domingo, 29 de junho de 2014

Após escândalo de crianças imigrantes em 'gaiolas', Obama pede US$ 2 bi para ‘controlar’ fluxo



Opera Mundi, São Paulo

Presidente dos EUA fará pedido formal a Congresso na segunda para investir na fiscalização da fronteira e acelerar processos de deportações

Após a denúncia de que crianças centro-americanas estão sendo mantidas em “gaiolas” na fronteira sul do Texas, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou neste fim de semana que pedirá ao Congresso o fornecimento de mais de US $ 2 bilhões em novos recursos para “controlar” a onda de imigração.

Obama enviará uma carta na segunda-feira (30/06) para alertar o Congresso que busca uma solução de emergência para tornar as ações de fiscalização de fronteira mais eficientes. Entretanto, o Congresso entrou em recesso na sexta-feira em virtude do feriado de Quatro de Julho e só voltará às atividades no próximo dia sete.

Segundo autoridades da Casa Branca, o chefe de Estado norte-americano ainda pedirá poderes mais amplos para que os funcionários da imigração possam acelerar as deportações de crianças que foram pegas cruzando fronteiras sem seus respectivos pais. Obama também pede novos programas de assistência humanitária para lidar com o afluxo, já que a situação inclui um número recorde de menores não acompanhados.

"Esta é uma situação humanitária urgente", define Cecilia Muñoz, diretora do Conselho de Política Interna da Casa Branca, ao The New York Times neste fim de semana. "Estamos lidando com redes de contrabando que estão explorando pessoas e com o tratamento humanitário de imigrantes, enquanto também estamos tentando aplicar as leis mais apropriadas para cada caso”, completa.

Apesar dos pedidos de Obama, na terça passada (24/06), congressistas norte-americanos já haviam aprovado um projeto de lei para garantir a assistência legal de um advogado durante o processo de deportação. Além disso, o secretário de Segurança Nacional do país, Jeh Johnson, informou que enviaria mais agentes para a fronteira com o México para “ajudar a manejar o fluxo crescente de jovens que ali chegam”.

No começo do mês, o congressista democrata, Henry Cuellar, divulgou imagens de crianças mexicanas e centro-americanas presas em “gaiolas”, chamadas de refúgios temporários pelas autoridades norte-americanas, em um centro de detenção no Texas.

Após as denúncias, os senadores pediram ao presidente mexicano Peña Nieto que a embaixada em Washington realizasse as visitas necessárias aos centros de detenção para verificar o estado das crianças que chegaram sozinhas ao país.

Somente no ano passado mais de 24 mil crianças mexicanas foram detidas ao cruzar a fronteira rumo aos Estados Unidos. Em 2014, o número pode ser superior a 60 mil, segundo estimativa do Departamento de Segurança Nacional.

A situação dos jovens que são detidos nos EUA e dos que são deportados ao México é classificada por autoridades do país como “preocupante”.

Entre as violências sofridas pelos jovens estão as agressões físicas e sexuais. De acordo com a CIDH (Comissão Interamericana de Direitos Humanos), instituição da OEA (Organização dos Estados Americanos), foram registrados pelo menos 100 casos de abusos sexuais e físicos por agentes da fronteira contra menores.

Muitos dos mexicanos que tentam cruzar a fronteira são mortos antes de chegar nos Estados Unidos. A quantidade de pessoas que morrem nesta situação, no entanto, é imprecisa, visto que muitos são enterrados em valas clandestinas.

Na foto: Manifestantes se reuniram em frente ao escritório federal de imigração de NY para pedir a Obama uma reforma da lei imigratória – Efe

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