPLP,
sucedendo a Moçambique.
Lusa, em Sapo TL
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