Lisboa,
03 jun (Lusa) - O presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo
de Portugal (AICEP) considerou hoje que é "apropriado falar-se de um ciclo
virtuoso de crescimento" na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa
(CPLP), prevendo que este grupo adquira maior preponderância mundial.
"O
futuro do conjunto dos países da lusofonia encaminha-se, de forma clara, para
uma maior preponderância no panorama económico mundial", disse Miguel
Frasquilho na abertura da conferência Internacionalização das Economias, que
hoje e quarta-feira decorre em Lisboa, sublinhando que é "apropriado
falar-se de um ciclo virtuoso de crescimento na CPLP".
Este
ciclo virtuoso, argumentou, baseia-se num conjunto de dados: "Prevê-se que
o número de pessoas a falar português possa aumentar dos atuais cerca de 250
milhões para cerca de 325 milhões até 2050; em média, o dinamismo e o
crescimento económico elevado são características deste conjunto de países;
tem-se assistido à emergência de uma classe média com poder de compra e
catalisador da criação/crescimento do mercado de consumo interno; é conhecida a
abundância de recursos naturais no seio da CPLP, nomeadamente gás e petróleo (por
exemplo, Brasil, Angola e Moçambique representam mais de 50% das descobertas
petrolíferas dos últimos anos); os fluxos de investimento direto estrangeiro
dirigidos aos países da CPLP têm sido intensos e crescentes, registando desde
2009 uma taxa de crescimento médio anual de cerca de 9%".
Na
intervenção, o presidente da AICEP sublinhou a importância da língua comum e
lembrou alguns números que mostram que é possível aprofundar as relações
comerciais entre Portugal e os países que falam português.
"As
exportações das empresas portuguesas para a CPLP registaram uma taxa de
crescimento médio anual de mais de 11% entre 2009 e 2013, tendo passando de 2,9
mil milhões de euros para cerca de 4,5 mil milhões de euros,
respetivamente", disse o responsável, acrescentando que "as
importações portuguesas evidenciaram também um elevado dinamismo com esta
comunidade, atingindo uma taxa de crescimento médio anual de cerca de 34%,
ascendendo em 2013 a
cerca de 3,5 mil milhões de euros".
Lembrando
os números do ano passado, em que "os países da CPLP foram o destino de
cerca de 10% das exportações portuguesas, e a origem de cerca de 6% das
importações", o antigo governante salientou que, "face a 2008, o
envolvimento das empresas portuguesas com a CPLP registou um acréscimo de 5
pontos percentuais o que, em valor, representa mais de 4 mil milhões de euros,
ou cerca de 2,5% do PIB português".
No
entanto, concluiu, "apesar deste notável dinamismo dos últimos anos, e a
título de exemplo, as exportações de Portugal para os outros países da
lusofonia representaram, em 2013, apenas 10% do total das exportações
portuguesas".
Para
Frasquilho, isto mostra que "o potencial de relacionamento entre os países
da CPLP está longe de esgotado e são inúmeras as oportunidades de negócios e de
investimentos por explorar".
MBA
// PJA - Lusa
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